e cheguei hoje de Parati, da Festa Literária Internacional de Parati, a FLIP. foi duro voltar, queria ter ficado mais. principalmente hoje que o sol apareceu mais firme depois de vários dias de chuva, e eu já estava cansado de tanto trampar. queria ter ficado lá, nos becos e vielas coloniais, nas ruas estreitas de pedras largas e espaçosas. nas casas históricas. parati é agora apenas um registro fotográfico, uma memória, um "quadro na parede mas, como dói".
para trás, ficaram muitas coisas, muitas histórias, amizades. por exemplo a primeira recepção: o aviso da gripe do porco (sai pra lá); a história feia que não saiu na mídia: a REPRESSÃO CONTRA POETAS, ESCRITORES E COMUNIDADES INDÍGENAS, QUILOMBOLAS E CAIÇARAS. não se preocupem, não vou deixar passar batido, logo mais eu lanço a letra, inclusive no Boletim do Kaos de agosto. o maravilhoso grupo que apresentou os "cantos de euclides", as festas, as dores nas pernas de tanto ficar em pé e equilibrar sobre as pedras; as dores no braço de tanto carregar livros. as dores nas costas de dormir na barraca. mas não foram apenas dores, parati, para mim, foi muita alegria. dias intensos em que cada segundo era sentido, cada momento inensamente vivido. não queria ter voltado, queria ter ficado por lá. apesar da burguesia, apesar de ser uma cidade pensada para ricos, eu gostei. daquele clima de serra e mar, daquelas montanhas magistralmente desenhadas por Deus, da cidade sem prédios, das comunidades indígenas, do quilombo do Campinho. eu queria ter ficado mais um pouco lá, para conversar um pouco mais com todo esse pessoal, saber da vida, do trabalho, das batalhas. mas eu voltei.
logo mais, quando a cabeça estiver raciocinando melhor, eu digo um pouco de como foram estes dias. e publico algumas fotos, inclusive do TERMO DE APREENSÃO dos livros do meu camarada Pedro Tostes (Poesia Maloqueirista) - é, pasmem: os livros dele foram apreendidos! - e o flagra do momento da apreensão. é, tá tudo registrado. Lá fomos literalmente marginais. contos e poemas, nas ruas, foram tratados como material ilícito. o crime: tráfico de informação. mas nós resistimos. e vencemos. perdemos, pois deixamos de trabalhar por três dias, mas vencemos. explico depois. agora vou descansar. dormir. amanhã é dia de trampo. acabou-se a utopia.
o importante é que: confesso que vivi. valeu?
3 comentários:
Olá, td bom?
Pois é paraty estava muuuuito bom, a FLIP da um movimento todo especial naquela cidadezinha histórica, cheguei ontem e tive q voltar hj, tbm qria ter ficado por la, mas o pouquinho q fiquei adorei!
Ontem vi você recitar no POESIA NA RODA, e gostei, vc mostrou seu livro para mim e meu namorado, mas nem pude comprar, estava com um probleminha, haha, foi de ultima hora que conseguimos ir a FLIP e imagine dois ZERADOS, fui com emprestimos da mamae haha, mas eu estava louca para conferir a FLIP, então preciseeeei deste emprestimo, mas quem sabe uma próxima vez, me interessou o livro de contos ficticios com um pouco da relidade, eu decorei seu blog e aqui estou, gostei, estou seguindo e passarei com frequencia por aqui...
Confira também
http://joycebc.blogspot.com
Abraços
Puxa Rodrigo.....
Parabéns!!!!! Você merece!
Fico meio pensando que sei lá... será que o De lírios te perdeu????
Será que sei lá... acho que não!!!!
Beijão grande,
Coca.
Obs. Montei um blog e relacionei o seu, beleza? Se quiser ver chama A Nau dos Insensatos....
Dois anos de Solidão (R. Canto).
Baseado no clássico da literatura Colombiana – Cem Anos de Solidão
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