quinta-feira, agosto 30, 2007
por isso eu te liguei!
NUNCA BASTA A REGRA DE TRÊS
Perdido entre o alfabeto e suas 23 letras
Tentei formar mais de 1000 palavras, quebrando a cabeça
Pois queria constituir no meu parco vocabulário
Neologismos para sua pergunta-problema
“- Você me ama?”
______Sim,
Mas as vezes eu não sei como lhe dizer...
Desejava lhe dar como resultado-resposta
Não apenas a regra dos três,
E sim o infinito.
Mas como sou burro!
Na escola, só me preocupava com as histórias
Tardei-me em me ocupar das letras
Sempre colei em matemática
Sem saber que um dia precisaria provar – e tirar prova
Do Amor que sinto por ti.
E quando tú Esfinges, me indaga, aquele dilema
Minha alternativa frustrada é sempre responder aquele problema
A solução da raiz quadrada de 09
Que é 3. As três palavras manjadas e lugar comum
Que o meu pequeno dicionário amoroso
Tem a lhe oferecer:
Eu te Amo
Perdido entre o alfabeto e suas 23 letras
Tentei formar mais de 1000 palavras, quebrando a cabeça
Pois queria constituir no meu parco vocabulário
Neologismos para sua pergunta-problema
“- Você me ama?”
______Sim,
Mas as vezes eu não sei como lhe dizer...
Desejava lhe dar como resultado-resposta
Não apenas a regra dos três,
E sim o infinito.
Mas como sou burro!
Na escola, só me preocupava com as histórias
Tardei-me em me ocupar das letras
Sempre colei em matemática
Sem saber que um dia precisaria provar – e tirar prova
Do Amor que sinto por ti.
E quando tú Esfinges, me indaga, aquele dilema
Minha alternativa frustrada é sempre responder aquele problema
A solução da raiz quadrada de 09
Que é 3. As três palavras manjadas e lugar comum
Que o meu pequeno dicionário amoroso
Tem a lhe oferecer:
Eu te Amo
***
quarta-feira, agosto 29, 2007
cotidiano?
Esta semana voltei as aulas. Explico: semana passada tive uma forte infecção na garganta. E dores no ombro, no músculo do trapézio. Quatro dias de licença. Repouso? Só em casa. Mas não conseguia ficar parado. Li alguma coisa, ajeitei outras. Enfim.
E ontem, guerra. Porque é isso. Quando falo aula, é guerra. Na escola pública principalmente, não importa qual, é matar um leão por dia. Ontem não foi diferente. Por conta da cultura da violência que vive a nossa sociedade, isso respinga na escola. Pequenas desavenças entre alunos geram grandes tensões, formam-se grupos e ia ter pau na saída. Ia. Descobri o "esquema" e "perdi" duas aulas pra resolver o conflito. Sai da 6ªA vai pra 5ªA. Depois 5ªC e vou pra 6ªB. Volto pra 6ªA. Só chamando alunos no corredor e conversando. Querendo entender. Parece que deu certo. Ninguém tretou, ninguém foi pego na saída. Pelo menos ontem.
E como estamos na guerra, eu uso táticas de guerrilha. E, modéstia, estou melhorando. Ontem fiz a preparação do nosso próximo Sarau em sala. Antes não fazia a preparação, levava os livros pra sala, os alunos escolhiam na hora e declamávamos os poemas. Rolava, mas o silêncio muitas vezes era quebrado, muito búrburio, os alunos não gostavam dos poemas escolhidos. Ontem eu deixei eles só escolherem os poemas. Os melhores. Os que mais tivesse a ver com eles. E copiar no caderno. Para decorar e declamar depois. Daí, surgiram vários comentários interessantes:
Dinês, 1 metro e trinta e cinco e de altura, 11 anos. Dedos frágeis, parecem que vão quebrá-los. Segurando firme uma arma de grosso calibre, ANTOLOGIA POÉTICA, Carlos Drummond de Andrade, e dizendo:
"- Nooooooosa professor. Uou! Isso é que é livro."
Daniel. Pega um livro daqui, troca. Pega outro de lá, troca. Não gosta de nenhum. Ou melhor, os que gosta (conhece) estão com os outros. "Posso fazer uma sugestão Daniel? Este" Ele pega o livro, vai pra carteira dele e fica, até o final da aula lendo avidamente o livro. No final:
"- Professor, como faço para emprestar este livro?
- É da biblioteca. É só fazer o cadastro, marcar o nome do autor e do livro e emprestá-lo.
- Ah."
Então, ele pega papel e caneta e escreve:
"ANTOLOGIA POÉTICA
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE."
Carlos empolgado, dando várias risadas com um livro de poemas. Chega em mim. Coloca numa página em branco e me mostra. "Olha professor, esse é o melhor poema do mundo." Olho com cara de ué, não entendo. Ele percebe, explica:
"- Só os inteligentes podem percebê-lo."
Fala se o barato é louco ou não é?
Prof. Rodrigo
E ontem, guerra. Porque é isso. Quando falo aula, é guerra. Na escola pública principalmente, não importa qual, é matar um leão por dia. Ontem não foi diferente. Por conta da cultura da violência que vive a nossa sociedade, isso respinga na escola. Pequenas desavenças entre alunos geram grandes tensões, formam-se grupos e ia ter pau na saída. Ia. Descobri o "esquema" e "perdi" duas aulas pra resolver o conflito. Sai da 6ªA vai pra 5ªA. Depois 5ªC e vou pra 6ªB. Volto pra 6ªA. Só chamando alunos no corredor e conversando. Querendo entender. Parece que deu certo. Ninguém tretou, ninguém foi pego na saída. Pelo menos ontem.
E como estamos na guerra, eu uso táticas de guerrilha. E, modéstia, estou melhorando. Ontem fiz a preparação do nosso próximo Sarau em sala. Antes não fazia a preparação, levava os livros pra sala, os alunos escolhiam na hora e declamávamos os poemas. Rolava, mas o silêncio muitas vezes era quebrado, muito búrburio, os alunos não gostavam dos poemas escolhidos. Ontem eu deixei eles só escolherem os poemas. Os melhores. Os que mais tivesse a ver com eles. E copiar no caderno. Para decorar e declamar depois. Daí, surgiram vários comentários interessantes:
Dinês, 1 metro e trinta e cinco e de altura, 11 anos. Dedos frágeis, parecem que vão quebrá-los. Segurando firme uma arma de grosso calibre, ANTOLOGIA POÉTICA, Carlos Drummond de Andrade, e dizendo:
"- Nooooooosa professor. Uou! Isso é que é livro."
