quinta-feira, fevereiro 26, 2009

DESABAFO

"E tem mais: os tempos são de caretice, medo, pressão e falta de ousadia. Se você não está nada afim de achar um lugarzinho no rebanho, meu chapa, pode se preparar pra segurar a barra. Primeiro, vão tentar te ignorar. Depois, é capaz de te encherem de porrada. Então, mais do que nunca, é preciso vir com tudo." (do blog do Ademir Assunção)

"Ninguém tem o direito de aprisionar um pensamento, por mais vadio que ele seja." - Sérgio Vaz

quarta-feira, fevereiro 25, 2009

FELIZ ANO NOVO

É isso. Agora começou o meu ano, extra-oficialmente.

Na verdade muita coisa já aconteceu neste ano de 2009. Eu não esperava um ano tão agitado na minha vida pessoal, profissional, familiar, etc.

Dei uma boa sacudida nas minhas bases, minhas estruturas. Muita bagagem desnecessária ficou pelo caminho. O que sobrou não foram sobras, apenas o essencial. E desta forma agora eu vou seguindo.

Passei meu carnaval descansando numa fazendo no interior de São Paulo. Foi muito bom. Depois de alguns anos, a família estava reunida novamente. Foi difícil chegar até aqui, mas que bom que chegamos.

A única coisa chata foi um pequeno acidente que aconteceu com uma sobrinha minha, uma de minhas filhas. Estava brincando com ela quando ela escorregou próximo a uma porta de vidro e esta se quebrou. Alguns estilhaços voaram no seu rosto, teve alguns cortes um pouco profundos, bem próximo do olho. Foi um desespero total, muito sangue escorrendo, parecia que havia pedaços do vidro ainda sob o rosto, hospital longe - estávamos no meio do mato - ela sobre o meu colo chorando, gritando... Foi difícil.

Mas está passando. Graças a Deus e seus anjos protetores não pegou no olho, levou poucos pontos e, com um pouquinho de descanso e juízo, as sequelas serão bem pequenas.

Já para mim, um mês sem álcool no sangue, nem chocolate. Promessas duras que a gente faz nos momentos de desespero.

Mas se tudo tem um lado bom e um ruim, o bom foi aquele para aproximar ainda mais as pessoas. Valorizar o que realmente importa, que não cabe no bolso nem em nenhuma conta de banco neste mundo.

Chegando agora, muita coisa junta ao mesmo tempo. Textos para escrever, pendengas para resolver, aulas para preparar. Amanhã começa mesmo as aulas. Semana passada foi só um aperitivo.

E no mais, até sexta-feira eu dou notícias de uma parada que estive fazendo por estes dias, junto à alguns alunos. Assuntos extra-escolares.

E vamos pra luta que a vida é igual andar de bicicleta: se parar você cai.

E eu já estava sentindo falta do blog. E desses outros agitos aí.

Mão na massa agora,

R.C.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

DE VOLTA PRA ATIVA

hoje foi o primeiro dia de aula com os alunos na escola. como é uma semana que antecede o carnaval, a movimentação na escola não foi das maiores, principalmente no período da manhã, que tem o pessoal do FUND. II (6ªs às 8ªs) e o Ensino Médio.

foi bacana a retomada com os alunos. conversamos bastante sobre as mudanças na escola, projetos e atividades, trabalhos. não sei, posso estar enganado, mas estou botando fé que esse ano, coisas boas virão - finalmente. vamos conseguir melhorar algumas coisas por lá.

pra começar, estou participando de uma parada aí que, neste primeiro momento não posso dar maiores informações. uma para não criar falsas expectativas, outra para não azedar o melado. mas é uma coisa bacana, envolve a mídia e os alunos. assim que tiver confirmado tudo, eu coloco todos os detalhes por aqui.

por enquanto, cansaço. primeiro dia de trampo puxado com os alunos, suga todas as energias. nada que uma boa noite de sono não resolva. além do mais, estava sentindo muita falta de tudo isso.

