quinta-feira, dezembro 18, 2014

FINAL - RACHÃO POÉTICO - COPA MUNDÃO DE POESIA - BIBLIOTECA ALCEU AMOROSO LIMA, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

POESIAS BACANTES É CAMPEÃO
PRIMEIRO RACHÃO POÉTICO – COPA MUNDÃO DE POESIA



Domingo é dia de futebol. E poesia. E com o encerramento do brasileirão, neste 14 de dezembro de 2014 rolou também a nossa final. Da Copa Mundão. Rachão Poético – Copa Mundão de Poesia. E o time que levou foi o Poesias Bacantes, formado por Beto Bellinati, Isabela Penov e Luz Ribeiro.



A disputa envolveu seis times, que venceram as etapas eliminatórias e garantiram vaga para a final: Clube Atlético Passarinheiro (Junho), Maloca Poesia Clube (Julho), Trietê (Agosto), De(s)generadas (Outubro), Poesias Bacantes (Outubro/II) e Crianças Armadas (Novembro). (In)felizmente, as Crianças Armadas abandonaram seus projéteis e foram brincar no parquinho, o que também tá valendo (rs). Cinco times disputaram a finalíssima.



Quem deu o pontapé inicial, segundo o sorteio, foram os Passarinheiros, representados por Luiza Romão, Ni Brisant e Victor Rodrigues, trazendo a verve piriguista pro palco. Na sequência, Poesias Bacantes com o time já citado e depois Maloca, que teve uma alteração no seu elenco com a saída de Lews Barbosa e chegou com o time de Fabio Boca, Felipe Choco e Michel Cena7.

Aliás, a janela de transferência ficou escancarada ao longo dos meses, e os outros dois times sofreram alterações. Trietê foram representados por Paulo D’Auria, Jefferson Santana e Cissa Lourenço, depois da folga de Caranguejúnior e da transferência Jefferson Messias e as De(s)generadas sofreram uma baixa com o repouso justo da mamãe Carol Peixoto, substituída por Marina Vergueiro, que completou o time com Mel Duarte e Michele Santos. E foi nesta sequência que tivemos a primeira rodada classificatória (e eliminatória).



O destaque coube a balançadinha do bumbum vira-lata de Paulo D’Auria. Quem viu, viu – kkk...

A classificação ficou assim:

1º lugar: POESIAS BACANTES
2º lugar: TRIETÊ
3º lugar: DE(S)GENERADAS
4º lugar: PASSARINHEIROS
5º lugar: MALOCA

Como passavam apenas quatro times, Maloca deixou a competição.

E vamos para a SEGUNDA fase, com disputas entre segundo e terceiro, primeiro e quarto.



Os poetas do Trietê fizeram uma disputa justa e leal com as meninas De(s)generadas ou 3Ms ou M&Ms (Marina, Mel, Michele) mas não teve jeito, a futebolística poética do único time completamente feminino levou a melhor e garantiu a primeira vaga para a final.

Na segunda batalha da segunda fase, o Clube Atlético Passarinheiro, grandes favoritos por terem levados o Rachão em duas etapas e virem de uma temporada de concentração em terras mineiras (e estarem SEMPRE prontos, segundo eles mesmos – rs) cessaram o voo ao deparar com o Poesiatuques, ops, digo melhor Barbacantes, quer dizer: pela Poesias Bacantes, que no melhor estilo poesia corporal barbatuques mostraram entrosamento, jogo bonito e levaram a segunda vaga da finalíssima.



E como é final, e pra não ter chororô, tivemos a disputa do TERCEIRO LUGAR, entre Trietê e Passarinheiros. Mesmo com a tática de poesia de guerrilha, usando apenas pouco mais da metade do tempo permitido, o Trietê foi superado pelo C.A. Passarinheiros, que trouxeram o poema da Copa (do Mundo) e garantiram o terceiro lugar.

E na grande decisão do RACHÃO POÉTICO – COPA MUNDÃO DE POESIA, o primeiro destaque coube as #MULHERES, que dominaram a final já que apenas Beto Bellinati era o único representante masculino na disputa predominantemente feminina.



E ao final quem levou foi o time da Poesias Bacantes, que venceu novamente a terceira rodada, marcou um HAT-TRICK, já que foi o time que teve a pontuação mais alta nas três rodadas e levantou a taça do PRIMEIRO RACHÃO POÉTICO – COPA MUNDÃO DE POESIA!