Daniel. Pega um livro daqui, troca. Pega outro de lá, troca. Não gosta de nenhum. Ou melhor, os que gosta (conhece) estão com os outros. "Posso fazer uma sugestão Daniel? Este" Ele pega o livro, vai pra carteira dele e fica, até o final da aula lendo avidamente o livro. No final:
"- Professor, como faço para emprestar este livro?
- É da biblioteca. É só fazer o cadastro, marcar o nome do autor e do livro e emprestá-lo.
- Ah."
Então, ele pega papel e caneta e escreve:
"ANTOLOGIA POÉTICA
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE."
Carlos empolgado, dando várias risadas com um livro de poemas. Chega em mim. Coloca numa página em branco e me mostra. "Olha professor, esse é o melhor poema do mundo." Olho com cara de ué, não entendo. Ele percebe, explica:
"- Só os inteligentes podem percebê-lo."
Fala se o barato é louco ou não é?
Prof. Rodrigo
domingo, agosto 26, 2007
conto
DOCES BÁRBAROS
Para Ernesto Guevara, que na Bolívia, aos 39 pela CIA foi assassinado
e na Bolívia, 39 anos depois, teve parte de seu sonho realizado.
e na Bolívia, 39 anos depois, teve parte de seu sonho realizado.
Homem branco superamericano faz campanha contra Índio que toma poder no país subamericano. Por de baixo dos pano. Descontrolado. Apesar de Índio chegar ao poder pelas vias democráticas, santinho na mão, chapa e eleição, invenções do homem branco democrático. Apesar de fazer tudo por cima do pano, Índio é chamado de Autoritário. Atrasado. Homem branco não entende por que Índio quer nacionalizar gás, riqueza que desconhecia antes da chegada de Colombo, Cortez. Bartolomé de Las Casas e Pizarro. Índio só tinha terra, milho. Ouro, prata e obras que não eram feitas só de barro. Índio lembra homem branco que pobreza, eleições e autoritarismo são palavras que não existiam no seu antigo vocabulário. E apesar de ser índio aprendeu, e não abre mão do seu direito democrático. Índio quer ser cidadão. Cidadania pra índio é o direito de ter o seu próprio chão. Cultura, respeito e tradição, na cidade ou no mato. Homem branco anuncia no caixote eletrônico notícias contra o Índio politizado. Índio é retrogrado, impede o desenvolvimento da civilização. O desmatamento, o aumento da produção e a morte por desnutrição de mais de uma centena de crianças em aldeias de Piauí e Dourados. Índios desnutridos. Crianças sem brilho. Extermínio calado. Índio não quer mais papo com presidente branco de país superamericano que ao contrário dos homens brancos subamericanos sempre foram mais eficientes e conseguiram que os Índios de país superamericano fossem dizimados. Homens brancos superamericanos não dão bola, tem novos problemas e estão ocupados. Hermanos. Índios miscigenados. Homens brancos subamericanos são atrasados. Tem saudade de Cortez, Pizarro. Jesuítas, Santa Igreja. Vivem no passado. Bandeirantes, Capitães do mato. Caçadores de índios e fugitivos escravos. Homens fortes, dignos, bravos, que dizimaram centenas de índios. Índio quer plantar a luta de Tupac Amaru, apesar de sangrado, esquartejado, suas partes em sacos espalhados, como semente para índio é aguardado. Índio lembra índio que, antes, todo dia era dia de índio. Mas agora eles só tem o dia dezenove de abril para lembrar os antepassados. Ou o dia vinte pra ser queimado enquanto dormia no Planalto Central, após as comemorações do dia do Índio. Fogo sagrado. Ou o dia nove de julho, para Tupã me olhar nos olhos, nas estreitas ruas sinuosas de Parati, saltar grandes pedras e aos seis me pedir um trocado. Compra sorvete? Sorvete é invenção de homem branco, que diz que os índios vestem roupa, falam português e na porta do bar dão um trago. Estão cada vez mais aculturados. Homem branco legalizado chama polícia, expulsa do comércio em Parati Tupã, seus agregados e seus ilegais artesanatos. Pra fora, one, little two, little three, little indians! Sem terra, sem mata. Sem o pequeno bote. Desarraigados. Homem branco não quer saber se índio passa fome e não tem mais força pra viver mas faz força para se matar enforcado. Em baixo de uma árvore, ajoelhado. Corda no tronco, pés no chão, suicídio com os joelhos dobrados. O desespero da vida supera o medo da morte. Homem branco não acredita na morte. Julga-se blindado. Lugar no céu, paraíso conquistado. Homem branco só quer saber de trabalhar e vender. Vender. Se julga eternizado. Índio atrapalha as vendas de homem branco. Índio atrapalha o desenvolvimento, a compra do gás e da expansão de país subamericano no mundo globalizado. Índio nem é cidadão. Que saudade de Cortez e Pizarro. Como era gostoso o meu francês. Os brancos, bandeirantes. Espanhóis e o tradicional português. As guerras justas. Jesuítas e os índios catequizados. Homem branco subamericano aguarda apoio de homem branco superamericano para acabar logo com essa brincadeira de mal grado. Índio faz parte da história, antropologia social. Só é bom no museu. Boneco de cera, empalhado. Homem branco não queria se preocupar com Índio. Não entende Índio de cocar e gravata. Civilizado. Homem branco espera logo acabar com essa brincadeira. Nem que seja na bala. Arco e flecha e tacape. Na palm ou no tapa. No mato. Diplomacia do canhão. Presente de Homem branco pra Índio. Doces bárbaros.
***
sábado, agosto 25, 2007
quinta-feira, agosto 23, 2007
pensamentos desconexos
"Estou numa caverna escura e baixa. Quarenta crianças me acompanham. O ar é rarefeito. Há musgo e lodo, por todos os lados. Onze, doze anos. Há cinco meses me estamos juntos. Uma brisa suspende os meus pêlos. Gabriele, Amanda e Luquinha têm os lábios cortados. Estamos com fome. Sede. Frio. Mariane se adianta, pergunta se vai demorar muito. Um pouco. André e Danilo falam alto. Brigam. Peço silêncio. Lembro que estamos sendo perseguidos. Tudo ali é muito perigoso. Juntos, somos fortes. A indisciplina nos enfraquece.