CONVITE - ELO DA CORRENTE

sábado, fevereiro 14, 2009

TE PEGO LÁ FORA - ÚLTIMOS EXEMPLARES

foto de capa: sala de aula alagada após reforma de MEIO MILHÃO de reais (R.C.)

caros, estou com apenas 50 exemplares do meu livro, o Te Pego Lá Fora. como eu ainda não resolvi se farei uma segunda edição - batalhar livro mano a mano é dureza - quem ainda não adquiriu, esta é a hora.

interessados enviem um emeio para rodrigociriaco@yahoo.com.br que eu passo as coordenadas para a aquisição do mesmo. relembrando que, quem adquirir o livro neste mês de fevereiro, sai de "grátis" a postagem via correio, certo?

e mais: na barra do blog, ao lado direito, tem alguns "contos aperitivos" para quem quiser conhecer o livro. ou então acesse o sítio das Edições Toró - http://www.edicoestoro.net/ e saiba mais, firma?

qualquer coisa, liga nóis aí.

abraço,

r.c.

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Te Pego Lá Fora é treze. O 13º título publicado pelas Edições Toró, o primeiro só de contos e o primeiro livro de autoria de Rodrigo Ciríaco, professor de História da rede pública estadual de ensino na Zona Leste, em São Paulo e integrante da Cooperifa (Cooperativa Cultural da Periferia). O livro conta com 25 contos que transpassam histórias de uma gente vivida e sofrida que ainda está nos bancos de classe da primeira série ou ainda não aprendeu a ler, na oitava.

Escritos de vingança, dor e justiça de alguém que não aceita perder alunos para o tráfico e para a miséria, ver o preconceito camuflado para baixo de carteiras e nem abaixa a cabeça para burocratas incompetentes e sistemas educacionais falidos. Escritos de revolta de alguém que não aceita a sua própria mediocridade. Escritos.

Textos ficcionais baseados em fatos reais. Um recorte da nossa deseducação, ilustrado com o trampo de Yili Rojas, apresentação de Sérgio Vaz e um pequeno caderno de fotos das entranhas do ensino. Diário de Escola com leituras proibidas para educastradores.

Te Pego Lá Fora
Rodrigo Ciríaco, Edições Toró, 2008
R$ 15,00 (Quinze reais)

APRENDIZADOS

Lembre-se: quando o bicho pegar, de verdade, você estará sozinho.

Até mesmo a sua família, seja a biológica – que a gente não escolhe – ou aquela outra, que a gente escolhe, a dos amigos, bem; até mesmo eles te abandonarão. Não perceberão o quanto você está chato, a flor da pele, sensível. Não perceberão o quanto você precisa de cuidados. Como um gato, você terá que lamber as suas próprias feridas.

Seja firme, seja forte. Não fique muito angustiado, não fique muito rancoroso. Tudo passa, e você superará isso. E ficará mais forte. E poderá aprender com isso.

Eu aprendi que as pessoas tem uma imagem muito deturpada da minha pessoa. Ou as pessoas tem a imagem exata de quem eu sou, mas que eu não sabia. As pessoas olham para mim e vêem sexo. Principalmente sexo. Acham que seu eu ligo para elas, se eu as convido para sair, para tomar uma cerveja, eu só tô querendo uma coisa: comê-las. Claro, isso é uma opinião majoritariamente das minhas amigas femininas. Mas entram alguns amigos no bolo.

Por estes dias falei com muita gente. Via fone, via MSN, via orkut. Pessoalmente. Revi muitas pessoas. E foi bom, foi ótimo. Pois estou passando por uma reestruturação na minha vida pessoal e sair do casulo para virar borboleta pode ser um processo lento, doloroso e extremamente difícil. Pelo menos está sendo para mim. Por isso, recorri a alguns amigos. Pessoas que eu não via há muito tempo.

Aqui eu percebi a minha falta com eles. Há tempos não saíamos juntos. Há tempos não nos falávamos. Há tempos eu – e é bom também deixar claro, eles e elas também – haviam deixado a amizade de lado, para cuidarmos de nossos interesses pessoais: namoros, trabalho. Principalmente estes dois.

