segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Persisto!

Reconhece a queda e não desanima

Vou chorar minhas pendengas então, se não tiver interessado, pode ir para outro blog/sítio.

Ser professor não é fácil. Educar não é fácil.
Valorizo muito os bons professores que estão na ativa da rede pública, estadual ou municipal. Principalmente os da rede pública (gratuita e tentando fazer a qualidade!) Depois de 10, 20 anos continuam lá: firme e forte, preparando suas aulas, preparando suas atividades. Olho para eles e tento fazer deles o meu espelho. Gostaria muito de chegar a este tempo na ativa e ter a disposição que eles tem. Porque não é fácil. Nem um pouco.
E eles também são bem poucos...
E falando de maus profissionais, eu não culpo apenas os maus profissionais não. Eles tem uma parcela de culpa sim pois desistiram de travar a guerra. Sim, dar aulas é praticamente ir para a guerra. E ser professor(a) é ser Guerreiro. Desistiram da guerra mas não hasteiam a bandeira branca. Nem vão para o front. E nem assinam o armistício. E nem fazem porra nenhuma. Isso que é foda.
Mas, como eu tava falando, dar aulas não é fácil. Tenho uma preocupação gigantesca em dar aulas. Preparar-me, preparar as minhas atividades. Diversificar nos materiais pedagógicos. Estudar, estudar, estudar.
Nem sempre dá certo!
A situação de aula é sempre inédita, tá ligado? Nunca uma aula é igual a outra. Nunca. E se isso tem a sua parte boa, muitas vezes te destrói também. E hoje foi um dia daqueles. Fui do céu ao inferno em 08 aulas...
Eu queria falar muito mais sobre isso mas, deixo pra outro dia. A cabeça hoje tá cansada.
As vezes tenho vontade de tocar o botão do foda-se e partir pra fora da guerra. Porque acho que não sou capaz. Porque me sinto fraco. Porque eu não admitiria ser medíocre e fingir que dou aulas como fazem muitos professores que eu critico. É como um mestre, o prof. Julio diz: ou você é professor ou não é. Não tem essa de meio termo.
Por enquanto, quero ser professor. Se desistir eu aviso.
Hoje levei para a sala um texto do Marcelino Freire. Fiz a leitura nas 7ªs e 6ªs. O conto "Da Paz". A molecada curtiu. Vários pediram cópias. E fiz uma relação do texto com a questão da história e tal. Acho que foi bom.
Foda foram as quintas séries. E foram as últimas aulas. Por isso do céu ao inferno, sacou? Foi difícil. A última aula, as 17h30m, depois de trampar desde as 09H30m... Já estava no meu esgotamento mental, sem paciência. Os alunos também. Tocaram o barraco. Me desconcertaram. Me destruiram. O que salvou foi o beijo no rosto de uma aluna, ao ir embora, depois de eu descobrir que ela não sabia escrever e eu disse: nós vamos mudar isso. Ela foi lá me dar tchau. E foi embora. Um beijo de agradecimento, senti. E recompensou o meu final de tarde.
É foda, quinta série e não sabe escrever! Eu fico pensando: como um professor, alfabetizador é capaz disso? Não dá para culpar totalmente o aluno. Mas a culpa, em maior parte dos casos, recai sobre ele.
Abrindo a internet agora, as 21h11m, desanimado ainda, cansado, percebo porque eu preciso me fortalecer ("reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima"). Muitos guerreiros estão na luta comigo: Vaz, Sacola, Canto, Dinha, Buzo, Neide, Rose, da leste a sul. Inter ou fora continente: Gú, Fernando. Muita gente tá na luta. E por mais que a minha luta pareça isolada, desconectada... "Tamo junto"! Tá tudo junto e somado. E eu acho que a minha luta na Educação é muito, muito importante. E não posso desanimar. Não ainda
Bem, esse só foi mais um dia. Amanhã tem mais. Mas amanhã é um novo dia. Tudo pode acontecer.

R.C.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

*** SAFADEZAS NA ESCOLA ***

Não bastasse a onda de mediocridade que ronda a sociedade brasileira, principalmente quando o assunto tratado em questão é a Educação, nesta semana aconteceu mais um problema na minha escola: quarta-feira foi novamente assaltada!
Digo novamente porque, apenas no ano passado, houveram cerca de 05 invasões ao espaço escolar: roubo de televisores, computadores, telefones, videocassetes, dvds, armários de professores, liquidificadores, batedeiras... Nem a merenda escolar escapou! Apuração? Nhecas. Culpados? Nhecas. Prejudicados? Todos, em especial os alunos e alunas.
Não basta não ter uma sala decente para estudar. Não basta faltar professores. Não basta faltar livros, o teto ter goteira, etc, etc, etc,... A escola é constantemente violentada e o pouco, torna-se nada.
Sobram-se apenas perguntas "tostines":
- Será que a escola é assaltada por não ter segurança ou não tem segurança e por isso é assaltada?
- Será que a comunidade não protege e valoriza a escola por ela ser um lixo ou a escola é um lixo por não ser protegida e valorizada pela comunidade?
- Será que precisamos discutir a maioridade penal porque a nossa Educação não é séria ou a nossa Educação não é séria e precisamos discutir a maioridade penal?
- Será que quase duas décadas de governo tucano acabaram com a escola pública no Estado de São Paulo ou a escola pública no Estado de São Paulo acabou com as quase duas décadas de governo tucano?

É gente, o bicho é feio, e quando você acha que pegou firme no focinho, tá pegando só a ponta do rabo.
E segunda feira volta a rotina, tudo normal.
Ah não, detalhe: na minha escola vai ter RODÍZIO. É, tipo de carro sabe. Uma sala estuda a outra fica em casa, no dia seguinte troca. E assim por diante. Não tem sala para todos os alunos.
Mas isso é normal né galera. Não vai ter nenhuma COMOÇÃO NACIONAL se os alunos não estudam, não tem uma boa Educação.
Nem o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) será lembrado nessas horas.
E já falei de+.
Até.

Rodrigo Ciríaco

Em tempo: para quem acompanha aqui as notícias sobre a Ocupação Prestes Maia, depois de toda pressão política, jurídica, artística e social de apoiadores e do movimento, ao que parece, a reintegração foi suspensa por 60 dias.
Em breve outras infos. (RC)

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Pequena Saga a ser concluída:

Canudos é Aqui (?)