Mas quem ganhou mesmo foi a poesia, com mais um evento consolidado na cena de saraus e slams de SP/Brasil!

Realizar o Rachão Poético foi muito importante. Temos certeza que ajudamos a fomentar a cena poética ao propor/problematizar que os poetas formassem times e jogassem em grupos, repensando a forma de interação e competição dos slams, expandindo para além das batalhas individuais.

Porque não basta ser bom. Tem que saber jogar.



Mais gostoso ainda foi ver que mais do que uma competição, cada Rachão foi uma gincana, uma grande bagunça poética. Uma grande festa literária em que a poesia foi espetáculo.

E no próximo ano tem mais. E você, já montou o seu time?

É ripa na chulipa, pimba na gorduchinha, taca fogo no boné do guarda: RACHÃO!




RACHÃO POÉTICO:

APRESENTAÇÃO: Rodrigo Ciríaco
COMENTÁRIOS: Daniel Minchoni e Renan Inquérito
ZEBRA ESPORTIVA: Monica Alves 

FOTOGRAFIA: Vinicius Sousa

SARAU "POÉTICAS DA RESISTÊNCIA" - SESC BELENZINHO, 11 DE DEZEMBRO - 2014

Lembrar. E celebrar. A resistência. A ancestralidade. Nossos passos. Passados e presentes. Assim foi o sarau "Poéticas da Resistência", organizado pelos Mesquiteiros a convite do Sesc para homenagear o centenário de nascimento de Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento, e que contou com a participação muito especial de vários parceiros e parceiras: Michel Yakini e Raquel Almeida (Elo da Corrente), Vagner Sousa (Sarau da Brasa), Elizandra Sousa (Coletivo Mjiba), Debora Garcia e Sacolinha (Literatura no Brasil), Luz Ribeiro (Poetas Ambulantes), Akins Kinte, Duguetto Shabazz, além de Patricia Leal e Rodrigo Ciríaco (Mesquiteiros).

O sarau contou com leituras de trechos da obra e da poesia dos homenageados, além de vários poemas autorais, que dialogam com a temática de suas obras e trajetórias políticas, literárias e de luta.

Uma noite muito especial, em que a poesia tocou a alma, espalhou-se nos poros e dialogou com o coração.

















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Sarau "Poéticas da Resistência"
Homenagem à Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento

Sesc Belenzinho, 11 de dezembro de 2014

Organização: Rodrigo Ciríaco (Mesquiteiros)
Realização: Sesc Belenzinho

Participações: Michel Yakini e Raquel Almeida (Elo da Corrente), Vagner Sousa (Sarau da Brasa), Elizandra Sousa (Coletivo Mjiba), Debora Garcia e Sacolinha (Literatura no Brasil), Luz Ribeiro (Poetas Ambulantes), Akins Kinte, Duguetto Shabazz, além de Patricia Leal e Rodrigo Ciríaco (Mesquiteiros).

Fotografia: Mayra Jóia

quinta-feira, dezembro 11, 2014

SARAU DOS MESQUITEIROS: POÉTICAS DA RESISTÊNCIA - SESC BELENZINHO

É HOJE: a partir das 20hs, Sarau ‪#‎PoéticasdaResistência‬.

Mesquiteiros - UM Por Todos, Todos Por UM presente com vários parceiros de caminhada e resistência poética em homenagem ao Centenário de Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento, pra fechar o ano com chave de ouro.


Participações mais que especiais de Michel Yakini, Raquel Almeida, Elizandra Souza, Vagner Souza, Dugueto Shabazz, Patricia Leal, Luz Ribeiro, Akins Kinte, Débora Garcia e Sacolinha Ademiro.

Atividade gratuita, a partir das 20hs.
Só chegar - ‪#‎SescBelenzinho‬

Outras informações, clique: SARAU = POÉTICAS DA RESISTÊNCIA!

quarta-feira, dezembro 10, 2014

SALÃO DO LIVRO DE PARIS 2015 – RODRIGO CIRÍACO NA CASA!


Rodrigo Ciríaco em Paris, a convite do Salão do Livro 2013

Foi anunciado ontem, pelo Ministério da Cultura, os 48 escritores brasileiros que farão parte do Salão do Livro de Paris 2015, na qual o Brasil é o país homenageado, através de acordo firmado entre o governo brasileiro e francês, em 2012. E estou entre eles. Segue o link:


Particularmente, estou imensamente feliz com a possibilidade de representar meu país em uma feira (salão do livro) tão importante e tradicional quanto o de Paris, na França. E mais ainda, em representar a literatura marginal, a literatura das quebradas, ao lado dos parceiros Ferréz, Marcelino Freire, Paulo Lins.


