"Enquanto houver um explorado e um oprimido não haverá paz"
Horrores
Abu Omar, clérigo muçulmano que vivia na Itália, foi seqüestrado pela CIA nas ruas de Milão em 19 de fevereiro de 2003. A CIA contou com ajuda do serviço secreto do então primeiro ministro Silvio Berlusconi.A juíza Caterina Interlandi resolveu acusar 26 espiões americanos e sete italianos, entre eles o ex-chefe do serviço secreto militar do país Nicollo Pollari. O julgamento está marcado para começar no dia oito de junho, provavelmente sem os espiões de Bush já que eles retornaram a seu país. Abu Omar foi parar numa prisão egípcia onde sofreu brutalidades sem fim. A tortura era diária. Seus tornozelos e antebraços têm cicatrizes, foi pendurado de cabeça para baixo, recebeu choques elétricos, inclusive nos órgãos genitais. Tem problema de incontinência urinária e só 30% da audição nos dois ouvidos. Nos quatro anos que ficou preso não lhe permitiram tomar nenhum banho. Tentou o suicídio três vezes. “Fui objeto de abuso sexual e sodomizado duas vezes”, contou entre lágrimas ao deixar a prisão, no começo de fevereiro. Foi libertado sem acusações.
Mercenários
Nos massacres diários que ocorrem no Iraque, um grupo se destaca. E que grupo. São mais de 120 mil mercenários provenientes dos cinco continentes, principalmente do Zimbábue, Irlanda do Norte, Grã Bretanha, Estados Unidos, França, África do Sul e Israel. Os mercenários israelenses recebem um abono especial porque falam o árabe.Estes “soldados da fortuna” portam armamento de última geração. Ao serem indagados para quem trabalham, respondem com sorriso cínico:- Para todos – questionados se possuem algumas regras, o cinismo é maior ainda:- Nenhuma.Vale acrescentar que o número de mercenários deve ultrapassar o numero de militares americanos ainda este mês. Por tanto, quando Bush diz que vai enviar mais 21 mil soldados, essa cifra deve ser acrescida não aos 120 mil, mas aos 240 mil.
Informação e manipulação
A informação é da BBC: Soldados americanos apagaram imagens feitas por jornalistas da Associated Press.Os jornalistas disseram que as imagens apagadas mostravam um local de ataque no Afeganistão onde oito civis morreram e 35 pessoas ficaram feridas no incidente. De acordo com os jornalistas, as câmeras continham ainda o vídeo de um veículo em que três pessoas foram mortas a tiros. A ONG Repórteres Sem Fronteiras condenou a suposta ação das forças americanas e criticou a maneira como eles lidaram com a imprensa.Essa é a informação, agora a manipulação das palavras. Oito civis morreram e 35 pessoas ficaram feridas no incidente. Incidente? Ou massacre, já que todos eram civis? Mas a manipulação continua: A ONG Repórteres Sem Fronteiras condenou a suposta ação das forças americanas... Suposta? Foi filmado e gravado e chamam de suposta?Infelizmente é nisso que se transformou a informação. E somos todos reféns...
Corumbiara
No esquecido e impune massacre de Corumbiara (RO), e já lá se vão quase 12 anos, depoimentos de sem-terra, gravados em vídeo, esclarecem que tiveram que beber o sangue e comer os miolos dos companheiros mortos, obrigados que foram pelos soldados da Policia Militar do Pará. Uma menina de 10 anos conta como viu os soldados cortarem o pescoço de um sem-terra com a moto serra. Há também relatos de estupros.O silêncio chega a ser ensurdecedor!
Desaparecidos
A ONG de Defesa dos Direitos Humanos Human Rights Watch denuncia: o governo dos Estados Unidos ignora o paradeiro de dezenas de prisioneiros que foram capturados por agentes da CIA. Joanne Mariner, diretora do setor de terrorismo e contra-terrorismo da Human Rights Watch declarou: “O presidente Bush nos disse que os últimos 14 detentos da CIA haviam sido enviados a Guantánamo, mas há muitos outros prisioneiros da CIA cujo destino ainda é desconhecido. A pergunta é: o que aconteceu com essas pessoas e onde estão elas agora”?Com todo o respeito à respeitável Human Rights Watch, nossa experiência em prisões nos permite responder, sem qualquer sombra de dúvidas, e lamentavelmente, que os infelizes prisioneiros devem estar enterrados em alguma vala comum ou então atirados ao mar depois de terem as mãos cortadas. É brutal, mas é assim que os torturadores agem, seja no terceiro ou no primeiro mundo.
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