I
Perdidos no sertão
Caminhamos entre o chão rochoso
E tempestades de incerteza
Sobrepujamos o cansaço, a angústia,
O calor e as secas panelas.
Quase tombamos sobre a nossa vontade.

Ao redor
Uma vastidão do nada e da indiferença
Nos faz aflitos
Desejosos de um porto seguro
Um copo d’água
Uma ilusão perdida que possa
Sustentar mais alguns passos.

Quase não acreditamos,
Quando sobre olhos secos
Mareados, quase fechados,
Um prédio cravado, se emerge do chão
Uma construção de concreto,
Mais parece um canto de sereia,
Uma longa faixa,
Do céu ao chão estendida, claramente incendeia:
Canudos é Aqui!
Nós Somos o Sertão.

Acreditamos piamente
Não se tratar de mais uma ilusão,
Deixamos mochilas, deixamos o cansaço,
Deixamos todas as mentiras e os sonhos do acaso
E ofegantes, ainda corremos em sua direção.

Longas passadas, pernas cansadas,
Lembranças de idosos, crianças tombadas,
Não nos enfraquecem, não nos desmobilizam
Canudos é Aqui!

Túnica azul,
Sua longa barba branca,
Antonio Conselheiro vêm em nossa recepção
Espelha-se através
Dos olhos humildes, pequenos e sinceros,
A esperança no sertão.

Seria ilusão?

II
Árduo trabalho se inicia
Buscando fontes de água onde apenas se semeiam
A injustiça, a pobreza, a discriminação.
Ondas de lixo, ratos, baratas são removidas
Dando novo alento
Ao batido vermelho terra chão

Luz a gato clandestina se torna a saída
Para iluminar o moderno lampião
Canos são limpos, a água irriga
Lavando a alma de camponeses operários
Distantes da periferia, cravados no Centro por opção.

Organizamos festas pela nova vida
Ainda incertos pela posse da terra urbana
Entre o sim e o não
Alguma coisa acontece entre nossas vidas
Pouco distante da Ipiranga com a Avenida São João.

Mas o inimigo na seca germina
E não aceita uma organização popular no Centrão
Especuladores, empresários, a Justiça organiza
Reintegração de posse é definida então

Acontece que uma gente pobre quando se organiza
Faz jus a sua luta, de sofrimento e perdão
E contra a gentrificação que a cidade polariza
Erguem barricadas, coragem e força nas mãos.

O ardiloso inimigo se atemoriza
E por três, quatro, cinco vezes investe
Sem sucesso contra os operários da razão
Reorganizam as leis, manipulam a mídia
Para sempre favorecem os interesses da exploração

Tamanha insistência causa apenas desconforto
Mas não a entrega de valentes cidadãos
Que apesar de tudo organizam escolas,
Organizam festas, organizam a biblioteca
E a tornam símbolo maior da (maior) ocupação.

Artistas solidários se mobilizam
E dentro de interesses públicos/pessoais
Somam-se a luta do sertão
Fazem do prédio um foco, a lente do filme
Teses de mestrado, trabalhos de educação.

III
Anos se passam depois que esta luta se inicia
E quando há o meu encontro, ainda há muita sede
Muita disposição
Cavaleiros solidários ainda se fortificam
com unhas e dentes mantém firme a Ocupação.

Novos manejos os poderosos investem
Anulam a força, imprimem um termo de cooperação
Cooptam falsos líderes, investem dinheiro
Dividem o movimento, fraquejam a união

Quase não entendo quando vejo
Numa mística festa
Antonio Conselheiro defende o Sertão
“Daqui não saio, daqui ninguém me tira”
torna-se o hino da voz do povão.

Mas eu pergunto, de que vale o hino Conselheiro
Se nas lideranças não há mais a sede da Ocupação
Se existe o choque entre apoiadores e cavaleiros
Contra o vale coxinha e o Termo de “Cooptação”?

IV
Quanto mais eu corro
Parece que mais longe a esperança e o desejo ficam
Quanto mais eu sonho, mais eu acredito,
Entre acordos, lideranças aos desonestos republicanos
Se entregam.

Cheguei tarde demais?

Onde está a resistência?
Barricadas, trincheiras, sacos de areia?
Não fomos nós que sacamos as armas
Interrompemos o diálogo.
Queremos justiça!
Não haverá luta?

De longe, aumenta o meu desespero
E em segredo, a minha muda revolta
Por fazer eu crer ser possível
Se revoltar por inteiro
Acreditar na justiça,
Num sonho só de ida, sem volta.

Sem destempero, ainda longe da ocupação
Da gigantesca edificação, eu indago
Sem medo, como um insubordinado guerreiro
Canudos é Aqui?

De que adianta ter um Antonio Conselheiro
Se não resistiremos?
De que adianta o domínio, por quase cinco anos,
Se cordeiros, ordeiros, nos entregaremos?
De que adianta tanto empenho, tanta luta
Se sobre os meus olhos estúpidos e ingênuos
vejo pessoas humildes, tão simples
Sendo entregues a serpente e ao veneno.

Lembro-me dos dias em que, incrédulo,
Ouvi e acreditei:
Quem não luta tá morto!
Agora, eu apenas ouço
Quem luta dança
E isso não é apenas uma nova
Marchinha do carnaval.

Abaixo ao resistente sol quente
Tento manter a minha lucidez
E alguma sonoridade para a voz
Pois sei que a dor apenas começa
E ainda se preciso gritarei.

Apesar do vergonhoso acordo
As tropas do governo se preparam
Bombas com efeito, que de moral não há nada
Spray de pimenta, balas de borracha,
Cães verdadeiros e uma estimulada raiva
Novamente eu me pergunto
Canudos é Aqui?

Serão as crianças, presenteadas com vermelhas gravatas
Serão as mulheres, os idosos
Pisoteados como se fossem baratas.
Será o último homem, dizimado
Como se não fosse um nada.

Basta!

A história se repete
E mais parece uma piada.
Não, o sertão não vai virar mar
Apenas novas famílias serão despejadas
Canudos é realmente Aqui
Mas ao contrário, a resistência
Não foi armada
Não será até o último fio da navalha.
As semelhanças se encerram
E principiam apenas sobre suas famílias
Duras histórias de lutas, trabalho,
Sofrimento e privação sofridas
E sobre a onipotência de um governo
Que mais uma vez demonstra
De republicano e democrático
Não há nada!

Basta!