Participação no Salão do Livro 2013

Não é a primeira vez que participo do Salão do Livro. Em 2013, através de convite da Editions Anacaona (Paula Anacaona) participei não apenas do Salão do Livro, mas de atividades na Universidade Sorbonne (Paris), Sciences Po (em Poitiers), além de eventos na Universidade Livre de Bruxelas (Bélgica), Universidade de Milão (Itália) entre outros espaços de leitura e livrarias. Um feito extraordinário, tendo em vista que era autor independente, sem ligação com nenhuma editora comercial, agentes literários ou o mercado editorial como um todo.


Eu e Ferréz em livraria de Bruxelas, (BEL), março de 2013

Aliás, a forma como cheguei a publicar inicialmente meus textos na França é muito curiosa. Paula Anacaona, nos idos de 2010, através de pesquisa conheceu meu blog, leus meus textos e interessou-se em publicá-los. E de lá para cá tem sido grande parceira, incentivadora de minha literatura.


Rolê em Bruxelas, Bélgica (2013)

Enfim, feliz demais com essa notícia, principalmente que agora faço parte de uma nova casa, a Editora DSOP, que tão bem acolheu a minha pessoa e o meu trabalho, na coleção “Literatura Marginal” com a curadoria do parceiro Ferréz. Feliz demais de poder levar a literatura da quebrada, poder mostrar no Salão do Livro uma parte da potência literária do que desenvolvemos aqui e, quem sabe assim, abrir portas para outros parceiros e escritores, tão talentosos e merecedores quanto eu.

Somos merecedores das conquistas (e derrotas) que obtemos. Pela garra, pela disposição, pela coragem, força, talento que temos, individualmente. Mas sem esquecer que a caminhada só tem valor na medida que fortalece e reconhece o coletivo.

E agora é ler, ler e ler mais. Escrever, reescrever e produzir, cada vez mais. E se preparar, pra fazer bonito.

 

Literatura Marginal, Lado Leste em Paris, 2015. É nóis!

SARAUS DA PERIFERIA OCUPAM CÂMARA POR RECURSOS PARA VEIA E VENTANIA (2015)


Nesta terça-feira, 09 de dezembro, representantes de vários coletivos de saraus da quebrada, além de outras redes e grupos culturais que brigam por leis de fomento para a cultura da periferia, estiveram presentes a segunda audiência pública da Câmara de São Paulo para discutir o orçamento de 2015.


A principal reivindicação era a destinação de recursos para o programa “Veia e Ventania – Literatura Periférica nas Bibliotecas de São Paulo”, programa este que acontece desde 2011, na qual os coletivos culturais realizam saraus nestes espaços, fazem parcerias com escolas e comunidades para fomentar o público da biblioteca, entre outros.


Novamente, como já aconteceu em outras ocasiões, o único programa institucional da secretaria municipal de cultura, voltado para a Literatura Marginal/Periférica, corria o risco de encerrar suas atividades por falta de recursos.

A saber: o volume de recursos destinados para programas que atendem diretamente a periferia para 2015, como o VAI, VAI II, Bolsa Cultura e Pontos de Cultura tem um valor aproximado de R$ 26,5 milhões de reais. Enquanto que o Teatro Municipal concentra, no atual orçamento, R$ 122 milhões de reais. Ou seja: uma disparidade absurda, um único equipamento cultural, voltado principalmente para uma cultura elitista, com ingressos a preços exorbitantes, equivale a quase 05 vezes o orçamento dos programas que atendem a toda a periferia.

Os coletivos de saraus estavam lá para questionar estes números e corrigir esta distribuição desigual dos recursos já exíguos da cultura. Também para questionar a realocação de recursos do programa VAI, que em tese perderia R$ 1.000.000 para a continuidade do Veia e Ventania. Ou seja: descobrir os pés para cobrir os joelhos (já que o cobertor da cultural é pequeno, não chega até a cabeça).

Tivemos três falas representando os movimentos dos saraus: Ruivo Lopes, Regina Tieko e Rodrigo Ciríaco, além de várias manifestações de apoio e solidariedade de pessoas ligadas a cooperativa paulista de teatro, assistência social, população em situação de rua entre outros.

