domingo, fevereiro 08, 2015

ALAGAMENTO - ESCOLA ESTADUAL JORNALISTA FRANCISCO MESQUITA - A CULPA É DE QUEM?

Sim, é nesta escola que trabalho. Sim, é nesta escola que realizo meu trabalho literário. Sim, é aqui que acontece o Sarau dos #Mesquiteiros...

Há quase 10 anos sou professor na EE Jornalista Francisco Mesquita. Há quase 10 anos que esta mesma história se repete, em vários momentos. Mesmo com várias reformas, telhado, parte hidráulica, encanamento, sempre são paliativos. Nunca se atinge o cerne do problema, a estrutura da escola.

O governo do Estado de São Paulo, do sr. Geraldo Alckmin​, há quase 10 anos tem pleno conhecimento desta situação, através de seus órgãos responsáveis como Secretaria Estadual de Educação, FDE - Fundação para Desenvolvimento da Educação e Diretoria de Ensino Leste 01. Mas nunca fizeram algo definitivo, que resolvesse o problema. O resultado, este que aí está: estudantes, professores e profissionais da educação em risco, com aulas suspensas e materiais danificados.

Vergonha, raiva, indignação e impotência são os sentimentos que me atingem. No momento é isso.

Que o vídeo se propague. Que as pessoas se revoltem. Que algo seja feito. Justiça, é o desejo.


segunda-feira, fevereiro 02, 2015

ESCLARECIMENTOS - VENDO PÓ...ESIA



Salve, Rapa.

Já aconteceu na outra vez, em setembro do ano passado, por conta da publicação desta matéria

(http://g1.globo.com/sao-paulo/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/noticia/2014/08/rapper-inova-ao-distribuir-poesia-em-tubos-de-drogas-vicio-em-leitura.html)

e agora, devido a vários compartilhamentos via Facebook, várias pessoas me perguntando, questionando sobre o termo, a origem, a citação do "Vendo Pó...esia" e a não relação com o meu trabalho. Então, bóra explicar.

Em 2007, passei a frequentar a FLIP - Festa Literária Internacional de Paraty, para conhecer, divulgar o meu trampo. Vender nas ruas. Venda nas ruas é osso, tem que se virar nos 03 segundos, prender a atenção de alguém, fazê-lo parar. Várias estratégias de vendas, acompanhando a galera dos Maloqueiristas e outros vagabundos poéticos do RJ, BA, PE, aprendendo muito sobre abordagens e tal. Uma delas era:

- E aí, amiga: gosta de pó...esia?
- Você lê poetas vivos ou nem dos mortos?
- Vai com dedicatória do autor ainda vivo...

Daí pra frente, fui várias outras vezes para a FLIP. Sempre enfrentando as ruas de pedras sinuosas, os fiscais enchendo o saco. A indiferença - muitas vezes - da FLIP Fashion Week. E outros problemas. Em 2009, dei flagra com a câmera da apreensão dos livros "Descaminhar", de Pedro Tostes, e fizemos um bom barulho.

http://efeito-colateral.blogspot.com.br/2009/07/flip-parati-para-todos.html

Em 2012, novos problemas: os seguranças, policias disfarçados embaçaram de novo com as vendas, principalmente com a abordagem do "vendo pó, vendo pó... vendo pó...esia". Segue o vídeo aí;

https://www.youtube.com/watch?v=GpJs5nHFPNE

Aproveitando a polêmica da FLIP, de observar o quanto a parada mexia com as pessoas, lancei o meu poema "Biqueira Literária", que traz todas estas abordagens da rua, além de uma provocação sobre a repressão na FLIP, em 13 de julho de 2012. Pra quem quiser conferir, segue aí:

http://efeito-colateral.blogspot.com.br/2012/07/biqueira-literaria.html

Pouco depois, em 2013, o Renan em uma licença "poética", fez o #PinoPoético, para distribuir em suas ações literárias. Por conta do "Vendo Pó...esia" e dos desdobramentos que ele acompanhou comigo, no ano anterior. E a parada foi essa.

SOBRE A MATÉRIA

A matéria citada acima, primeiro link, traz a seguinte informação:

"A ideia de colocar poesia dentro de cápsulas comumente usadas na bioquímica e também por traficantes para embalar drogas como a cocaína, surgiu da expressão “traficar informação”, sempre muito usada no rap."

Realmente, a expressão "tráfico de informação" existe no Hip Hop a mais de uma década, pelo menos. Mas para esclarecer: o "Vendo Pó...esia" e todos os "produtos decorrentes" (poema, livro, pinos), apesar de ter clara ligação e influência com o Hip Hop, neste caso não veio daí. Veio da abordagens das ruas, veio da provocação nas pessoas. Veio deste histórico que repassei acima.

Acho chato quando vejo algumas matérias falando destes eventos e não associa a este trabalho. E fica mais chato ainda quando as pessoas me questionam, cobram um posicionamento ou até me "defendem". Por isto, precisava passar a minha posição sobre a parada.

A fita é essa. Agradeço as várias, dezenas de pessoas que me marcaram nas postagens, marcaram a página VENDO PÓ.ESIA nas publicações, questionaram a não relação com meu nome e com o que faço. Acho justo, até. Valeu.

Rodrigo Ciríaco