A história se repete
E mais parece uma piada.
Não, o sertão não vai virar mar
Apenas novas famílias serão despejadas
Canudos é realmente Aqui
Mas ao contrário, a resistência
Não foi armada
Não será até o último fio da navalha
As semelhanças se encerram
E principiam apenas sobre o profano/sagrado local
Prestes Maia
Que será dominado, implodido, retalhado,
Escombros para futuros arqueólogos
Sonho e casa perdida para centenas de mulheres,
Crianças e idosos
A desilusão entregue, perdida,
Ao tempo, as dolorosas lembranças,
Ao nada!

(rodrigo ciríaco)

domingo, fevereiro 18, 2007

TRAGÉDIA(s) ANUNCIADA(s)

Do Blog de Josias de Souza (Blogs da Folha)

"Deve-se ao repórter Wálter Nunes uma revelação desconcertante: documentos internos do Metrô de São Paulo revelam que os riscos de desmoronamento da linha 4 (Estação Pinheiros) eram do conhecimento dos responsáveis pela obra. A julgar pelo conteúdo dos papéis, intui-se que o acidente que custou a vida de sete pessoas foi fruto de negligência ou incompetência.

A cratera do metrô abriu-se em 12 de janeiro de 2007, no alvorecer da gestão de José Serra (PSDB). O desmoronamento soterrou um operário. Outras seis pessoas que passavam pela Rua Capri foram engolidas pelo buraco. Um ano antes, em 10 de janeiro de 2006, quando o inquilino do Palácio dos Bandeirantes ainda era Geraldo Alckmin (PSDB), documento oficial do metrô registrara um “aprofundamento na região do da Rua Capri.”

Trata-se de uma ata de reunião entre funcionários do Metrô paulista e do consórcio de empreiteiras que tocam a obra: OAS, Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez. Decidiu-se contratar um “consultor” para detectar a origem do “aprofundamento” da rua (veja trecho do documento abaixo).

Concluiu-se que o afundamento estaria relacionado a problemas na rede de água e esgoto da Rua Capri. A versão foi desmentida pela Sabesp, a Companhia de Águas e Esgoto de São Paulo. Os registros do “aprofundamento” sumiram das atas do Metrô. E a coisa ficou nisso.

Em 26 de maio de 2006, a obra enviou uma nova mensagem aos seus construtores. Nesse dia, uma funcionária do Metrô relata em e-mail reclamações de uma moradora da casa localizada no número 87 da mesma Rua Capri. "A senhora Carmen [de Leoni] reclama que há trincas e rachaduras pela casa toda (...). Esses problemas ocorrem há oito meses e ninguém resolveu até agora", anota o texto (veja abaixo).

Este segundo recado foi ignorado pelo Metrô e pelos construtores. Em 23 de janeiro de 2007, onze dias depois da abertura da cratera do metrô, as casas da região do acidente foram demolidas. Entre elas a de Carmen de Leoni.

A papelada que enrosca o governo de São Paulo e as empreiteiras num enredo de descaso encontra-se agora em poder do Ministério Público e da Assembléia Legislativa paulista, que investigam o caso. Oferecem um fio de meada que, se bem puxado, pode levar à identificação dos culpados que se escondem atrás de um incômodo anonimato."


http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/#2007_02-18_00_35_53-10045644-0


Teremos outras?


SALA DE AULA - Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita, Vila Cisper, Zona Leste de São Paulo. Mais informações, fotos, consulte:

http://efeito-colateral.blogspot.com/2007/02/mobilizao-da-comunidade-escolar.html

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/02/373244.shtml

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

CANUDOS É AQUI !!!


foto: Isaumir Nascimento
José Celso Martinez e Seu Severino - Teatro Oficina e Biblioteca Prestes Maia, juntos, contra o despejo.
o Zé Celso fará uma intervenção no Prestes na próxima terça, 20/02, a partir das 20hs, em apoio. "Canudos é aqui!"
Estão todos convidados.

CONFIRMADO: DESPEJO DO PRESTES MAIA

O empresário Jorge Hamuche pressionou, a prefeitura exigiu e a Justiça (hã, justiça?) decretou: a reintegração de posse do edifício Prestes Maia deve ser executada pela Polícia Militar até o próximo domingo, 25 de fevereiro!
468 famílias, uma biblioteca com mais de 15 mil livros, crianças, idosos, diginidade jogados na rua.
Ainda não aceitamos este despejo e, enquanto não for concretizado, resistiremos. Algumas ações foram programadas. Seja solidário, PARTICIPE:

AV. PRESTES MAIA, 911 - CENTRO - SÃO PAULO - SP

DIA 17/02 - sábado - no Prestes Maia - (a partir das) 14h - Oficinas e atividades como pintura da fachada, colagem de lambes, serigrafia e estampa de camisetas, pintura de faixas e cartazes, etc (levem materiais diversos como papel, tecidos, tintas e pincéis);- 15h - Bloco de carnaval dos sem-teto - percurso: do Prestes Maia até a Prefeitura;

DIA 18/02 - domingo - no acampamento na Prefeitura - (a partir das) 10h - Atividades culturais diversas (proposta do Fórum Centro Vivo);

DIA 20 - terça-feira - a partir das 16h - Prestes Maia - 16h - Ações de leitura, contação de histórias, sarau; - 18h - Filme "Canudos";- 20h - Performance José Celso sobre o tema "Canudos";- Festa (a definir atividades, estamos tentando chamar uma escola de samba e outrosmúsicos / bandas, pensamos em projeção de imagens como mostra de vídeos e/ou VJ); - Atividades e ações propostas pelos moradores (a serem articuladas);

DIA 22 - quinta-feira - horários a definir - Prestes Maia- Cordão (desfile / passeata) - do Prestes até a Prefeitura (estamos tentando a participação de uma escola de samba);- Reunião de preparação das ações do dia 25/02 (dia do despejo, se houver) e vigília do dia 24 para o dia 25;

DIA 24 - sábado - a noite - Prestes Maia - Vigília, ações e intervenções a definir;- Montagem de barricada com livros na porta do Prestes;

DIA 25 - domingo - a partir das 6h - despejo Prestes Maia (?)- Ações simbólicas- Brigada de documentação em foto e vídeo, divulgação de informações em tempo real;