Após quase 04 horas de audiência pública, o relator da Comissão de Finanças, Ricardo Nunes, informou que R$ 12 milhões de reais seriam realocados do Teatro Municipal – que agora é uma fundação e, portanto, além dos recursos públicos, poderá pleitear recursos privados, como Lei Rouanet – para a Secretaria Municipal de Cultura. E que o valor inicial de R$ 1.000.000 milhão de reais, que seria deslocado do programa VAI volta para este, ficando o programa VAI com um total de R$ 11 milhões de reais para 2015.

Guilherme Varela, representando a Secretaria Municipal de Cultura, fez uma fala exaltando a participação e importância política da cultura para a cidade de São Paulo, com uma ressalva de que o dinheiro retirado do Teatro Municipal poderia afetar acordos trabalhistas realizados com músicos da entidade. O relator Ricardo Nunes esclareceu que, o valor de R$ 12 milhões serão retirados da programação do Teatro, não atrapalhando em nada o acordo trabalhista estabelecido.

Após a votação, no período da tarde, vários representantes dos saraus estiveram com Diogo Soares, assessor do relator da comissão de finanças Ricardo Nunes para 1) definir com exatidão o valor que iria para a Secretaria de Cultura e, 2) garantir que o valor destinado para o programa “Veia e Ventania” vá com uma rubrica, ou seja, determinando que é para a utilização específica no programa.

O assessor garantiu a continuidade do programa com uma rubrica mínima de R$ 1.000.000 milhão de reais. A distribuição destes recursos será feita através de edital público que está sendo elaborado em conjunto pela secretaria municipal de cultura e representantes dos grupos de saraus que compõem atualmente o “Veia e Ventania”. Os representantes dos saraus enfatizaram a importância de atender o valor inicialmente solicitado de R$ 1.800.000 milhões de reais, já que garantiria a correção do valor de cachê pago aos grupos, não atualizados desde o ano de 2011, e garantiria que o programa fosse ampliado para 30 grupos, além dos 11 que já fazem este trabalho.

Vale lembrar que em novembro de 2013, o secretário municipal de cultura Juca Ferreira recebeu os coletivos de saraus no #ExisteDiálogosSarausSP e, entre as demandas então apresentadas, estava a ampliação do programa Veia e Ventania. Compromisso este assumido publicamente pelo secretário e ratificado em reunião com Guilherme Varela, em março deste ano.

Até a próxima quinta-feira, dia 11 de dezembro, é possível que os coletivos tenham a definição de qual o valor que será destinado para a manutenção do programa. De toda maneira, podemos considerar uma vitória parcial para a cultura da periferia, em especial os coletivos de saraus, tendo em vista que o programa “Veia e Ventania – Literatura Periférica nas Bibliotecas de São Paulo” corria o risco sim de acabar por falta de recursos e, através da mobilização, da pressão junto aos poderes executivo e legislativo, conseguimos não apenas fazer a manutenção do programa mas, minimamente ampliá-lo. E estamos de olho.

Seguem fotos e vídeos dos eventos na câmara:

FOTOS: PREPARAÇÃO DO ATO (Sonia Bischain)

FALA: RUIVO LOPES

FALA: REGINA TIEKO

FALA: RODRIGO CIRÍACO

quarta-feira, novembro 26, 2014

FORTIFICANDO A MISSÃO: TRÁFICOS LITERÁRIOS

FLAQ – AQUIRAZ, CEARÁ. DOMINGO, 23 DE NOVEMBRO DE 2014

Estes dias tem sido de correria, trabalho intenso e muito, muito tráfico literário.

Domingo estive com o Ferréz na Festa Literária de Aquiraz, a FLAQ, em Aquiraz, Ceará. Um evento que está em seu segundo ano de realização, dentro de um ecoparque, a Engenhoca. Tivemos uma mesa com o tema “Literatura Marginal”, mediada por Nelson Lourenço.



Atividade bacana, público participativo, ideias loucas.

Mas o que mais marcou foi um menino, que acabei não perguntando o nome. Eu no bazar do lugar, comprando uma água e umas cachaças artesanais, ele perguntou: tinha, o que tem de R$ 1,00. A menina olhou e disse: nada. Ainda assim ele olhou, olhou os chocolates. Quanto é esse. Dois e cinquenta.

Fui lá, peguei o chocolate, pus na minha conta e dei pra ele. Como é que eu ia comprar cachaça e ver um moleque com vontade de comer chocolate do meu lado? Maldade pura.