A velha candeia nos ilumina. Estreita-se o caminho. Na parede, Jorge sente um frescor. Água. Um fio. Meninos e meninas se empurram. Todos querem beber. Ao mesmo tempo. Pamela cai, ralha o joelho. Allan diz que a mãe de Jean é Puta. Solicito calma. Estou nervoso. Peço para serem rápidos. A candeia está fraca. Parece perdida. Tento demonstrar segurança. Por dentro eu choro. As crianças falam. Não se controlam. Marcos dá um soco em Kalil. Grito. Silêncio! Será que não dá pra conversar? Surge um eco. Um estranho barulho. Elas se assustam. Nos damos as mãos, continuarmos andando. Agachados. Lado a lado. Alguns tem raiva, me olham com desconfiança. Procuro demonstrar força. Não acho. Vou na frente. Sozinho. A candeia apaga. O óleo acaba. O gás acaba. Trevas. Desespero. Vou tateando. Círculos. Parece que nunca chegamos. Cansaço. Quero parar. Não posso. Estephanie chora. Insisto. Os ombros pesam. Me ajoelho. Tenho medo. Desisto. Estamos perdidos.
Então bate o sinal e todos vão embora. Pra casa. Correndo."
A velha candeia nos ilumina. Estreita-se o caminho. Na parede, Jorge sente um frescor. Água. Um fio. Meninos e meninas se empurram. Todos querem beber. Ao mesmo tempo. Pamela cai, ralha o joelho. Allan diz que a mãe de Jean é Puta. Solicito calma. Estou nervoso. Peço para serem rápidos. A candeia está fraca. Parece perdida. Tento demonstrar segurança. Por dentro eu choro. As crianças falam. Não se controlam. Marcos dá um soco em Kalil. Grito. Silêncio! Será que não dá pra conversar? Surge um eco. Um estranho barulho. Elas se assustam. Nos damos as mãos, continuarmos andando. Agachados. Lado a lado. Alguns tem raiva, me olham com desconfiança. Procuro demonstrar força. Não acho. Vou na frente. Sozinho. A candeia apaga. O óleo acaba. O gás acaba. Trevas. Desespero. Vou tateando. Círculos. Parece que nunca chegamos. Cansaço. Quero parar. Não posso. Estephanie chora. Insisto. Os ombros pesam. Me ajoelho. Tenho medo. Desisto. Estamos perdidos.
Então bate o sinal e todos vão embora. Pra casa. Correndo."
***
quarta-feira, agosto 22, 2007
Mil palavras # 11
A minha primeira tentativa no campo das artes foi no desenho. Adorava desenhar, desenhar. Cheguei até a fazer curso. Mas, definitivamente não levava jeito para as coisas. Depois vieram as frustrações com a dança, música, teatro - tudo nesta ordem - e, por fim, com as letras. Enfim, minha veia artística parece necrosada. Ainda assim eu insisto em algumas coisas. Bem, problema meu.
E, como um artista frustrado, gosto de admirar e elogiar bons trabalhos que vejo. Em todos os campos. E fiquei feliz com a premiação deste cartunista mineiro que eu desconhecia, mas já fez cartuns inclusive para o falecido Pasquim 21. Leia a pequena matéria abaixo do cartoon, e aprecie, com moderação.
E, como um artista frustrado, gosto de admirar e elogiar bons trabalhos que vejo. Em todos os campos. E fiquei feliz com a premiação deste cartunista mineiro que eu desconhecia, mas já fez cartuns inclusive para o falecido Pasquim 21. Leia a pequena matéria abaixo do cartoon, e aprecie, com moderação.
do blog de quadrinhos do UOL
"O desenho (acima) ao lado, do brasileiro Marcio Leite, foi o primeiro colocado do Salão Internacional de Cartum da Síria. O tema do salão de humor era "mulher".
Os demais prêmios ficaram para:
- Julian Pena Pai, da Romênia (2º lugar);
- Jovan Prokoglijevic, da Sérvia (3º lugar)
- Mourhaj Yousef, da Síria (3º lugar)
Pai e Prokoglijevic ficaram empatados em terceiro lugar.
Veja os outros trabalhos premiados aqui.
Os demais prêmios ficaram para:
- Julian Pena Pai, da Romênia (2º lugar);
- Jovan Prokoglijevic, da Sérvia (3º lugar)
- Mourhaj Yousef, da Síria (3º lugar)
Pai e Prokoglijevic ficaram empatados em terceiro lugar.
Veja os outros trabalhos premiados aqui.
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terça-feira, agosto 21, 2007
dos poemas que escrevo
dos poemas que gostaria de ter escrito
POEMA EM LINHA RETA
Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo, neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão um príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que me confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo, neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão um príncipe – todos eles príncipes – na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que me confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
***
segunda-feira, agosto 20, 2007
quinta-feira, agosto 16, 2007
"Uma flor nasceu na rua."
Vitória.
Hoje foi mais um dia de conquista. Pela 3ª vez aconteceu na minha escola uma oficina - encontro literário na verdade - com os meus alunos do ensino fundamental. A convidada desta vez foi a Dinha, e deu show de bola com os seus balões flutuantes, cheios de ar, raiva, amor... e poesia.
Sinceridade: não sei bem o que quero com esse projeto, nem aonde vou chegar - se é que vai dar em algum lugar. Mas, tenho algumas certezas:
1. É legal levar escritores, poetas na escola;
2. A molecada está curtindo os encontros - e lendo os livros dos autores que vão nos visitar e;
3. Estamos sorrindo um pouco mais.
E isso tudo é lindo.
Veja outras fotos e informações no blog do jornal da Escola:
"Hasta la vitória, siempre."
Com um sorriso nos lábios,
Prof. Rodrigo
AJUSTES
"No dia em que ocê foi embora eu fiquei
sentindo saudades do que não foi
lembrando até do que eu não vivi
pensando em nós dois..." (Lenine)
Dizem:
Quem canta os males espanta
Quem conta, relembra. Uma, duas, três vezes.
Sei.
Queria eu que as palavras tivessem força
Imagem, som e sentido
E você estivesse aqui ao dizer seu nome
Queria eu poder transmitir, em hora marcada
Pipoca, guaraná e beijo de namorada
O filme reprisado nas ondas do meu pensamento
Chamado “sua vida”
Para te espantar de uma vez.
Mas nada adianta
Eu não consigo escrever sua história,
Prosa, redação, conto, romance,
A grande tragédia, nem nestes míseros versos
E você continua ao meu lado, como um fantasma
- amigo fantasma, é importante lembrar –
Não é Felipe?