You Tube - PRESTES MAIA

Edifício Prestes Maia
http://www.youtube.com/watch?v=7u52ZkIqP_4

Ato Prestes Maia - Londres/ING
http://www.youtube.com/watch?v=2Nn1qYONznk

IMPRESSÕES Preste Maia
http://www.youtube.com/watch?v=2FBNFU7GFzM

Digite PRESTES MAIA no You Tube e veja outros vídeos sobre a maior ocupação urbana da América Latina.
http://www.youtube.com/

terça-feira, fevereiro 13, 2007

MOBILIZAÇÃO da Comunidade ESCOLAR

Comissão de Reforma
Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita

* Carta Aberta à Sociedade *

A existência de uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade é notoriamente reconhecida em Declarações Internacionais, na Constituição Brasileira e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/96) como fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, humana, tolerante e democrática.
Os Pais, Alunos, Funcionários, Direção e Professores da Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita tem por objetivo comum, dever e compromisso público, zelar pelo efetivo exercício deste processo educacional, em todos os níveis de Ensino.
Infelizmente, a qualidade do Ensino, a Saúde, a Segurança e a íntegra Formação de todos os cidadãos envolvidos no processo educativo está seriamente ameaçada com as atuais condições físicas e estruturais existentes em nossa escola. Problemas relacionados à cobertura da mesma provocam constantes alagamentos dentro das salas de aula e corredores em dias de chuva, embolorando paredes, lousas e danificando mesas e carteiras, patrimônio Público. As permanentes infiltrações nas paredes ameaçam o teto e instalações elétricas, sendo algumas tomadas e interruptores desativados devido ao risco iminente de curto-circuito. Além disso, a Quadra, utilizada para a prática esportiva e outras atividades não pode ser usada, devido ao risco de queda de telhas e a ausência de proteção em suas laterais.
Este quadro drástico exigiu o fechamento de 07 (sete) salas de aula, de um total de 18 (dezoito), a fim de resguardar a segurança de alunos e dos profissionais da educação em horário de serviço, além da readequação de outras salas (laboratório, direção e sala de informática) para que todas as salas de aula possam ter a garantia de funcionar neste ano letivo.
A situação poderia ser ainda pior se não fosse do conhecimento público desta comunidade escolar a aprovação de uma reforma para a EE Jornalista Francisco Mesquita no valor estimado de R$ 600.000,00 (Seiscentos mil reais), publicado no Diário Oficial do Estado no mês de Novembro de 2006. Porém, até o presente momento, não se teve início ao processo de Reforma da Escola e, agora, com o início do Ano Letivo de 2007 e com alguns dos problemas aqui apresentados, não temos mais condições nenhuma de esperar.
Através do trabalho conjunto de Pais, Alunos, Direção, Funcionários e Professores da EE Jornalista Francisco Mesquita, foi instaurada uma Comissão para acompanhamento da Reforma na Escola, com o intuito de que as reivindicações e necessidades da Comunidade Escolar sejam atendidas e para que possamos finalmente trabalhar, com condições dignas e adequadas, por uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade.
Sendo assim, esta presente Comissão solicita imediatas providências as Autoridades competentes para que se tenha início a Reforma da Escola e o atendimento deste nosso apelo, nada mais do que um Direito, constitucionalmente garantido!
Sem mais,

Comissão de Reforma
EE Jornalista Francisco Mesquita
São Paulo, 12 de Fevereiro de 2007
______________________________________
VEJA FOTOS DA ESCOLA NOS HISTÓRICOS ABAIXO.
Rodrigo Ciríaco

domingo, fevereiro 11, 2007

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DISCO RISCADO (elucubrações
sobre um disco rígido)

rodrigo ciríaco

CRIME: Menores assassinam casal de jovens
MÍDIA: Repetição consecutiva da notícia,
Sensacionalismo não investigativo
ECA: Internação de três anos como limite estabelecido
KU KLUS KLAN: Redução da Maioridade Penal
DH: - É preciso investir em educação
adotar medidas de programas sociais de integração e inclusão,
como teatro, esporte, cinema,
palestras, reuniões com pais etc.
PÓS-COMOÇÃO: Nenhum ATO efetivo

CRIME: Escolas Públicas há três meses sem professores
MÍDIA: Não considera notícia
ECA: Não é recordado
KU KLUS KLAN: Não se importa, há escola particulares
Para seus filhos
DH: É preciso que o Estado invista em Educação
Saúde, programas sociais de integração e inclusão.
PÓS-DEPRESSÃO: Nenhum ATO efetivo

CRIME: Menor participa de assalto que arrastou menino
MÍDIA: Repetição consecutiva da notícia,
Sensacionalismo não investigativo.
ECA: Internação de três anos como limite estabelecido
KU KLUS KLAN: Redução da Maioridade Penal
DH: - É preciso investir em educação
adotar medidas de programas sociais de integração e inclusão,
como teatro, esporte, cinema,
palestras, reuniões com pais etc.
PÓS-COMOÇÃO: Nenhum ATO efetivo

CRIME: Escolas públicas deterioradas, sem condições de ensino
MÍDIA: Não considera notícia
ECA: Não é recordado
KU KLUS KLAN: Não se importa, há escola particulares
Para seus filhos
DH: É preciso que o Estado invista em Educação
Saúde, programas sociais de integração e inclusão.
PÓS-DEPRESSÃO: Nenhum ATO efetivo

CRIME: __________________________________
MÍDIA: __________________________________
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ECA: ____________________________________
KU KLUS KLAN: ____________________________
DH: _____________________________________
_________________________________________
PÓS-COMOÇÃO:
PÓS-DEPRESSÃO: Nenhum ATO efetivo

sábado, fevereiro 10, 2007

VIOLÊNCIA NA ESCOLA

Sala de Aula alagada - detalhe "PAZ"

Infiltrações, paredes e lousas emboloradas.