Ele agradeceu muito, quis me dar o um real dele. Falei que não precisava, nos demos as mãos e saímos, ele para um lado, eu para o outro, felizes.

Da hora é que depois eu vi este mesmo menino, assistindo a minha palestra. E mais da hora ainda é que fiquei sabendo que ele havia ido todos – sim, todos – os dias da feira e assistido atentamente a todas – sim, todas – as palestras. Era fascinado não apenas por chocolate. Mas por literatura.

Achei da hora ter pago um chocolate para um futuro escritor...


Eu e Ferréz dormimos na casa do Rafael, camarada da hora que trombamos por lá e convidou a gente pra ficar em sua residência. Segunda a tarde, volta pra Sampa.

PAIXÃO DE LER, RJ. TERÇA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO

Ontem mesmo peguei voo das 07hs da matina e vim aqui para o RJ, onde estou no momento participando da 22ª edição do PAIXÃO DE LER, evento da Secretaria Municipal de Cultura que realiza atividades em Museus, Centros Culturais, Escolas, Bibliotecas, enfim, vários espaços de arte e cultura espalhados pela cidade.


Ontem estive na Escola Municipal Joracy Camargo, na Vila Cruzeiro, com uns 60 alunos de duas turmas, do quarto e sexto ano. Realizei o SARAUZIM – sarau pra molecada. E foi muito louco. Chegar na masmorra disfarçada de escola, pegar aquela molecada pressionada pelo silêncio, atenção forçada para uma atividade que eles não tem a mínima ideia do que vai acontecer, do que vai falar, e conseguir prender a atenção, recitar poemas, explicar o seu trampo, distribuir livros e ao final ouvir uma menina chegar em você e dizer:


- Sabe o que eu vou ser quando crescer?
- O quê?
- Poeta.

Não foi a primeira vez que vi esta fita. Mas sempre emociona. Assim como os olhos arregalados, as risadas, a troca. E a pergunta: você volta no ano que vem?

Claro que eu volto.

A noite, teve evento de abertura das atividades, no Memorial Municipal Getulio Vargas. E qual a minha surpresa quando chego e vejo vários versos, de uns 06 poetas selecionados, espalhados pelos muros, tal qual lambe-lambe que se espalham pela cidade. E quem estava ali nos muros, mochilas, camisetas? Sim, este camarada que vos fala.





Sem contar que, dentro das bolsas que a galera recebeu de brinde, levaram os pinos pó...éticos. Mais de 800 pinos encomendados pela Secretaria de Cultura e espalhados nas atividades.

Quer saber se estou feliz? Felicidade é meu sobrenome.

Fico por aqui no RJ até amanhã, dia 27. Hoje, atividade no MAR – Museu de Arte do Rio, com minha palestra “Vendo pó. Vendo pó... Vendo pó...esia”. Amanhã, encontro com outra molecadinha pra bater papo sobre escrita, produção literária e o que mais eles quiserem.

E a certeza: nós, poetas e escritores, temos uma longa, longa missão pela frente. A de formação de leitores literários, pessoas apaixonadas pela literatura, pela poesia. Há muitos, dezenas de milhares de vilas, comunidades, cidades, escolas, bibliotecas que temos que visitar para trocar ideia, espalhar a literatura. Nosso povo é muito, muito carente da cultura literária. E precisamos chegar até eles. E precisamos de apoio, incentivo, subsidio para chegar até eles. Fica a dica.

Eu to na missão. Sempre que precisar, eu to na pista.

É nóis.


Rodrigo Ciríaco

quarta-feira, novembro 19, 2014

LANÇAMENTO: TE PEGO LÁ FORA, RODRIGO CIRÍACO – LIVRARIA CULTURA











VEJA O ÁLBUM COMPLETO DE FOTOS AQUI:

Terça-feira, 18 de novembro foi um dia para ficar assim, tatuado na retina. Com tinta fresca. Expressiva. Para lembrar e relembrar e contar. O quanto é importante a nossa caminhada literária. Marginal, periférica. Solidária. Um caminho que não se constrói só. E principalmente, não se celebra só. A primeira vez, lançando um livro dentro de uma livraria. Parece estranho esta frase: livro na livraria. Pra gente não é. Pra gente o normal é livro no boteco. Na escola. Centro cultural, biblioteca, rua, praça, ônibus, terminal. Pra gente é normal o livro assim: internacional. Nas feiras, nos festivais literários. Na praia, na estrada, nos becos e vielas. Livro na livraria é quase luxo. Entende agora quando a gente fala “literatura marginal”? É por isso, meu camarada.