Parece cobrar alguma coisa
O pênalti bem batido
O pano de tinner, a garrafa de cola
A parte que cubra o buraco aberto na sua cabeça
A sua história. Que não seja mais uma. Que não seja em vão.
Vou tentar fazer assim:
Era uma vez um menino chamado Felipe.
Conheci-o quando tinha doze anos. Ele, não eu.
Cabelos oxigenadamente loiros, a pele escura,
Sobrevivia na ruas cheirando cola e tinner.
Era Santista, adorava praia, futebol e bola
Sua posição favorita era o gol.
Seu ídolo, estava sempre no número 1.
Era difícil falar com ele,
Tinhoso, teimoso. Esperto. Arredio.
Certa vez ficou bastante tempo sem falar com uma amiga-moça
Pois pensou que esta havia ofendido a sua mãe.
Em outro momento, o vi pentelhar uma garota
Durante mais de quinze metros
Por que ela havia lhe negado um cigarro.
Êh Felipe. Convicto. Emburrado. Ia fundo naquilo que acreditava.
Certo dia, encontrou uma arma
E não bastando viver na ponta da faca
Pelo seu curto período de vida
Resolver partilhar com o amigo uma brincadeira mais arriscada.
Ou quem sabe, uma filosofia?
Afinal, o que é essa vida se não uma Roleta Russa
Numa seqüência de Tec, Tec, Tec, Tec. POW!
Uma bala a menos no tambor
Um sinal na testa de Felipe
“Atire a primeira, atire a segunda IaIá,
Até descarregar o tambor, até apagar a luz de IoIô
Até nunca mais, já vingou”
E assim foi. Vingou. Felipe
Que saiu menino do Jabaquara, andando, para as ruas de São Paulo, centro
E volta duro, mas ainda menino, dentro de um caixão.
Não sei se foi alívio para a mãe.
Não foi nenhum alívio para mim.
Sei que foi egoísmo,
Sei que foi sentimento pequeno quando naquele dia,
Sentado na beira da escada eu ouvi palavras sangradas dizer que você havia morrido.
Sabe, preferia que ainda que estivesse na rua,
Ainda que estivesse vagando pelo vale das sombras no Anhangabaú
Preferia que estivesse vivo.
Pois haveria ainda esperança, de trazer Vida, maiúscula como a LETRA
Para quem ousou, mas quase nunca havia existido.
Para quem aos doze não mais sonhou, apesar de eu ter insistido.
Mas aqui não é conto de farsas
E apesar de
Era uma vez
Não terminamos felizes para sempre.
Saiu.
Agora vá, por favor vá Felipe
Liberte os meus pensamentos, liberte o meu sono,
Liberte as minhas vagas horas de sossego perambulando como um insone.
Que você seja eterno enquanto dure nas eternas palavras de uma frágil folha em branco
E descanse em Paz.
E por favor
Me deixe descansar também.
Fiz o que pude. Talvez não foi o suficiente
Mas ainda não chegou a minha hora.
E quando ela chegar, prometo deixar olhar nos meus olhos e me julgar
Se o que fiz em vida contribuiu para sua morte ou não.
Amém.
Quem canta os males espanta
Quem conta, relembra. Uma, duas, três vezes.
Sei.
Queria eu que as palavras tivessem força
Imagem, som e sentido
E você estivesse aqui ao dizer seu nome
Queria eu poder transmitir, em hora marcada
Pipoca, guaraná e beijo de namorada
O filme reprisado nas ondas do meu pensamento
Chamado “sua vida”
Para te espantar de uma vez.
Mas nada adianta
Eu não consigo escrever sua história,
Prosa, redação, conto, romance,
A grande tragédia, nem nestes míseros versos
E você continua ao meu lado, como um fantasma
- amigo fantasma, é importante lembrar –
Não é Felipe?
Parece cobrar alguma coisa
O pênalti bem batido
O pano de tinner, a garrafa de cola
A parte que cubra o buraco aberto na sua cabeça
A sua história. Que não seja mais uma. Que não seja em vão.
Vou tentar fazer assim:
Era uma vez um menino chamado Felipe.
Conheci-o quando tinha doze anos. Ele, não eu.
Cabelos oxigenadamente loiros, a pele escura,
Sobrevivia na ruas cheirando cola e tinner.
Era Santista, adorava praia, futebol e bola
Sua posição favorita era o gol.
Seu ídolo, estava sempre no número 1.
Era difícil falar com ele,
Tinhoso, teimoso. Esperto. Arredio.
Certa vez ficou bastante tempo sem falar com uma amiga-moça
Pois pensou que esta havia ofendido a sua mãe.
Em outro momento, o vi pentelhar uma garota
Durante mais de quinze metros
Por que ela havia lhe negado um cigarro.
Êh Felipe. Convicto. Emburrado. Ia fundo naquilo que acreditava.
Certo dia, encontrou uma arma
E não bastando viver na ponta da faca
Pelo seu curto período de vida
Resolver partilhar com o amigo uma brincadeira mais arriscada.
Ou quem sabe, uma filosofia?
Afinal, o que é essa vida se não uma Roleta Russa
Numa seqüência de Tec, Tec, Tec, Tec. POW!
Uma bala a menos no tambor
Um sinal na testa de Felipe
“Atire a primeira, atire a segunda IaIá,
Até descarregar o tambor, até apagar a luz de IoIô
Até nunca mais, já vingou”
E assim foi. Vingou. Felipe
Que saiu menino do Jabaquara, andando, para as ruas de São Paulo, centro
E volta duro, mas ainda menino, dentro de um caixão.
Não sei se foi alívio para a mãe.
Não foi nenhum alívio para mim.
Sei que foi egoísmo,
Sei que foi sentimento pequeno quando naquele dia,
Sentado na beira da escada eu ouvi palavras sangradas dizer que você havia morrido.
Sabe, preferia que ainda que estivesse na rua,
Ainda que estivesse vagando pelo vale das sombras no Anhangabaú
Preferia que estivesse vivo.
Pois haveria ainda esperança, de trazer Vida, maiúscula como a LETRA
Para quem ousou, mas quase nunca havia existido.
Para quem aos doze não mais sonhou, apesar de eu ter insistido.
Mas aqui não é conto de farsas
E apesar de
Era uma vez
Não terminamos felizes para sempre.
Saiu.
Agora vá, por favor vá Felipe
Liberte os meus pensamentos, liberte o meu sono,
Liberte as minhas vagas horas de sossego perambulando como um insone.