Detalhe do teto - ausência de lâmpadas, risco de curto-circuito e queda

Corredor molhado - risco de acidentes

Detalhe do interior das salas

Sala molhada, carteiras alagadas. Quer estudar aqui?
Estas são imagens da minha escola (ESCOLA ESTADUAL JORNALISTA FRANCISCO MESQUITA), Vila Cisper, Zona Leste de São Paulo. As fotos foram tiradas nesta quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007, após um dia de chuva.
OS ALUNOS RETORNAM DAS FÉRIAS NESTA SEGUNDA-FEIRA.
Das 18 salas de aula, 07 tiveram que ser desativadas pela Escola, para não colocar em risco alunos e docentes.
Um pedido de reforma para a escola foi feito há mais de 03 ANOS. Em novembro do ano passado, após concurso e licitação, foi publicada a autorização no Diário Oficial de Nov/06. TRÊS MESES, FÉRIAS E INSISTENTES PEDIDOS DEPOIS, NINGUÉM APARECEU NA ESCOLA.
Segunda-feira foi convocada uma reunião de Pais e Mestres. Uma Comissão para apurar e acompanhar a reforma foi instaurada.
Bem, por enquanto é isso. Observem bem as imagens, elas falam por si.
REVOLTANTE. E depois da barbaridade que aconteceu no RJ, "autoridades" dizem que é preciso investir em Educação, prevenção. Como? Assim?
Pro inferno.
R.C.

VIOLÊNCIA NA ESCOLA - II

Sala e carteiras molhadas - danificação do patrimônio Público

Mais uma sala totalmente alagada

Corredor de acesso as salas sem TELHA

Estado da Quadra - risco de queda de telhas e acidentes

Ausência de proteção lateral - risco de acidentes

Banheiro dos PROFESSORES - ausência de lâmpadas, goteira permanente e interruptor lacrado - risco de CURTO-CIRCUITO

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Prestes Maia


Para onde vão as 468 famílias ?

Sobre o Edifício Prestes Maia:

- O imóvel esteve abandonado por 17 anos;
- O local acumulava ratos, baratas e lixo;
- Era ponto de tráfico de drogas;
- O proprietário deve mais de R$ 05 milhões de reais em IPTU;

- Foi ocupado em novembro de 2002;
- O MSTC retirou 300 caçambas de lixo;
- Acabou com o tráfico;
- Deu moradia a 468 famílias
- Trabalhadores(as) da região central;
- Abriga no prédio 315 crianças;
- 380 adolescentes;
- todos matriculados em escolas da região.

O prefeito apoia o proprietário-devedor e pretende, junto ao Governo do Estado/PM, executar a decisão judicial de DESPEJO até o dia 04 de março de 2007.

Para onde vão as 468 famílias?
Para onde vão as 468 famílias?
Para onde vão as 468 famílias?
saiba mais informações sobre a Ocupação Prestes Maia nos links:

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

AÇÃO CULTURAL - Apoio aos Moradores do PRESTES MAIA

"Dignidade" - Antonio Brasiliano, em frente ao Ed. Prestes Maia.


Ação Cultural - Acampamento da Prefeitura / PRESTES MAIA

Ato em Apoio ao acampamento montado em frente a Prefeitura pelo MSTC/Ed. Prestes Maia (mais infos. abaixo).

Música - Poesia - Capoeira - e-o-que-mais-der-na-telha!

Compareça:
VIADUTO DO CHÁ
Quinta-feira, 08 de fevereiro
15:00hs, ao lado do Acampamento, na Prefeitura.


Traga a sua presença!

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Carta aberta do
MSTC – Movimento Sem Teto do Centro

Excelentíssimo Senhor Prefeito da Cidade de São Paulo
Dr. Gilberto Kassab”


Somos moradores do Edifício Prestes Maia, 911 e ao todo constituímos um grupo de 468 famílias. Neste local vivemos, trabalhamos, nossos filhos freqüentam a escola e ainda constituímos uma biblioteca com acervo de 15 mil livros.

Somos, ainda, mais 140 famílias pertencentes ao Programa Bolsa Aluguel e Locação Transitória e que juntos, somamos aproximadamente 4.000 pessoas (crianças, idosos e trabalhadores em geral ). Sob ameaça de despejo.

Para nós, famílias do Edifício Prestes Maia, o Juiz insiste no “despejo”, porque a COHAB desistiu da desapropriação do imóvel.

Não entendemos essa decisão da COHAB, pois o proprietário deve 5.800.000 (cinco milhões e oitocentos mil reais de IPTU), quase o valor do imóvel.

Já, nós, famílias do bolsa aluguel e locação Transitória, estamos com os contratos vencendo em fevereiro e março deste ano e a COHAB nos informou que estes não serão renovados. Isto contraria a lei..

Isto significa que nossas famílias serão jogadas na rua e que esta decisão da Prefeitura representa, para nós e toda a sociedade brasileira, uma grande desgraça!

È como se abrisse uma grande CRATERA sob os nossos pés, é como se fossemos sugados por um imenso buraco, sem saída e sem socorro para nossas vidas!

Por isso, senhor prefeito, estamos aqui.

Queremos uma audiência com o senhor para encontrar uma saída Digna para nossas famílias.

Precisamos que os contratos do Bolsa Aluguel sejam renovados e que nossas famílias do Edifício Prestes Maia sejam atendidas em outros projetos até que o imóvel seja desapropriado , transformando em moradia popular, atendendo a sua função social. Assim senhor Prefeito, podemos evitar o aprofundamento da imensa CRATERA SOCIAL existente no BRASIL.

São Paulo, 05 de fevereiro de 2007


MSTC – Movimento Sem Teto do Centro
Ivanete de Araújo – Coordenadora
Cel. 8915.5867

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Poemeto


FRUSTRAÇÃO

Ser humano
Ter um Cérebro
A vastidão como teto

E não ter Asas
Para Voar.

(rodrigo ciríaco)

O que é necessário para uma pessoa vir a ser escritor?

Salve pessoas,
Posto aqui o último texto enviado a minha pessoa pelo Poeta Affonso Romano de Sant'Anna. Aliás, excelente texto! Inspirativo. Quem acompanha este blog sabe que já postei outros dois falando sobre "o que é necessário para uma pessoa vir a ser um(a) escritor(a)". Quem ainda não viu, dê uma olhada no histórico.
E para quem não conhece o trabalho do Affonso, recomendo a leitura dos livros de poemas POESIA REUNIDA, volumes 01 e 02, da L&PM Pockets. Os livros são uma aula de poesia.

E se você curtiu o texto, posta o seu comentário aí.
R.C.