Mas deixa eu falar: da alegria da noite. Do livro exposto na bancada. Ao lado do “Contos Reunidos”, do João Antônio. E do Xico Sá. E me vem na memória Carolina Maria de Jesus, Plinio Marcos. Lima Barreto. E tantos outros parceiros. Que trilharam e venceram na estrada. Ainda que longe dos holofotes. Suas obras estão aí, marcadas. E a gente segue. Na caminhada. Livraria lotada. Havia outros eventos, mas eu reconheci quem esteve lá por conta da nossa pegada. Da nossa literatura, da nossa quebrada. E foi bonito. Saber. Que a Livraria Cultura queria apenas 50 livros pra vender. A Editora DSOP acreditou, apostou, insistiu. “Melhor pegar mais, vai bombar”. Ok, então me dá 80 livros. E foram. Assim. Saíram voando. Feito passarinhos. Uma atrás do outro. Algumas vezes em bando, que é como a gente gosta. E teve gente que ficou assim, sem pássaros na mão. “Acabou os livros”? Sim. Aqui na livraria acabou. A gente bombou, esgotou. Mas tem mais. Tem muito mais. Agora estará em todas as livrarias. De norte a sul do país. Uma distribuição que é assim, muito difícil sendo independente, periférico, marginal. Agora é isso, nego: a gente vai brigar de igual pra igual. E pode ter certeza. Não vamos brigar só. Estamos apenas alargando uma brecha de um movimento que veio pra dar nó. No mercado editorial. Nessa ditadura: cultural e desigual. Que diz que na quebrada não se gosta de ler. A gente não é possível criar, escrever. Não fica de toca. A gente tá fazendo trampo sério, bonito. Nossos livros não ficam parados, as moscas. Tem muita gente boa por aí. Precisando de uma oportunidade, um empurrão para as portas aí, se abrir. E a gente segue. Foi bonito. Foi festivo. Foi literário. O susto. Gritando na livraria: “Mãos ao alto, isso aqui é um assalto. Mãos ao alto: eu to roubando a sua atenção, mãos ao alto”. A galera em choque, mas passou. Ufa, é só poema, literatura, interpretação. Ou não. A gente tá vindo buscar o que é nosso. Por direito, por conquista. Por mérito – pra vocês que adoram uma “meritocracia”.

Sem ilusões. Sem atolar o chapéu. Ontem foi glória, hoje é mais. O trabalho segue: nos mesmos locais em que encontro aqueles que me fizeram grande: meus iguais. Que são gigantes. Minha mãe disse: “agora é um novo passo, né filho”. Eu disse: não, mão. É a continuação da caminhada. Não adianta a ilusão de achar que já tá tudo conquistado. Não, sigamos na mesma pegada. Boteco, escola, sarau; biblioteca, rua, praça, centro cultural. O artista tem de ir onde o povo está. E nós somos o povo e o artista. Há muita coisa ainda pra batalhar. A mochila segue pesada. Com livros pra espalhar, dividir na quebrada. Mas confesso: estou feliz. De chegar em uma das maiores livrarias da América Latina, com os amigos e parceiros, estourar no “norte” e sair assim, feliz.

Agradecimento a toda equipe DSOP: Reinaldo Domingos, Simone Paulino, André Palme, Christine Baptista, Renata Sá, Amanda Torres, Priscila Moreira, Alana Santos, Thais Ramone, Paulo Fabrício Uccelli. Rita Ramos, Adelino Martins, André Argolo. A todos, o meu fraterno abraço. Minha gratidão: pelo respeito, pela consideração, pela forma como fui recebido e até hoje tratado. Obrigado.

Gratidão ao mano Ferréz: que escreve essa caminhada da literatura marginal, com seu trampo autoral, revistas, publicações coletivas. Abrindo portas. Obrigado, Mano. Muito obrigado. Esse meu sonho está se propagando também por sua culpa. Os erros são meus. Os acertos são nossos. Gratidão. Valeu mesmo.

E sigamos em frente. Agora mais energizados e encorajados. Não apenas por acreditar, mas por saber (ainda mais) que somos possíveis.


