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segunda-feira, abril 13, 2015

PREFEITURA DE SÃO PAULO E O DURO GOLPE NA CULTURA DE PERIFERIA


Programa “Veia e Ventania – Literatura Periférica nas Bibliotecas de São Paulo”, que acontecia desde 2011 nas Bibliotecas Municipais com alguns dos principais saraus da cidade está há 05 (cinco) meses parado, sem previsão de retorno por “falta de recursos”.

A cidade de São Paulo tem atualmente um dos principais movimentos culturais do cenário contemporâneos: a literatura marginal e os saraus da periferia. E isso não sou eu quem estou dizendo, é possível constatar através do crescente movimento pela cidade nos últimos anos, do volume de estudos, teses acadêmicas (mestrado e doutorado) sobre o assunto, de alguns (ainda poucos) editais que preocupam-se em atender a grande demanda dos coletivos literários. Das feiras, festas e eventos, nacionais e internacionais, que cada vez mais nossos autores participam.

Saraus participam da 40a Feria Internacional del Libro - Buenos Aires, Argentina (maio/2014)

Desde 2011, que acontece um importante programa de ampliação de público, formação de leitores, fomento a leitura e difusão literária: o “Veia e Ventania – Literatura Periférica nas Bibliotecas de São Paulo” envolvendo os saraus da quebrada. Ou melhor: acontecia. O programa está desde dezembro do ano passado parado. O motivo: “falta de recursos”.

Sarau dos Mesquiteiros na Biblioteca Municipal Rubens Borba, Ermelino Matarazzo

Grupos como Sarau do Binho, Cooperifa, Elo da Corrente, Sarau da Brasa, Arte Maloqueira (Juntas na Luta), Mesquiteiros, O que Dizem os Umbigos?!, Perifatividade, A voz do Povo, Encontro de Utopias, A Plenos Pulmões, Maloqueirista e Marginaliaria foram alguns dos que passaram pelo programa ao longo destes 04 anos, através de contratações artísticas. E que desde julho do ano passado estavam em diálogo com o Sistema Municipal de Bibliotecas, da Secretaria Municipal de Cultura para a criação de um edital do programa, para ampliar o número de grupos e bibliotecas atendidas pelo mesmo.

Neste período, mais de 08 encontros foram realizados entre integrantes dos saraus e representantes da secretaria de cultura, discutindo formato do edital, contratações, organização, valores.

Em 09 de dezembro do ano passado, vários coletivos de saraus estiveram presentes na Câmara Municipal de São Paulo, durante a Audiência Pública sobre o Orçamento da cidade para 2015, e apresentaram a proposta de emenda no valor de R$ 1.800.000,00 (hum milhão, oitocentos mil reais). Com este valor, seria possivel realizar o programa durante 10 (dez) meses, com a contratação de 30 grupos/saraus para atuar nas bibliotecas da rede municipal. A emenda foi aprovada e os grupos celebraram esta grande conquista para a cultura da periferia.

Ruivo Lopes em fala na Audiência Pública na Câmara, 
09 de dezembro de 2014


Rodrigo Ciríaco em fala na Audiência Pública na Câmara, 
09 de dezembro de 2014


Detalhe da emenda ao orçamento, publicado no D.O. do município,
em 18 de dezembro de 2014 
LINK da publicação: CLIQUE AQUI


Após a posse do novo secretário de cultura, Nabil Bonduki, os coletivos pediram uma reunião para discutir, entre outras coisas: 1) Edital Veia e Ventania, 2) PMLLLB – Plano Municipal do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas e 3) Carta – Existe Diálogos Saraus, pauta de reivindicações dos coletivos entregues em novembro de 2013 ao então secretário de cultura Juca Ferreira mas, que houve poucos avanços práticos, no que se refere a literatura na cidade de São Paulo.

No dia 09 de março deste ano, representantes dos coletivos de saraus foram recebidos e informados pelo secretário no corte de 30% (trinta por cento) do orçamento da cultura para a cidade, mas que o programa seria mantido, com algumas mudanças nos volume de recursos. E que as ações voltadas para os saraus e a literatura marginal seriam incluídas em importantes ações como o “Circuito SP de Cultura” e a programação cultural dos CEU – Centro de Educação Unificada. Bastaria aguardar até a primeira semana de abril para a definição.

Todavia, até o presente momento, não temos resposta sobre a continuidade ou não do programa. O programa “Veia e Ventania – Literatura Periférica” está há 05 meses parado. Todo o trabalho fortalecido pelos saraus como o estabelecimento de parcerias entre a biblioteca e escolas, comunidades; a formação de público, a divulgação e realização de cursos, encontros literários promovidos pelo Veia virou poeira. E o amargo gosto de ter sido passado para traz está na boca dos coletivos...