O LÁPIS E A FOLHA EM BRANCO
Affonso Romano de Sant’Anna

-O que é necessário para uma pessoa vir a ser escritor?
Pergunta simples. Resposta complexa.
Clarice Lispector no fabuloso “A maçã no escuro” nos diz algo a respeito. Algo, não, muito, a respeito disto. E ter a coragem e a competência para ler, mastigar, ruminar esse manual da escrita e da vida que é esse livro, é já um teste para quem se pensa escritor. Verdade é que o bom leitor, o que não quer necessariamente ser escritor, mas se escreve e se inscreve nos livros alheios, esse, vai ter também aí a prova de suas habilidades.
-O que nos diz Clarice?
Mais ou menos no meio do romance, o personagem Martim teve um impulso de escrever. Esse impulso, esclareça-se, surge numa progressão de descobertas de sua relação com o mundo: “Como um homem que fecha a porta e sai, e é domingo. Domingo era o descampado de um homem”. Ele já havia iniciado um aprendizado de observar e interpretar o seu entorno. Principiou pelo mais simples, pelo mundo mineral e vegetal. Reaprendeu a ver a natureza dentro e fora de si mesmo: as pedras, os pássaros, as vacas na fazenda. Já reaprendera a ver as roseiras, as abelhas, as samambaias e a surpreender a singularidade pungente e alarmante que cada objeto ou criatura tem. Já se aproximara de seu semelhante, estava descobrindo a mulher e o amor. Portanto, fora um longo trajeto de reelaboração interior articulado com a redescoberta do mundo.
Numa noite, dando sequência a esse percurso de pequenas epifanias, ele teve estranha necessidade de escrever: “Nessa noite, pois, ele acendeu a lamparina, pôs os óculos, pegou uma folha de papel, um lápis; e como um escolar sentou-se na cama. Tivera a sensata idéia de por ordem nos pensamentos e resumir os resultados a que chegara nessa tarde- uma vez que nessa tarde ele finalmente entendera o que queria. E agora, assim como aprendera a calcular com números, dispôs-se a calcular com palavras”.
Martim, no entanto, começa a ter algumas supresas e dificuldades: “Ele não sabia que para escrever era preciso começar por se abster da força e apresentar-se à tarefa como quem nada quer”. Surge, então, uma série de pequenos desconfortos até físicos que os criadores sentem nessa circunstância. Alguns, na hora de escrever, começam a se distrair involuntariamente. Resolvem dar um telefonema. Levantam-se para ir pegar água na geladeira. E querendo e precisando escrever, mas disfarçando a necessidade, começam a arrumar objetos que os cercam.
Como todo ato de criar, escrever( às vezes, até mesmo uma simples carta, relatório ou trabalho escolar), é colocar-se na borda do abismo. Martim “hesitava e mordia a ponta do lápis (…)de novo revirou o lápis, duvidava e de novo duvidava, com um respeito inesperado pela palavra escrita. Parecia-lhe que aquilo que lançasse no papel ficaria definitivo, ele não teve o desplante de rabiscar a primeira palavra. Tinha a impressão defensiva de que, mal escrevesse a primeira palavra e seria tarde demais”.
Ler Clarice, minhas amigas e amigos, é uma das angustiantes e deliciosas responsabilidades da vida intelectual. Lamento não poder reencenar aqui a densidade verbal do que ela segue narrando naquele livro. Seu personagem segue sofrendo para encontrar seu canal de expressão: “tudo o que lhe parecera pronto a ser dito evaporava-se, agora que ele queria dizê-lo”. E “de repente se sentiu singelamente acanhado diante do papel branco como se sua tarefa não fosse apenas a de anotar o que já existia mas a de criar algo a existir”.
Em meio às dificuldades em realizar algo que anteriormente lhe parecera tão simples, indaga-se o personagem se “teria havido um erro no modo como ele se sentara na cama ou talvez no modo de segurar o lápis, um erro que o depusera diante de uma dificuldade maior do que ele merecera ou aspirava? Ele mais parecia estar esperando que alguma coisa lhe fosse dada do que dele próprio fosse sair alguma coisa, e então penosamente esperava”. Enfim, ajeitando e reajeitando-se fisica e animicamente, “como um dócil analfabeto estava na situação de pedir a alguém: escreva uma carta para minha mãe dizendo o que penso. ‘Afinal que é que está acontecendo?’ Inquietou-se de repente. Pegara no lápis com a modesta intenção de anotar seus pensamentos para que se tornassem mais claros, fora apenas isso que pretendera! Reinvidicou irritado, e não merecia tanta dificuldade”.
E a autora vai enfatizando aqui e ali- “desolado, ele provocara a grande solidão. E como um velho que não aprendeu a ler ele mediu a distância que o separava da palavra”. Surge, então, dentro do texto de Clarice, a observação mais simples e aterradora em relação ao gesto da escrita: “-Que esperava com a mão pronta? Pois tinha uma experiência, tinha um lápis e um papel, tinha a intenção e o desejo- ninguém nunca teve mais que isto”.
Um lápis e um papel . E a tremenda solidão e responsabilidade. O abismo. Abismo onde se perder e se reencontrar. Onde outros se perdem e se reencontram através da escrita alheia.
O romance de Clarice é uma alegoria não só sobre o processo de criação e recriação do indivíduo, mas uma alusão à trajetória de qualquer criatura que queira assumir o embate e a alteridade entre o eu e o outro, entre o eu e o mundo. O leitor visceralmente leitor, que não escritor explícito, aprenderá aí a fazer uma releitura de seu espanto e perplexidade diante da vida. E quem é escritor, quem carece não apenas de embarcar e viajar nas palavras alheias, mas de construir, elaborar o seu próprio discurso, esse encontrará aí pistas e trilhas, mas sobretudo o consolo de descobrir essa realidade que funciona como desafio: um lápis e uma folha em branco- nunca ninguém teve mais do que isto.

E-mail para esta coluna: santanna@novanet.com.br

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Dossiê de Denúncias - FÓRUM CENTRO VIVO

Há tempos que o autor deste blog vem denunciando os abusos e desmandos da prefeitura municipal e do governo do estado de São Paulo contra a população de baixa renda, nas periferias ou na região central de São Paulo. Não apenas denunciando, mas participando de ações, atos que tentem impedir a continuidade desta política discriminatória, agressiva e imprudente.

Para quem tiver interesse de conhecer algumas das ações HIGIENISTAS realizadas tanto pelo poder público municipal quanto estadual no CENTRO da cidade de São Paulo, dentro do que eles chamam de Revitalização do Centro, recomendo a leitura atenta do DOSSIÊ VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS NO CENTRO DE SÃO PAULO. Um trabalho intenso, documental, realizado pelos membro do Fórum Centro Vivo (do qual faço parte) no qual não apenas listamos as agressões e violações de direitos humanos mas, apresentamos propostas para a transformação desta dura e concreta realidade.