Pois bem, depois de alguns aninhos longe de pessoas tão especiais, é quase um choque retomar um contato com estas pessoas. Para mim, soa até como interesse: “Ah, agora ele vem.” E de fato é interesse. Mas, quem é que não se relaciona com as pessoas por interesse? Claro, os interesses são diversos, outros mesquinhos, mas todos temos interesses em se relacionar com as pessoas. Nossos amigos são as pessoas mais interessantes, aquelas que conhecem fragmentos de nossa alma, tem a melhor palavra, o melhor ombro; são aqueles que tem o melhor consolo, ainda que seja um porrete – pois precisamos, vez ou outra, de alguém que nos dê uma paulada de realidade. E por isto, liguei para várias amigas e amigos.

Bom, alguns disseram que íamos sair no final de semana. Outros falaram que me ligariam. Uma pessoa certa que eu marquei, tive que desmarcar por conta da chuva e que eu precisei trocar os pneus do carro; tentei ligar e não consegui falar. E de repente eu me vi, no final da tarde de uma sexta-feira, desesperado para encontrar alguém, para sair com alguém, para nada mais: conversar, tomar uma cerveja. Minha alma está em pedaços e, eu estou precisando de companhia. Companhia: amizade, risadas, conselhos. Não sexo. Eu não quero sexo. Não agora, obrigado.

Mas, retomando a saga. Uma pessoa diz que não pode, vai sair com os amigos da facul. Outra diz que está no metrô, quando chegar em casa liga. Outra diz que tem um aniversário, não vai rolar. Outra (não mulheres, pessoas) não atende, outras dizem que não dá, outras dizem que estão com amigos em casa – e não me chamam – mas, qualquer coisa me liga. Vários, vários outras e outras não me atendem, não me retornam e eu, a estas horas andando pra baixo e pra cima em algum lugar de São Paulo, vou ficando cada vez mais sozinho.

Algo me diz para ir pra casa mas, outra coisa me diz para eu sair. Saia sozinho, vá se encontrar com você mesmo, sozinho. E eu fui.

E foi difícil passar uma noite de sexta-feira sozinho. As horas demoraram para passar. Mas depois que eu me acostumei comigo de novo, foi bom.

É chavão mas, é verdade: Antes só do que mal ou menos acompanhado.

Andei pela Augusta, fui na livraria Cultura, assisti um filme no Espaço Unibanco – com várias outras e outros sozinhos – comi um negócio, fiquei observando o fluxo tão diversificado de pessoas, fui para casa. Assisti TV, reli o conto “Dama da Noite” do Caio Fernando Abreu, extremamente propício para o momento e, fui dormir.

Só um adendo: quem não conhece este conto, deveria lê-lo. E fazer a sua opção: continuar ou não na roda gigante. Eu preferi sair, apesar de aqui do lado de fora, estar sentindo-me frio e solitário, e morrendo de inveja de quem está na roda gigante. Eu quero ficar aqui.

E hoje acordei melhor. Muito melhor. Pela primeira vez consegui acordar sem que a primeira coisa que viesse a minha cabeça fossem os meus problemas. Eu pensava na noite de ontem, nos amigos e amigas que me ignoraram, no filme, no livro. Em mim. E fiquei bem: consegui dar uma ajeitada na casa, varrer sala, corredor, cozinha; consegui lavar a louça, arrumar a bagunça de livros jogado pelo chão, pelo armário, pelo teto; por todos os cantos. Enfim, eu consegui ajeitar a minha casa. E isso é muito significativo para mim, pois primeiro: eu moro sozinho. Ou seja, se você não arrumar a sua bagunça, ninguém irá arrumar para você. E segundo, eu sou muito organizadinho, gosto das coisas ajeitadas, nos lugares e, se a minha casa não estiver organizada, significa que há algo de errado comigo. Ela é o meu espelho, a minha imagem objetiva e direta. Se ela está bagunçada, é porque eu estou bagunçado. E hoje eu consegui arrumar a minha casa. Ótimo.

E aos amigos e amigas que não me atenderam ontem, não falaram comigo, que estão correndo de mim, por motivos diversos: tudo bem, sem crises. Se vocês são meus amigos, realmente, terão outras chances de se reconciliarem, de me emprestarem um ombro, um estômago. Assim como eu estou tendo a chance agora, de começar de novo. E isso é ótimo.