Rodrigo Ciríaco

terça-feira, novembro 18, 2014

TE PEGO LÁ FORA - RODRIGO CIRÍACO


Foi o primeiro rebento. E como todo filho – na maioria das vezes – ele veio assim, inesperado. Nunca havia pensado em ser “escritor”. Quando pequeno, queria ser “artista”. Sem saber o que isso era, o que significava. Queria ser artista. Fiz desenho, fiz dança. Fiz música, fiz teatro. Ah, o teatro. O palco, a luz, a plateia. Ah, o teatro. O “semancol”. Não dava para o palco. Não era suficiente. Nunca era. Abandonei as pretensões. Mas sempre gostei de ler. Sempre gostei de escrever, muito. E conhecendo uma poeta chamada #Dinha, descobri que a palavra também podia ser arte. Ser linguagem. Ser literatura, poesia. E através da Dinha, e por outros caminhos, conheci os #saraus. O guerreiro #Sergio Vaz foi o primeiro que me chamou de poeta. O camarada #Sacolinha foi o primeiro a publicar um texto. E daí que comecei a gostar cada vez mais desta coisa de escrever, criar, recitar. Foi #Marcelino Freire que disse: “Ciríaco, você deveria escrever as histórias da escola. Só você pode fazer. Se não fizer, vai se arrepender”. E segui o que o cabramigo disse, investi. E um dia o #Allan da Rosa me chamou de canto, e falou: vamos publicar isso aí? Publicar o que? Não sou escritor, não sou poeta. Eu era. Para eles, eu já era. Tinha uma responsa nas mãos: organizar os textos, rejuntar as dores e os escritos, propagar a literatura da quebrada, marginal, periférica. E bater com eles, por aí. E assim fiz. E foi assim que me descobri “escritor”. Meus textos voando. Eu quebrando o casulo, desabrochando. Em São Paulo, no Rio. Pernambuco, Bahia, Minas Gerais. E outros voos, até internacionais: Alemanha, França, Itália, Bélgica, Argentina. Até na África, Argélia. Sem ter agente literário, sem ter editora: Paula Anacaona achou meus textos assim, na busca, na escolha. Nessa imensidão do mundo virtual. E foi: autor independente, periférico, marginal é convidado do Salão do Livro de Paris, em 2013. Sim, internacional. E tudo, tudo o que consegui, as viagens que fiz, todas pagas, foi por causa de você, literatura. Isso que alguém disse um dia que não ia dar em nada. Levar a nada, a lugar nenhum. Me deu amores, me deu amigos. Me deu uma esposa, companheira, amante, amiga: #Mônica. E com ela, a minha maior obra, a minha joia rara e preciosidade maior: Malu, Maria Luiza, Maluzinha. Minha filha. Minha luz, meu norte-sul, meu guia. Minha alegria. Agradeço a você, literatura. Por me dar tantas pessoas, tantos lugares: escolas, ruas, praças, parques. Bibliotecas, associações, universidades. Mas um lugar faltava. Um lugar que ainda não havia sido ocupado: as livrarias. De mão em mão, de mano a mano, mais de dois mil e quinhentos “Te Pego Lá Fora” espalhados, mas ainda faltava as livrarias. Doce pretensão. Este não é o seu lugar. Aqui é para os raros, os clássicos. Os comprados. Você não pode entrar. Até chegar um mano e dizer: chega mais. Borá arrebentar. O espaço é nosso, sim, vamos ocupar. Reginaldo Ferreira da Silva, o #Ferréz. Tão perto aqui, há treze anos na Caros Amigos, Pecando no Capão. Chega mais, vamos causar. Como causamos na gringa. Assustando os gringos, fazendo aquele teatro da “briga”. “Calma, calma, rapazes. Não precisa disso”. A gente na Sorbonne apavorando. Maloqueirando. “Ufa, era brincadeirinha”. As vezes. A parada aqui é séria. A nossa literatura é séria. Tem compromisso. Tem responsabilidade. Muito do que vai pro papel é o espelho da realidade. Distorcido, ficcionalizado, mas reflexo da realidade. Que agora a DSOP apostou em compartilhar. Que Simone Paulino, vinda também na sua origem, de Guaianazes, lado leste, veio a acreditar. Nesta criança. Que completa seis aninhos de sua produção independente. E que com essa idade já pode ser admitida no primeiro ano do Ensino Fundamental, dizem para virar “gente”. Mas o que ela quer mesmo é torcer. As grades da masmorra. Quebrar. Os muros que nos dividem. Ajudar: a transformar a escola. Sejam bem-vindos. Provocação garantida ou sua televisão e sofá de volta. Boa leitura. Ou não. Fique esperto, se vacilar: TE PEGO LÁ FORA!

segunda-feira, novembro 17, 2014

LANÇAMENTO - TE PEGO LÁ FORA - LIVRARIA CULTURA


VENHA CELEBRAR JUNTO!