Quem quiser baixar o DOSSIÊ, acesse o link abaixo:

http://dossie.centrovivo.org/Main/HomePage

Além de textos, o documento é recheado de fotos, reportagens e matérias que comprovam/reafirmam as denúncias registradas.
Não deixe de conferir e, boa leitura!

Rodrigo Ciríaco

domingo, fevereiro 04, 2007

BUSH: O Senhor da Guerra

O senhor da guerraNão gosta de criançasO senhor da guerraNão gosta de criançasO senhor da guerraNão gosta de criançasO senhor da guerraNão gosta de criançasO senhor da guerraNão gosta de criançasO senhor da guerraNão gosta de crianças
(Legião Urbana)


Existe alguém que está contando com você
Pra lutar em seu lugar já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer

03/02/2007 - 21h36
Bush aumenta gasto militar e diminui verba ao social

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciou hoje que o orçamento que irá enviar ao Congresso para o ano fiscal de 2008 prioriza os gastos em defesa e tenta baixar o déficit fiscal diminuindo os gastos com políticas sociais."O orçamento que levarei ao Congresso inclui o custo do financiamento da guerra global contra o terror, incluindo Iraque e Afeganistão. Nossas tropas merecem nosso pleno apoio e esse orçamento fornece os recursos que eles necessitam", disse Bush em seu discurso transmitido todos os sábados pelo rádio."Minha prioridade número um será manter os Estados Unidos seguros e ganhar a guerra contra os extremistas que querem destruir nossa forma de vida", disse o presidente norte-americano.Bush disse que na segunda-feira irá revelar os detalhes de sua proposta de orçamento, onde aponta maneiras de eliminar "o déficit até 2012".

Uma guerra sempre avança a tecnologia
Mesmo sendo guerra santa
Quente, morna ou fria
Pra que exportar comida?
Se as armas dão mais lucros na exportação

Guerra
Reportagem publicada neste sábado pelo "The Washington Post" diz Bush tem previsto pedir ao Congresso US$ 245 bilhões para financiar as guerras no Iraque e no AfeganistãoSegundo a publicação, Bush pedirá US$ 100 bilhões adicionais para gastar neste ano fiscal nas guerra no Iraque e Afeganistão, o que será acrescido aos US$ 70 bilhões que já foram aprovados pelo Congresso. Além disso, pedirá US$ 145 bilhões para bancar os gastos das mesmas contendas no ano fiscal de 2008, que começa em 1º de outubro. O jornal diz ainda que, segundo a fonte, ainda será necessário mais dinheiro. Se o Congresso, de maioria democrata, aprovar esse orçamento, os Estados Unidos gastarão US$ 745 bilhões no financiamento de ações bélicas desde os atentados de 11 de setembro de 2001, em Nova York e Washington.



Existe alguém esperando por você
Que vai comprar a sua juventude
E convencê-lo a vencer

03/02/2007 - 23h27
Pior atentado suicida desde início da guerra mata 135 no Iraque

da Folha Online

A explosão de um caminhão-bomba em um mercado lotado de Bagdá matou 135 pessoas e feriu mais de 300 neste sábado, segundo o último informativo da polícia. O atentado suicida, que destruiu lojas e carros, ocorreu em Sedriya, região onde vivem sunitas, xiitas e curdos. A Casa Branca qualificou o ato de "atrocidade".O ataque foi o que deixou mais vítimas desde o início do conflito no Iraque, em 2003, e ocorre no momento em que tropas iraquianas e dos EUA se preparam para lançar uma ofensiva para deter a violência sectária no país. O premiê iraquiano, o xiita Nouri al Maliki, culpou os partidários do ex-ditador sunita Saddam Hussein e insurgentes sunitas pela ação. Em dezembro último, três carros-bombas foram detonados no mesmo mercado em Bagdá, matando 51 pessoas."Foi uma cena terrível. Muitas lojas e casas foram destruídas", afirmou um morador local identificado apenas como Jassem, 42, que contou ter saido correndo de sua casa para ajudar a tirar as pessoas dos escombros depois de ter ouvido a explosão.

Mais uma guerra sem razão
Já são tantas as crianças com armas na mão
Mas explicam novamente que a guerra gera empregos
Aumenta a produção

Iraquiano ferido em explosão é levado para hospital; 135 morrem em ataque suicidaDe acordo com Jihad al Jaberi, do Ministério do Interior, o caminhão estava cheio com uma tonelada de explosivos. Vítimas lotaram os hospitais da capital iraquiana. Equipes de resgate retiravam corpos dos escombros e os empilhavam em caminhonetes no local.A explosão, que deixou uma grande cratera na rua, ocorreu horas depois de o clérigo iraquiano e líder xiita, grande aiatolá Ali al Sistani, ter renovado um apelo aos iraquianos para evitar a violência."A nação islâmica está atravessando condições difíceis e enfrentando tremendos desafios que ameaçam seu futuro", afirmou em um documento o religioso. "Todo mundo sabe da necessidade de permanecermos unidos e rejeitar a tensão sectária para evitar que se incitem as diferenças sectárias."Mais ataquesEm outros ataques ocorridos neste sábado, mais 16 pessoas morreram.

E quando longe de casa
Ferido e com frio o inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando novos jogos de guerra

Ataque contra base do exército iraquiano em uma estrada matou quatro militares Em Samarra, localizada 125 quilômetros ao norte de Bagdá, dez agentes de segurança iraquianos morreram e outros nove ficaram feridos em dois ataques -- um contra um posto de controle e outro contra uma base militar. Segundo a polícia da Província de Salahedin, homens armados atacaram um posto de controle que fica na entrada norte da cidade. Seis agentes de segurança morreram e outros seis ficaram feridos.Ao mesmo tempo, um ataque insurgente contra uma base do exército iraquiano em uma estrada ao sul de Samarra matou quatro militares e feriu outros três.Carros-bombaTambém neste sábado, a explosão de cinco carros-bomba em diferentes locais de Kirkuk, 250 quilômetros ao norte de Bagdá, matou ao menos três pessoas e feriu outras 21.De acordo com Barhan Taha, chefe de polícia da cidade, um dos veículos, conduzido por um suicida, foi atirado contra a sede do Partido Democrático do Curdistão, dirigido pelo presidente da região autônoma do Curdistão iraquiano, Masud Al Barzani. O atentado matou duas pessoas e feriu ao menos outras 16.
Que belíssimas cenas de destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação
Veja que uniforme lindo fizemos pra você
E lembre-se sempre que Deus está
Do lado de quem vai vencer