Que você seja eterno enquanto dure nas eternas palavras de uma frágil folha em branco
E descanse em Paz.
E por favor
Me deixe descansar também.
Fiz o que pude. Talvez não foi o suficiente
Mas ainda não chegou a minha hora.
E quando ela chegar, prometo deixar olhar nos meus olhos e me julgar
Se o que fiz em vida contribuiu para sua morte ou não.
Amém.
segunda-feira, agosto 13, 2007
domingo, agosto 12, 2007
Marcelino pediu para dar a letra...
"RODRIGO, caramigo, estou ainda em São Luís do Maranhão e parto já, já para São Paulo. Amanhã começa a nossa oficina. Olha só: divulga a quem puder interessar: acessando o site do Cronópios (http://www.cronopios.com.br/), o pessoal pode concorrer a uma bolsa integral para fazer a minha oficina literária no Barco Virgilio (http://www.barcovirgilio.com.br/), em São Paulo, que começa nesta segunda, dia 13, e vai até novembro (com a participação especial, durante o curso, de Jorge Mautner, Livia Garcia-Roza e Luiz Fernando Verissimo, além de um autor internacional). Enfim. E té, MARCELINO"
Interessados, não percam.
quinta-feira, agosto 09, 2007
pequenas grandes vitórias
navegantes, preciso compartilhar este momento com vocês.
ontem levei duas boas "porradas" de alguns alunos que me levaram à nocaute. mas, sou tinhoso, teimoso, e sigo aquela velha música: "reconhece a queda, e não desanima... levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima." ziriguidum? pois bem, ontem foi ontem, hoje é hoje, e já estou celebrando.
como um pai que não pára de olhar para o filho, assim eu fico com a nova edição do jornal FIQUE DE OLHO! - o número 02! - um trabalho que desenvolvo com @s alun@s na escola.
trabalho feito na raça, muitas vezes com verba do próprio bolso, sem apoio de professores mas, o que vale é que eu não o faço sozinho, e é pela força de vontade de alguns bravos e alunos guerreiros - que deram a idéia do projeto - que eu prossigo.
legal é ver a molecada dizer que está ajudando a escrever um pouco melhor, arejar as idéias. o trabalho podia ser ainda maior - e melhor, sendo repetitivo - se tivéssemos computadores na escola. mas, nós chegaremos lá. por enquanto, o trampo fica sobre as entrevistas, os textos, coisas nada fáceis.
agora eu convido vocês a visitar o blog do jornal e saber um pouco mais. por enquanto lá está apenas a capa mas, até o final de agosto teremos fotos, matérias sobre uma atividade de artes, concurso de quadrinhos da escola, entrevista exclusiva com Marcelino Freire e Sacolinha (ops, não podia falar) e muito mais.
http://fiquedeolho-jornalmesquita.blogspot.com/
e mais não tenho dito!
grande abraço
rodrigo
ontem levei duas boas "porradas" de alguns alunos que me levaram à nocaute. mas, sou tinhoso, teimoso, e sigo aquela velha música: "reconhece a queda, e não desanima... levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima." ziriguidum? pois bem, ontem foi ontem, hoje é hoje, e já estou celebrando.
como um pai que não pára de olhar para o filho, assim eu fico com a nova edição do jornal FIQUE DE OLHO! - o número 02! - um trabalho que desenvolvo com @s alun@s na escola.
trabalho feito na raça, muitas vezes com verba do próprio bolso, sem apoio de professores mas, o que vale é que eu não o faço sozinho, e é pela força de vontade de alguns bravos e alunos guerreiros - que deram a idéia do projeto - que eu prossigo.
legal é ver a molecada dizer que está ajudando a escrever um pouco melhor, arejar as idéias. o trabalho podia ser ainda maior - e melhor, sendo repetitivo - se tivéssemos computadores na escola. mas, nós chegaremos lá. por enquanto, o trampo fica sobre as entrevistas, os textos, coisas nada fáceis.
agora eu convido vocês a visitar o blog do jornal e saber um pouco mais. por enquanto lá está apenas a capa mas, até o final de agosto teremos fotos, matérias sobre uma atividade de artes, concurso de quadrinhos da escola, entrevista exclusiva com Marcelino Freire e Sacolinha (ops, não podia falar) e muito mais.
http://fiquedeolho-jornalmesquita.blogspot.com/
e mais não tenho dito!
grande abraço
rodrigo
dois poemas sem título ou dois perdidos numa noite suja
No desespero
A cachaça bebeu
____Suas lembranças
____Suas misérias
____Seus dois empregos
Com vitalidade
O fogo tomou
____Sua mulher
____Seus filhos
____Seu relógio desperta/dor
Por fim, encontrou-se
____- perdido -
Entre as cinzas da hora.
.........................................................................
Se viver fosse fácil
Chamaria isto de Vida?
.........................................................................
A cachaça bebeu
____Suas lembranças
____Suas misérias
____Seus dois empregos
Com vitalidade
O fogo tomou
____Sua mulher
____Seus filhos
____Seu relógio desperta/dor
Por fim, encontrou-se
____- perdido -
Entre as cinzas da hora.
.........................................................................
Se viver fosse fácil
Chamaria isto de Vida?
.........................................................................
terça-feira, agosto 07, 2007
domingo, agosto 05, 2007
Só rindo... e se armando.