Galera presente no último Sarau dos Mesquiteiros
na biblioteca, novembro de 2014

E o que é pior: se houve corte de 30% (trinta por cento) no orçamento da cultura, este “facão” parece que foi integral para os coletivos literários da quebrada: de março à maio de 2015, não há nada da literatura marginal e dos saraus periféricos no “Circuito SP de Cultura”. E a revista “EmCartaz”, que divulga as ações culturais da prefeitura, também ficam devendo. Chega-se a pensar: seria intencional esta retirada da literatura marginal-periférica do circuito cultural da cidade? Esperamos que não.

CircuitoSP de Cultura e "EmCartaz": facão geral na #programação
de literatura marginal-periférica!

Cansados apenas de aguardar, aguardar, aguardar, vários coletivos literários resolveram chamar um ato/sarau para divulgar e exigir respostas desta situação: o #FORCALITERÁRIA, que acontecerá na sexta-feira, dia 17 de abril, a partir das 18hs, em frente ao prédio da Galeria Olido, na Avenida São João (próximo da Ipiranga), local em que está instalada a Secretaria de Cultura. Clique aqui e veja o link do evento no Facebook.

Clique na imagem para ampliar

O sarau dos Mesquiteiros, que desde meados de 2012 integrou o programa “Veia e Ventania”, participou de várias reuniões de organização do edital e ampliação do programa, e assim como os outros grupos está decepcionado com a postura e atitude da secretaria municipal de cultura de SP em relação ao assunto, apoia o ato e estará presente.

Esperamos que o prefeito Fernando Haddad, assim como o atual secretário municipal de cultura Nabil Bonduki, possam rever a política cultural que está sendo pensada e implementada para a cidade no que se refere a literatura e que a literatura marginal e o saraus da periferia tenham respeito e reconhecimento devido pelo poder público a eles.

Rodrigo Ciríaco, educador e escritor, coordenador do Sarau dos Mesquiteiros, integrante do movimento de saraus da Periferia.

#FORCALiterária
#VoltaVeiaVentania
#ReSPeitoSarausPeriferia

Para ver outro artigo importante sobre o assunto, no parceiro Michel Yakini, clique aqui na página do BRASIL DE FATO.

segunda-feira, março 02, 2015

A HORA E VEZ DO PNLL! - RODRIGO CIRÍACO

A HORA E VEZ DO PNLL!



PNLL é abreviação do Plano Nacional do Livro e Leitura. Trocando em miúdos, é uma proposta de institucionalizar no Brasil uma política voltada para o livro e leitura e toda a chamada “cadeia produtiva”: escritores, editores, livreiros, distribuidores, gráficas, fabricantes de papel, administradores, gestores públicos e outros profissionais do livro, bem como educadores, bibliotecários, universidades, especialistas, organizações da sociedade, empresas públicas e privadas, governos estaduais, prefeituras e interessados em geral, além do público leitor. Ufa! A turma é grande.

Essa discussão não é recente. O PNLL tem quase dez anos de atuação, com um acúmulo de discussões, textos, encontros, plenárias, propostas muito produtivas feitas por todo o Brasil. E além do PNLL, quando pensamos em políticas para o livro, leitura e biblioteca, podemos dar um salto ainda maior, de 90 anos atrás. Por exemplo em 1925, quando Monteiro Lobato cria uma editora brasileira de alcance nacional, com inovador sistema de distribuição que incluía lombo de burro, trem e barco. Ou ainda de 80 anos, quando em 1935, Mario de Andrade, diretor de cultura do município de São Paulo, expandiu a ideia de biblioteca, abrindo espaço para jovens e crianças, criando unidades móveis na biblioteca que hoje leva seu nome e, dois anos depois (1937), cria o Instituto Nacional do Livro, que existiu até 1990, quando o governo Collor entre suas “boas ações” extinguiu o Instituto e dispersou dezenas de seus funcionários, reduzindo ao Departamento Nacional do Livro (com apenas quatro funcionários), dentro da FBN – Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.[1]

Pensar um Plano Nacional do Livro e Leitura é colocar a formação de leitores como uma política de Estado, não apenas de um ou outro governo. É encarar a formação de leitores como estratégica no desenvolvimento do país, dentro de perspectivas indissociáveis como cultura e educação; governo e sociedade.

A primeira proposta do Plano para que isso efetivamente aconteça é deixar de ser um plano e tornar-se Lei, a partir da aprovação de seu projeto – que no presente momento está na Casa Civil, aguardando liberação de seu jurídico para ser encaminhado ao Congresso. Com isso, o Estado se vê obrigado a criar instrumentos gerenciais para sua aplicabilidade, que dentro da proposta é a (re)criação de um “Instituto Nacional do Livro e Leitura”, com equipe, estrutura e orçamentos necessários para efetivar esta política a nível nacional, estimulando os municípios e estados a elaborarem seus planos com diretrizes claras oferecidas pelo PNLL.