Nesta terça-feira, 18 de novembro, 19hs, tem lançamento da 2a edição do livro #TePegoLáFora, contos ficcionais sobre o cotidiano da escola. O livro faz parte da coleção #LiteraturaMarginal, da Editora DSOP com curadoria do escritor #Ferréz.

O lançamento será na #LivrariaCultura da Av. Paulista, 2073. Teremos um pocket sarau, coquetel, sessão de autógrafos e muita, muita idéia, cultura e alegria.

A todos que se interessam pelo movimento de saraus, pela literatura marginal-periférica, a todos que trabalham ou são envolvidos com educação, a todos que desejam um novo modelo de sociedade e escola, chega junto. Venha fortalecer a sua #revolta, a sua #labuta. 

Porque é importante lembrar quem são nossos pares. Que não estamos sozinhos.


segunda-feira, julho 14, 2014

AGENDA SEMANAL - RODRIGO CIRÍACO








AGENDA - JULHO: #lançamentos e #batepapo com Paulo Lins

Salve, rápa. Esta semana tem bastante atividades aí. Na #terça-feira, a partir das 19:30hs, vamos estar no Sarau Suburbano Convicto, no Centro para fazer o lançamento do VENDO PÓ.ESIA. Na #quarta-feira a gente chega no Sesc Pinheiros para fazer um batepapo ao lado do Paulo Lins, no #ClubedosAutores. Na #sexta-feira a gente cola em Suzano, para mais um lançamento no Sarau Literatura Nossa, do parceiro Sacolinha. No #sábado a atividade é em casa, com o Sarau dos Mesquiteiros na #Biblioteca. E no #domingo, a gente ainda cola no Sarau da #Ademar para mais um lançamento do "Vendo Pó...esia".

Quem disse que na periferia não dá pra curtir? Quem disse que na quebrada não tem cultura? Se liga aí. Se quiser, só chegar. Todas as atividades #gratuitas!


quarta-feira, maio 14, 2014

LANÇAMENTO - VENDO PÓ...ESIA - RODRIGO CIRÍACO - EDIÇÕES UM POR TODOS - 2014


"VENDO PÓ. VENDO PÓ... VENDO PÓ...ESIA!"

“Vendo Pó...esia” é o novo trabalho de Rodrigo Ciríaco, educador, editor e escritor de Ermelino Matarazzo, Zona Leste de São Paulo, autor dos livros “Te Pego Lá Fora” (2008) e “100 Mágoas” (2011) e coordenador do coletivo literário Mesquiteiros.

Conhecido por escrever contos fortemente marcados por expressões orais e por uma narrativa seca, crua, seu novo trabalho apresenta seus poemas, muitos deles facilmente identificado em vários saraus periféricos da cidade (como “Biqueira Literária” e “Canto Periférico”), mas que ainda não haviam sido reunidos e publicados em edição própria. Além disso, traz vários outros poemas que fazem referência a poesia concreta e a poesia marginal, dos anos 60 e 70, com grande apelo visual e estético e que estabelece relação direta com o movimento de literatura marginal-periférica ao qual o escritor está vinculado.

Feito em parceria com a designer Silvana Martins (Sarau da Ademar), o livro é uma provocação já em seu formato: 60 páginas unidas, divididas por dobras de uma folha única, que o torna um livro-objeto manipulável, estabelecendo assim diferentes leituras – e usos – por seus apreciadores.



O lançamento está marcado para sábado, dia 24 de maio, das 15hs as 18hs no Hussardos – Clube Literário: Rua Araújo, 154 – 2º andar – Centro – SP. A entrada é franca. A poesia, gratuita. E o livro: apenas R$ 13,00 (treze reais).

Haverá sarau e apresentação de convidados no dia além de várias outras surpresas. Não perca.

Fonte: Assessoria de Imprensa
  

LANÇAMENTO:
“Vendo Pó...Esia”, de Rodrigo Ciríaco
Sábado, 24 de maio, das 15hs as 18hs

LOCAL:
HUSSARDOS – CLUBE LITERÁRIO
Rua Araújo, 154 – 2º andar – Centro – SP

Próximo ao Love Story – Praça da República