São Paulo faz maior "Fora, Lula'; protesto reúne 3 mil pelo país
Entre gritos dos militantes, "Ca-cha-cei-ro" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão'; passeata foi convocada pela internet
Movimento reuniu 2 mil na capital paulista; Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Vitória, Porto Alegre e Rio tiveram manifestações
LAURA CAPRIGLIONEDA REPORTAGEM LOCAL
Sem lideranças políticas conhecidas, sem o chamariz de atores globais ou de freqüentadores da revista "Caras"; convocadas apenas pela internet, 2.000 pessoas -segundo cálculos da Polícia Militar- reuniram-se ontem em frente ao edifício da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para manifestar-se contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Com o nome oficial de "Movimento Fora Lula! O Brasil Acordou!", a mobilização de ontem é a tradução para o mundo real dos protestos que, no mundo virtual, já congregam 196.007 pessoas -este é o número de membros da comunidade "Fora Lula" do Orkut.Manifestações foram realizadas também em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Vitória e Campo Grande (somadas, reuniram cerca de mil pessoas).A palavra de ordem dominante foi o "Fora Lula". Mas também se ouviram: "Ca-cha-cei-ro, ca-cha-cei-ro", "va-ga-bun-do, va-ga-bun-do" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Nas faixas e cartazes, o mesmo tom: "Marta, fora, biscate" e "Lula, maldito, relaxa e vaza".Militantes pela redução da maioridade penal, pelos "direitos humanos (só) para humanos direitos", pela imediata construção de um partido nacionalista conservador, e até o movimento "República de São Paulo", que pretende a separar o estado do restante do país apareceram na manifestação.Não se via uma só bandeira vermelha. Negros eram os cartazes e as camisetas.Às 14h30, a cantora Enza Flori, 52, subiu ao carro de som. Agachada, sem ser vista pelo pessoal no chão, ela cantou uma versão meio gospel do "Hino Nacional". Um amigo segurava-lhe a letra, escrita em caracteres bem grandes, que ela colava com atenção. Enza já foi famosa. Era a "Mascotinha do Rei Roberto Carlos", nos idos dos anos 60. Hoje, dedica-se à música italiana, especialista que é em Rita Pavone.Depois da "emoção do hino", segundo Enza, o carro de som saiu, passeata atrás, rumo ao parque do Ibirapuera, área onde se localizam o Segundo Exército e o Monumento ao Soldado Constitucionalista.Amiga do coronel Ubiratan Guimarães, o comandante do chamado "Massacre do Carandiru", que resultou na morte de 111 detentos de um complexo penitenciário paulista, a empresária Ana Prudente, 49, era uma das mais entusiasmadas participantes. "Ele [o coronel Ubiratan], se estivesse vivo, certamente estaria nos apoiando. Ele era desses que nunca fugiu à luta", disse. O coronel foi assassinado no ano passado.Com os cabelos loiros e impecavelmente alisados, a empresária e estilista Patricia Guizzardi, 37, recusava ser chamada de representante da "elite branca" (expressão cunhada pelo ex-governador Claudio Lembo). "Eu acho esse comentário até racista. Sou povão. Passei dez carnavais seguidos no Rio de Janeiro, sambando no meio de negros."Na passeata de ontem, os jornalistas disputavam a desempregada Jessica Verônica Aquino Nascimento, 25, raríssima negra presente. Segundo ela, seus "irmãos de raça e os pobres em geral, infelizmente, ainda são muito ignorantes".Na frente do Segundo Exército, depois de andar 3 km, o pessoal ainda teve forças para gritar "Acorda, Milico! Acorda Milico!". Daí, surpresa, emendaram-se clássicos da canção de protesto, como "Apesar de Você", de Chico Buarque, e "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", de Vandré.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0508200703.htm
COMENTÁRIOS:
1 - Ridículo a cobertura da mídia para este protesto. Dá até raiva. Dia da Consciência Negra, Dia da Mulher, Greve nas Universidades Públicas, Marcha dos 10, 20, 50.000, enfim; protestos de grande porte muitas vezes não ganham uma linha, um espaço sequer na dita "grande mídia". O mais absurdo foi na época das diretas: 1/2 milhão de pessoas na Sé e a Globo, nem aí. Mas aqui, protesto de 3 mil(!) pessoas em todo o país - Notícia no Jornal Nacional, Folha de São Paulo. Parece uma mobilização anti-Lula. Só parece. A Data"foda-se" encomenda e não entende: "Datafolha mostra que 48% acham governo (LULA) bom ou ótimo, mesmo índice de março." - Pesquisa feita duas semanas após o acidente.
2 - Destaque para as PALAVRAS DE ORDEM e os APOIADORES: LEIA COM ATENÇÃO:
"A palavra de ordem dominante foi o "Fora Lula". Mas também se ouviram: "Ca-cha-cei-ro, ca-cha-cei-ro", "va-ga-bun-do, va-ga-bun-do" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Nas faixas e cartazes, o mesmo tom: "Marta, fora, biscate" e "Lula, maldito, relaxa e vaza".Militantes pela redução da maioridade penal, pelos "direitos humanos (só) para humanos direitos", pela imediata construção de um partido nacionalista conservador, e até o movimento "República de São Paulo", que pretende a separar o estado do restante do país apareceram na manifestação.Não se via uma só bandeira vermelha. Negros eram os cartazes e as camisetas."
Entre gritos dos militantes, "Ca-cha-cei-ro" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão'; passeata foi convocada pela internet
Movimento reuniu 2 mil na capital paulista; Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Vitória, Porto Alegre e Rio tiveram manifestações
LAURA CAPRIGLIONEDA REPORTAGEM LOCAL