Uma política de formação de leitores, de incentivo a leitura, literatura e bibliotecas, não pode ser associada simplesmente a escola e educação, como muitas vezes acontece hoje. Até porque seus desafios vão muito além do ambiente escolar, com consequência para toda a vida: universitária, profissional (basta pensar nos milhões de jovens e adolescentes, que concluem o Ensino Médio ou abandonam a escola ainda como “analfabetos funcionais”). Ela necessita ser permanente, continuada, atrativa. É uma questão de “saúde pública”, como diria o poeta Sérgio Vaz - “Quem lê enxerga melhor”. De conscientização e libertação: crítica e política, como diria o poeta Binho – “Uma andorinha só não faz verão, mas pode acordar o bando todo”. De redução das margens e da desigualdade social, como bem expressou o poeta Marco Pezão – “Nóis é ponte e atravessa qualquer rio”. Aliás, Sérgio Vaz, Binho e Marco Pezão, referências como poetas e produtores culturais, na criação dos dois mais antigos e importantes saraus periféricos da cena paulistana: o sarau da Cooperifa e sarau do Binho.

A referência aos saraus aqui não é gratuita. Notoriamente reconhecidos como uma das ações mais importantes e significativas no campo da cultura brasileira contemporânea, são responsáveis pela “popularização” da literatura nos espaços mais diferentes e dinâmicos possíveis: bares, praças, ruas, ônibus, trens, metrôs, associações de moradores, e até mesmo em centros culturais, bibliotecas e escolas! Tem uma grande contribuição na mediação de leitura, na ressignificação do que é o livro, literatura e poesia; além de fomentar o surgimento de novos poetas, escritores, editores independentes e todo um mercado do livro e leitura para além do “mercado tradicional”, de grandes editoras e redes de livrarias.

Não apenas por ser “cria” dos saraus, mas vejo que estes são a referência mais explícita do que é a essência prática do PNLL – e seus 04 eixos de trabalho – em ação: 1) Democratização do acesso; 2) Fomento à leitura e à formação de mediadores; 3) Valorização institucional da leitura e incremento de seu valor simbólico e 4) Desenvolvimento da economia do livro.

Com uma política nacional do livro, a perspectiva é que ações como a dos saraus, bibliotecas comunitárias, contação de histórias entre outros sejam ainda mais conhecidas, amplificadas e, principalmente, tenham condições e recursos para realizar seus trabalhos muito além de uma vontade política de governo ou partido “A, B, C”, ou de ações sociais de editoras, organizações não governamentais, ou ainda de militâncias pessoais, educativas e culturais. É imprescindível que ações como essa se tornem política de Estado. A formação de leitores como um verdadeiro (e não deturpado) ato de segurança e integridade nacional.

É chegada a hora e vez do PNLL. É chegado o momento de retomar ações de formação de leitores para além da escola, além de iniciativas pessoais ou localizadas. É chegado o momento de dar, ao livro e leitura, o status e importância que merecem. É como disse o poeta Mario Quintana: “Livros não mudam o mundo. Livros mudam as pessoas. As pessoas mudam o mundo”. Que possamos ser protagonistas destas mudanças, colocando as políticas do livro e leitura no lugar de destaque e projeção que elas merecem.


Rodrigo Ciríaco é educador e escritor, integrante do movimento de saraus periféricos de SP e representante da sociedade civil no Conselho Diretivo do PNLL – Plano Nacional do Livro e Leitura.




[1] SANT’ANNA, Affonso Romano; Apresentação em: CASTILHO, José Castilho (organizador). Plano Nacional do Livro e Leitura – Textos e Histórias (2006 – 2010) – São Paulo: CulturaAcadêmica Editora, 2010.



PARA SABER MAIS: 

PNLL: http://www.cultura.gov.br/pnll - site oficial do PNLL, com informações gerais, publicações e decretos.

PMLLLB / SP: http://pmlllbsp.com/ - A cidade de São Paulo está na fase de construção do seu Plano Municipal, entrando na etapa dos encontros regionais. #ProcureSaber e participe!

quinta-feira, dezembro 18, 2014

FINAL - RACHÃO POÉTICO - COPA MUNDÃO DE POESIA - BIBLIOTECA ALCEU AMOROSO LIMA, 14 DE DEZEMBRO DE 2014

POESIAS BACANTES É CAMPEÃO
PRIMEIRO RACHÃO POÉTICO – COPA MUNDÃO DE POESIA



Domingo é dia de futebol. E poesia. E com o encerramento do brasileirão, neste 14 de dezembro de 2014 rolou também a nossa final. Da Copa Mundão. Rachão Poético – Copa Mundão de Poesia. E o time que levou foi o Poesias Bacantes, formado por Beto Bellinati, Isabela Penov e Luz Ribeiro.