Soldados dos EUA vigiam local de explosão de bomba em Kirkuk; carros-bomba matam 14Outro carro-bomba explodiu em um posto de gasolina, matando uma pessoa e ferindo outras quatro --entre elas, duas mulheres, segundo Taha. Um terceiro carro-bomba foi detonado perto do centro de comunicações de Dumiz, no sul de Kirkuk. Um quarto veículo explodiu na região da mesquita Sabriya, na estrada que leva a Bagdá, no sul da cidade. Uma quinta explosão de carro-bomba atingiu a região de Wahid Haziran, no sul de Kirkuk. A polícia conseguiu desativar um sexto carro-bomba deixado em um bairro residencial.Após as ações, um toque de recolher foi imposto na cidade até as 6h deste domingo (1h de Brasília) e todas as estradas foram fechadas após as explosões. Kirkuk é uma cidade rica em petróleo localizada na Província de Tameem, habitada por curdos, árabes e turcomenos, além de xiitas, sunitas e cristãos, o que gera tensão sectária. BagdáEm outro ataque em Bagdá, uma pessoa morreu e seis ficaram feridas quando uma bomba explodiu em um distrito comercial, segundo a polícia de Bagdá.Também na capital, uma passageiro morreu e quatro se feriram quando o microônibus em que viajavam, que seguia para cidade de Sadr, foi atingido por uma bomba deixada na beira de uma estrada. O sul do país também foi cenário de um atentado, que matou um civil e feriu outros nove após a explosão de um carro-bomba em Mahmudiya, 30 quilômetros ao sul de Bagdá.Mahmudiya fica na região do "triângulo da morte", onde são freqüentes ataques insurgentes sunitas contra forças de segurança iraquianas e tropas de coalizão lideradas pelos EUA.


sábado, fevereiro 03, 2007

CRIMES de Maio

"Este trabalho é dedicado às mães dos 493 mortos a tiros entre os dias 12 e 19 de maio de 2006 em São Paulo e à memória de todos eles." (dedicatória do livro)


O CONDEPE, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, realizou no dia de ontem o lançamento do livro "CRIMES DE MAIO". Publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, com 261 páginas, o livro apresenta o resultado do trabalho realizado por entidades de direitos humanos na Comissão Independente que acompanhou a apuração dos ataques do PCC e das mortes ocorridas em São Paulo, retratando o crescimento do crime organizado em São Paulo diante de um Estado omisso; a falência do Sistema Prisional paulista; a violência policial; a atuação dos Grupos de Extermínio e a falta de empenho da Secretaria de Segurança Pública para esclarecer os assassinatos de agentes do estado e principalmente de civis. Prefácio: Senador Eduardo Matarazzo Suplicy. O livro conta com artigos que vão do jornalista André Caramante, advogados como Ariel de Castro Alves ao do ex-secretário de Segurança Pública Saulo de Castro.

Este livro é muito importante para se conhecer, através de um trabalho apurativo/investigativo, o que aconteceu naquela semana fatídica onde cada um de nós, com toda certeza tem uma história para contar. Quem quiser tentar adquirir alguns exemplares, pode entrar em contato com o CONDEPE: condepe@justica.sp.gov.br ou conselhocondepe@ig.com.br ou ainda nos fones: (11) 3291-2645 e 3105-1693.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

REDUÇÃO - Programa Escola da Família


O Governo do Estado de São Paulo (José Serra/PSDB), através da Secretaria de Educação (Maria Lucia Marcondes Carvalho Vasconcelos), ARBITRARIAMENTE resolveu reduzir as escolas participantes do programa Escola da Família, a partir deste ano de 2007.

Para quem não sabe, o Programa Escola da Família surgiu há aproximadamente 03 anos, depois que a prefeitura municipal (Gestão Marta Suplicy) lançou os CEUs (Centros Educacionais Unificados). No programa Escola da Família a escola fica aberta aos finais de semana e são oferecidos diversos cursos, oficinas e outras atividades para a comunidade (além de outros programas que são integrados). Nas periferias onde a falta de equipamentos públicos de educação, cultura e lazer são gritantes, o programa parcialmente cobria esta imensa demanda.

Pois bem, “levando-se em consideração dados comprovados de vulnerabilidade social e juvenil e critérios censitários”, a Secretaria de Educação, SEM CONSULTAR AS COMUNIDADES, cancelou os programas nas escolas.

Na diretoria na qual leciono, a LESTE 1, aproximadamente 60 escolas serão canceladas do programa!

Este programa não é a solução dos problemas da educação, da violência, etc. mas, era algo de bom que existia nas comunidades: A ESCOLA COM OS PORTÕES ABERTOS NOS FINAIS DE SEMANA. Porque quando eu era moleque, eu cansei de pular muro da escola (estadual Irene Branco da Silva, onde estudava) para ter uma quadra decente pra jogar bola, e muitas vezes tive que sair de volta, pulando o mesmo muro, correndo, dos cachorros, da polícia que era acionada ou do caseiro que aparecia armado com um 38 pra expulsar a gente, us bandido. Absurdo!

A ESCOLA ABERTA NOS FINAIS DE SEMANA FOI UMA CONQUISTA PARA AS COMUNIDADES, PRINCIPALMENTE NAS PERIFERIAS. Muitos pais agradeciam a escola aberta pois o filho deixava de ficar na rua ou no bar, nem sempre pensando e fazendo coisas muito boas. É, talvez o Estado pense que a escola fechada seja melhor para
tod@s.

E a sua comunidade, está sabendo disso? Como funcionava o programa na sua quebrada? Vai fazer falta? O que vamos fazer?

No caso da minha escola, tão logo comece as aulas eu conversarei com pais, alunos e membros da comunidade para pensar se é do interesse da comunidade que o programa permaneça e, se for, vamos pras cabeças! Se o programa for importante na sua região (não importa qual quebrada) e quiser somar nesta luta, escreve aí:
rodrigociriaco@yahoo.com.br Vamos trocar umas idéias porque é unido que a gente se fortalece.

Mais informações sobre as “razões de/o Estado” para reduzir o programa, consulte:
http://www.escoladafamilia.sp.gov.br/noticias/2007_01_12.html

Rodrigo Ciríaco