Sem lideranças políticas conhecidas, sem o chamariz de atores globais ou de freqüentadores da revista "Caras"; convocadas apenas pela internet, 2.000 pessoas -segundo cálculos da Polícia Militar- reuniram-se ontem em frente ao edifício da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) para manifestar-se contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Com o nome oficial de "Movimento Fora Lula! O Brasil Acordou!", a mobilização de ontem é a tradução para o mundo real dos protestos que, no mundo virtual, já congregam 196.007 pessoas -este é o número de membros da comunidade "Fora Lula" do Orkut.Manifestações foram realizadas também em Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Vitória e Campo Grande (somadas, reuniram cerca de mil pessoas).A palavra de ordem dominante foi o "Fora Lula". Mas também se ouviram: "Ca-cha-cei-ro, ca-cha-cei-ro", "va-ga-bun-do, va-ga-bun-do" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Nas faixas e cartazes, o mesmo tom: "Marta, fora, biscate" e "Lula, maldito, relaxa e vaza".Militantes pela redução da maioridade penal, pelos "direitos humanos (só) para humanos direitos", pela imediata construção de um partido nacionalista conservador, e até o movimento "República de São Paulo", que pretende a separar o estado do restante do país apareceram na manifestação.Não se via uma só bandeira vermelha. Negros eram os cartazes e as camisetas.Às 14h30, a cantora Enza Flori, 52, subiu ao carro de som. Agachada, sem ser vista pelo pessoal no chão, ela cantou uma versão meio gospel do "Hino Nacional". Um amigo segurava-lhe a letra, escrita em caracteres bem grandes, que ela colava com atenção. Enza já foi famosa. Era a "Mascotinha do Rei Roberto Carlos", nos idos dos anos 60. Hoje, dedica-se à música italiana, especialista que é em Rita Pavone.Depois da "emoção do hino", segundo Enza, o carro de som saiu, passeata atrás, rumo ao parque do Ibirapuera, área onde se localizam o Segundo Exército e o Monumento ao Soldado Constitucionalista.Amiga do coronel Ubiratan Guimarães, o comandante do chamado "Massacre do Carandiru", que resultou na morte de 111 detentos de um complexo penitenciário paulista, a empresária Ana Prudente, 49, era uma das mais entusiasmadas participantes. "Ele [o coronel Ubiratan], se estivesse vivo, certamente estaria nos apoiando. Ele era desses que nunca fugiu à luta", disse. O coronel foi assassinado no ano passado.Com os cabelos loiros e impecavelmente alisados, a empresária e estilista Patricia Guizzardi, 37, recusava ser chamada de representante da "elite branca" (expressão cunhada pelo ex-governador Claudio Lembo). "Eu acho esse comentário até racista. Sou povão. Passei dez carnavais seguidos no Rio de Janeiro, sambando no meio de negros."Na passeata de ontem, os jornalistas disputavam a desempregada Jessica Verônica Aquino Nascimento, 25, raríssima negra presente. Segundo ela, seus "irmãos de raça e os pobres em geral, infelizmente, ainda são muito ignorantes".Na frente do Segundo Exército, depois de andar 3 km, o pessoal ainda teve forças para gritar "Acorda, Milico! Acorda Milico!". Daí, surpresa, emendaram-se clássicos da canção de protesto, como "Apesar de Você", de Chico Buarque, e "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", de Vandré.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0508200703.htm
COMENTÁRIOS:
1 - Ridículo a cobertura da mídia para este protesto. Dá até raiva. Dia da Consciência Negra, Dia da Mulher, Greve nas Universidades Públicas, Marcha dos 10, 20, 50.000, enfim; protestos de grande porte muitas vezes não ganham uma linha, um espaço sequer na dita "grande mídia". O mais absurdo foi na época das diretas: 1/2 milhão de pessoas na Sé e a Globo, nem aí. Mas aqui, protesto de 3 mil(!) pessoas em todo o país - Notícia no Jornal Nacional, Folha de São Paulo. Parece uma mobilização anti-Lula. Só parece. A Data"foda-se" encomenda e não entende: "Datafolha mostra que 48% acham governo (LULA) bom ou ótimo, mesmo índice de março." - Pesquisa feita duas semanas após o acidente.
2 - Destaque para as PALAVRAS DE ORDEM e os APOIADORES: LEIA COM ATENÇÃO:
"A palavra de ordem dominante foi o "Fora Lula". Mas também se ouviram: "Ca-cha-cei-ro, ca-cha-cei-ro", "va-ga-bun-do, va-ga-bun-do" e "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". Nas faixas e cartazes, o mesmo tom: "Marta, fora, biscate" e "Lula, maldito, relaxa e vaza".Militantes pela redução da maioridade penal, pelos "direitos humanos (só) para humanos direitos", pela imediata construção de um partido nacionalista conservador, e até o movimento "República de São Paulo", que pretende a separar o estado do restante do país apareceram na manifestação.Não se via uma só bandeira vermelha. Negros eram os cartazes e as camisetas."
sábado, agosto 04, 2007
A.B.C.
Deus é brasileiro. Mas quem manda é o Marcola. É, ele é o patrão. Ah prussôr, eu não vou entrar não. Ele é quem manda. Tá bom, tá bom, já que senhor insiste. Mas não vou fazer lição. Ah muleque doido! Tô cansado. Quatro da manhã ainda era noite jão. Só fazendo avião. Depois, o Play 2. Não é mole não. O jogo é bravo. Exige concentração. Que fita que eu tenho? Daquela de tiro. Pá, pá, pá. Me imagino tipo com uma 765. Mas logo mais eu tô com uma automática na mão. É, cê vai ver doidão.
Ah prussôr, não vou fazer lição não. Não entendo nada mesmo. Tô cansado de ficar só copiando. Num sei lê, num sei escreve. Conta? Conta eu conto, claro. Trabalho com dinheiro. Vivo. Se eu não conta quem é que garante a minha mesada? É, a vida é cara. Quem paga meu tênis, minhas roupa de marca? Quem? Pai e mãe num tenho. Já foi. Tudo morto. Só balaço. Mas eu nem ligo. Já cicatrizô. Nem choro. É, rapá, homem não chora. Só Jesus Chorou. O cara era gente fina, mas ó, muito pacífico. Comigo não, é na bala. Minha vida é na quebrada. E no esquema. Nem olhe pra minha cara. Olho, pá. Levô tiro.
Quem guia a minha mão é o Marcola. Se eu já matei? Eh prussôr, da missa ce não sabe o terço. Já tenho treze anos pô. Sô bicho solto, bicho feito. Tô enquadrado. Já to viradasso. Já paguei até veneno. É, um ano na FEBEM. Várias rebelião e o caralho. Tô aqui de L.A. Só por causa do juiz. Memo assim, num tem quem me segura. Fico pelos corredor, só nas fissura. Dando umas volta, ganhando a fita. Estudar? Só entro na aula do senhor porque o prussôr é gente fina. Mas não estudo não. E só entro de vez em quando. É não tem mai jeito jão. É feio ficar chorando pelo que se rebento. Já se estrago. Tem defeito. Minha vida agora é assim, só no arrebento. Mudá? Só se for de ponto. De vida eu não quero não. Tô bem prussôr, valeu. Valeu a preocupação. Satisfação.
Ô muleque doido! Ó, tô saindo. Cansei de ficar na sala, na escola. Sei lá. Aqui é tudo muito parado. Vou pra rua. Lá que é o barato. É.
Lá eu já sou mestre.
Ah prussôr, não vou fazer lição não. Não entendo nada mesmo. Tô cansado de ficar só copiando. Num sei lê, num sei escreve. Conta? Conta eu conto, claro. Trabalho com dinheiro. Vivo. Se eu não conta quem é que garante a minha mesada? É, a vida é cara. Quem paga meu tênis, minhas roupa de marca? Quem? Pai e mãe num tenho. Já foi. Tudo morto. Só balaço. Mas eu nem ligo. Já cicatrizô. Nem choro. É, rapá, homem não chora. Só Jesus Chorou. O cara era gente fina, mas ó, muito pacífico. Comigo não, é na bala. Minha vida é na quebrada. E no esquema. Nem olhe pra minha cara. Olho, pá. Levô tiro.