A disputa envolveu seis times, que venceram as etapas eliminatórias e garantiram vaga para a final: Clube Atlético Passarinheiro (Junho), Maloca Poesia Clube (Julho), Trietê (Agosto), De(s)generadas (Outubro), Poesias Bacantes (Outubro/II) e Crianças Armadas (Novembro). (In)felizmente, as Crianças Armadas abandonaram seus projéteis e foram brincar no parquinho, o que também tá valendo (rs). Cinco times disputaram a finalíssima.



Quem deu o pontapé inicial, segundo o sorteio, foram os Passarinheiros, representados por Luiza Romão, Ni Brisant e Victor Rodrigues, trazendo a verve piriguista pro palco. Na sequência, Poesias Bacantes com o time já citado e depois Maloca, que teve uma alteração no seu elenco com a saída de Lews Barbosa e chegou com o time de Fabio Boca, Felipe Choco e Michel Cena7.

Aliás, a janela de transferência ficou escancarada ao longo dos meses, e os outros dois times sofreram alterações. Trietê foram representados por Paulo D’Auria, Jefferson Santana e Cissa Lourenço, depois da folga de Caranguejúnior e da transferência Jefferson Messias e as De(s)generadas sofreram uma baixa com o repouso justo da mamãe Carol Peixoto, substituída por Marina Vergueiro, que completou o time com Mel Duarte e Michele Santos. E foi nesta sequência que tivemos a primeira rodada classificatória (e eliminatória).



O destaque coube a balançadinha do bumbum vira-lata de Paulo D’Auria. Quem viu, viu – kkk...

A classificação ficou assim:

1º lugar: POESIAS BACANTES
2º lugar: TRIETÊ
3º lugar: DE(S)GENERADAS
4º lugar: PASSARINHEIROS
5º lugar: MALOCA

Como passavam apenas quatro times, Maloca deixou a competição.

E vamos para a SEGUNDA fase, com disputas entre segundo e terceiro, primeiro e quarto.



Os poetas do Trietê fizeram uma disputa justa e leal com as meninas De(s)generadas ou 3Ms ou M&Ms (Marina, Mel, Michele) mas não teve jeito, a futebolística poética do único time completamente feminino levou a melhor e garantiu a primeira vaga para a final.

Na segunda batalha da segunda fase, o Clube Atlético Passarinheiro, grandes favoritos por terem levados o Rachão em duas etapas e virem de uma temporada de concentração em terras mineiras (e estarem SEMPRE prontos, segundo eles mesmos – rs) cessaram o voo ao deparar com o Poesiatuques, ops, digo melhor Barbacantes, quer dizer: pela Poesias Bacantes, que no melhor estilo poesia corporal barbatuques mostraram entrosamento, jogo bonito e levaram a segunda vaga da finalíssima.



E como é final, e pra não ter chororô, tivemos a disputa do TERCEIRO LUGAR, entre Trietê e Passarinheiros. Mesmo com a tática de poesia de guerrilha, usando apenas pouco mais da metade do tempo permitido, o Trietê foi superado pelo C.A. Passarinheiros, que trouxeram o poema da Copa (do Mundo) e garantiram o terceiro lugar.

E na grande decisão do RACHÃO POÉTICO – COPA MUNDÃO DE POESIA, o primeiro destaque coube as #MULHERES, que dominaram a final já que apenas Beto Bellinati era o único representante masculino na disputa predominantemente feminina.



E ao final quem levou foi o time da Poesias Bacantes, que venceu novamente a terceira rodada, marcou um HAT-TRICK, já que foi o time que teve a pontuação mais alta nas três rodadas e levantou a taça do PRIMEIRO RACHÃO POÉTICO – COPA MUNDÃO DE POESIA!

Mas quem ganhou mesmo foi a poesia, com mais um evento consolidado na cena de saraus e slams de SP/Brasil!

Realizar o Rachão Poético foi muito importante. Temos certeza que ajudamos a fomentar a cena poética ao propor/problematizar que os poetas formassem times e jogassem em grupos, repensando a forma de interação e competição dos slams, expandindo para além das batalhas individuais.

Porque não basta ser bom. Tem que saber jogar.



Mais gostoso ainda foi ver que mais do que uma competição, cada Rachão foi uma gincana, uma grande bagunça poética. Uma grande festa literária em que a poesia foi espetáculo.

E no próximo ano tem mais. E você, já montou o seu time?

É ripa na chulipa, pimba na gorduchinha, taca fogo no boné do guarda: RACHÃO!




RACHÃO POÉTICO:

APRESENTAÇÃO: Rodrigo Ciríaco
COMENTÁRIOS: Daniel Minchoni e Renan Inquérito
ZEBRA ESPORTIVA: Monica Alves 

FOTOGRAFIA: Vinicius Sousa