Isso é estar vivo.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

JESUS CHOROU

Depois dizem que não há poesia no rap:

"O que é, o que é, clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
Tem sabor de mar, pode ser discreta
Inquilina da dor, morada predileta
Na calada ela vem, refém da vingança
Irmã do desespero, rival da esperança
Pode ser causada por
Vermes e mundanas
E o espinho da flor cruel que você ama
Amante do drama, vem pra minha cama por querer
Sem me perguntar, me fez sofrer
E eu que me julguei forte, eu que me senti
Serei um fraco quando outras delas vir
Se o barato é lôco e o processo é lento
No momento, deixa eu caminhar contra o vento
De que adianta eu ser durão se o coração é vulnerável
O vento não, ele é suave
Mas é frio e implacável.
É quente, borrou a letra triste do poeta
Só... correu no rosto pardo do profeta
Verme sai da reta, a lágrima de um homem vai cair
Este é seu B.O. pra eternidade
Dizem que homem não chora? Tá bom, falou
Não vai pra grupo irmão, aí:
Jesus chorou (...)"

Racionais

terça-feira, fevereiro 10, 2009

DESEJO UMBILICAL


Eu queria me enfiar
No útero de minha mãe
Para não lembrar de sentir

Para não ter que esperar
A hora
Desta dor passar

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

RETORNO

férias é algo muito bom na vida de qualquer ser humano. dar um tempo no trabalho, dar um tempo nos problemas; dar um tempo na família para poder viver, de uma forma diferente. mas as férias são boas principalmente porque temos a chance de voltar. pelo menos eu penso assim.

hoje voltei as minhas atividades pedagógicas na escola. aula mesmo só a partir da próxima semana, no dia 16. por enquanto, vamos organizando calendários, planejamentos, pensando propostas atividades e por aí vai. eu estou no pique total.

e ao contrário dos anos anteriores, estou com uma boa expectativa este ano para a escola. nos anos anteriores eu sabia que estava em campo minado, em guerra, não podia marcar bobeira, não podia vacilar um segundo pois o inimigo estava logo ao lado, pronto pra me derrubar. agora não. estou mais relaxado. apostando novamente em alguns "novos" seres humanos. os adversários perderam a batalha e estamos trabalhando na reconstrução dos espaço. recontruir talvez seja mais difícil do que construir. reconstruir talvez seja mais difícil do que permanecer no front, dedo no gatilho a esmo demonstrando os erros dos outros. reconstruir é botar a bunda na janela, dar a cara a tapa. e eu estou a fim de expor os dois lados.

saudades dos meus alunos. saudades das minhas aulas. saudades de sentir o cheiro do front, a poeira da terra.

este é o ano da vitória. da continuidade da vitória. o ano de começar a colher os frutos daquilo que plantamos. espero não ter plantado vento. odeio colher tempestades.

bom, vamos dar tempo ao tempo. coisas boas virão. em breve.

r.c.

domingo, fevereiro 08, 2009

TABACARIA (TRECHO) - Álvaro de Campos

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(...)

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas
-Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(...)

Vivi, estudei, amei e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente
Fiz de mim o que não soube
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

(...)

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

PARTIDA, PARTIDO


Muita vezes fazemos planos,
Sonhos, delírios, viagens
Nem nos damos conta que eles

Criam pernas
Criam braços
Criam asas

E partem
Na primeira fragata
Deixando-nos a beira da praia

Com a alma e o copo vazios
E os olhos mareados
A ver navios

PARAISÓPOLIS OCUPADA!


Eu Sou Favela
Seu Jorge

A favela nunca foi reduto de marginal
A favela nunca foi reduto de marginal

Ela só tem gente humilde Marginalizada
E essa verdade não sai no jornal

A favela é um problema social
A favela é um problema social

Sim mas eu sou favela
Posso falar de cadeira
Minha gente é trabalhadeira
Nunca teve assistência social
Ela só vive lá
Porque para o pobre, não tem outro jeito
Apenas só tem o direito
A salário de fome e uma vida normal.

A favela é um problema social
A favela é um problema social