Quem guia a minha mão é o Marcola. Se eu já matei? Eh prussôr, da missa ce não sabe o terço. Já tenho treze anos pô. Sô bicho solto, bicho feito. Tô enquadrado. Já to viradasso. Já paguei até veneno. É, um ano na FEBEM. Várias rebelião e o caralho. Tô aqui de L.A. Só por causa do juiz. Memo assim, num tem quem me segura. Fico pelos corredor, só nas fissura. Dando umas volta, ganhando a fita. Estudar? Só entro na aula do senhor porque o prussôr é gente fina. Mas não estudo não. E só entro de vez em quando. É não tem mai jeito jão. É feio ficar chorando pelo que se rebento. Já se estrago. Tem defeito. Minha vida agora é assim, só no arrebento. Mudá? Só se for de ponto. De vida eu não quero não. Tô bem prussôr, valeu. Valeu a preocupação. Satisfação.
Ô muleque doido! Ó, tô saindo. Cansei de ficar na sala, na escola. Sei lá. Aqui é tudo muito parado. Vou pra rua. Lá que é o barato. É.
Lá eu já sou mestre.
Volta às aulas
PROFESSOR: - E aí pessoal, como foram de férias?
ALUNA: - Ah, legal professor.
ALUNO: - É, por mim eu não voltava - rs.
PROFESSOR: - Alguém fez alguma coisa interessante?
ALUNA: - Eu viajei professor. Fui pra Praia Grande.
ALUNO: - Dãããããã. Toda praia é grande.
TODOS: - Ha ha ha ha ha ha ha ha.
ALUNA: - Ah, legal professor.
ALUNO: - É, por mim eu não voltava - rs.
PROFESSOR: - Alguém fez alguma coisa interessante?
ALUNA: - Eu viajei professor. Fui pra Praia Grande.
ALUNO: - Dãããããã. Toda praia é grande.
TODOS: - Ha ha ha ha ha ha ha ha.
quinta-feira, agosto 02, 2007
A volta dos que não foram
Estas são as organizações, empresas, entidades que fazem parte do Cansei:
OAB-SP
ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV)
ABRAPHE (Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero)
ADVBAESCON-SP
Associação Brasileira de Odontologia
Associação Comercial de São Paulo
BPW Brasil (Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais)
CAEPS - Centro Avançado de Pesquisas e Estudos Sociais
CJE FIESP
Conaje
Conselho Regional de Medicina
CREA
FEBRABAN
FIESP
FIESP - Jovens Líderes
Fundação PIO XII
Grupo Anglo-Americano
Grupo de Jovens da Associação Comercial
IBGT (Instituto Brasileiro de Gestão e Turnaround)
Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão
Instituto de Estudos Empresariais - IEE
JLIDE
LIDE
LIDEM
SESCON-SP
SINDHOSP
Sabe que, vendo essa galera reunida, em prol do bem cívico, me lembra um pouco um outro grupo, de ricos empresários, banqueiros, que tinha grande atuação cívica (nada política!) de apoio e financiamento do regime militar brasileira, a OBAN - Operação Bandeirantes.
E insistem em dizer que é um movimento cívico, apolítico. Apesar de só ter tucanos. Apesar de ter respaldo na mídia com uma manifestação de 100 gatos pingados. Apesar de ter ganho espaço GRATUITO na TV. Porra, eu tô com muita raiva!
Esses caras realmente querem lavar a "honra, a dignidade, o respeito" dos cidadãos brasileiros. E não parece que será com água e sabão.
OAB-SP
ABERT (Associação Brasileira das Empresas de Rádio e TV)
ABRAPHE (Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero)
ADVBAESCON-SP
Associação Brasileira de Odontologia
Associação Comercial de São Paulo
BPW Brasil (Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais)
CAEPS - Centro Avançado de Pesquisas e Estudos Sociais
CJE FIESP
Conaje
Conselho Regional de Medicina
CREA
FEBRABAN
FIESP
FIESP - Jovens Líderes
Fundação PIO XII
Grupo Anglo-Americano
Grupo de Jovens da Associação Comercial
IBGT (Instituto Brasileiro de Gestão e Turnaround)
Instituto Brasileiro de Municipalismo, Cidadania e Gestão
Instituto de Estudos Empresariais - IEE
JLIDE
LIDE
LIDEM
SESCON-SP
SINDHOSP
Sabe que, vendo essa galera reunida, em prol do bem cívico, me lembra um pouco um outro grupo, de ricos empresários, banqueiros, que tinha grande atuação cívica (nada política!) de apoio e financiamento do regime militar brasileira, a OBAN - Operação Bandeirantes.
E insistem em dizer que é um movimento cívico, apolítico. Apesar de só ter tucanos. Apesar de ter respaldo na mídia com uma manifestação de 100 gatos pingados. Apesar de ter ganho espaço GRATUITO na TV. Porra, eu tô com muita raiva!
Esses caras realmente querem lavar a "honra, a dignidade, o respeito" dos cidadãos brasileiros. E não parece que será com água e sabão.
Tá sentindo?
- Humpf, humpf. Tá sentindo?
- Não. O quê?
- Aquele velho cheiro.
- Não. Do quê?
- O cheiro de golpe. Tá no ar.
- Não. O quê?
- Aquele velho cheiro.
- Não. Do quê?
- O cheiro de golpe. Tá no ar.
Cansei dos "Cansei".
Caramba, depois dizem que a guerra de classes acabou, a guerra fria acabou, que o muro caiu. Uma merda. A maioria dessa porra da Elite, aqueles que ganham mais de 10, 50, 100, 1000 (!) salários mínimos por mês, que lêem Veja dizendo "é-isso-mesmo-mamãe-amém" tem uma puta de uma raiva do Lula e não se conformam com um operário no planalto. Veja bem: sem aliviar os erros de quem quer que seja que senta a bunda na cadeira do planalto mas, que eles tem MEDO (lembra-se, Regina-Duarte-Eu-Tô-Com-Medo) e preconceito contra o Lula, isso é mais do que claro.
E nem aproveitaram os mortos do desastre da TAM subirem - perdão pelo trocadilho - e já começou a exploração da notícia. O espetáculo. Mas eu já falei disso aqui.
Agora, vêem os "Cansados".
Do quê?
Já pegaram na vassoura? Já bateram roupa no tanque? Já enfrentaram uma sala de aula na periferia? Já dormiram no quartinho-senzala de empregada? Já trabalharam numa creche, levantaram as 04hs da matina, pegaram um trem lotado, um ônibus lotado, um metrô lotado? Do que estão cansados? Das roupas da Daslu? Do carro importado? Da vida pacata, trancando os filhos dentro dos condomínios fechados?
Se você também está cansado dos cansados, acesse os blogs:
Relaxe e goze!
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