domingo, janeiro 31, 2010

NOTÍCIAS DO FRONT

hoje fui ao mercado. passei antes no caixa eletrônico. tirei uma grana, tirei extrato. conta no vermelho. mês acabando, dias ainda para o salário chegar, contas já pra pagar e, conta no vermelho. pego-me filosofando: preciso trabalhar mais. mais? preciso trabalhar mais ou viver mais e ganhar melhor? ambas as coisas.

saber que não sou o único nesta situação não me conforta. há muito dinheiro lá fora. há muitas possibilidades lá fora. poucos aproveitando. mundo desigual. só somos iguais na dor.

que merda!

ontem fui ao espaço clariô. assistir, pela terceira vez, Hospital da Gente. e é impressionante. o profissionalismo, a sensibilidade, a beleza do espetáculo dirigido pelo Mari(nh)o e encenado pelas "mulheres" do Marcelino. ha ha! quem conhece Marcelino sabe que isso é uma piada. e quem ainda não viu Hospital da Gente deve achar que a vida é uma brincadeira. pura perda de tempo.

levanta a bunda do sofá no próximo sábado, pega um buzão em direção ao Taboão e assista. se não gostar, eu - isso mesmo - eu devolvo o seu dinheiro.

ou como dizem os maloqueiristas: a sua televisão de volta.

alguns trampos por estes dias. estou terminando de escrever o projeto para o VAI, junto com as minhas alunas. expectativa grande. fazer teatro sem dinheiro é foda. fazemos pelo coração, pelo ativismo, pelo Amor. mas precisamos de grana. pra comer, pra beber, pra vestir. sem contar que a gente não quer só comida.

VAI dar certo. tenho certeza. quase. pelo menos na esperança.

no mais, quarta-feira tem atribuição de aulas. dia de definir em quais classes vou trabalhar, em qual período vou ficar. próxima semana é também semana de definição. da direção da escola. a antiga diretora - que estava afastada - pediu remoção. e conseguiu. saiu. para nunca mais voltar. para direção de nenhuma escola, espero. quem ocupava o cargo provisoriamente caiu. agora, novas pessoas. espero que sejam profissionais. no mínimo, cumpram com suas obrigações legais e civis. até porque se não o fizerem, o bicho vai pegar. e não vai ser pro meu lado.

se eu já olhei pra cara da morte e venci - e não faz muito tempo - não será a vida que me colocará medo. pode vim.

a batalha segue.

sem tempo para editar o próximo livro, mas colocando ele no forno,

r.c.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

SUBVERSÃO PERIFÉRICA (POEMETO)

já disse: não quero
levantar guetos

segregar as pessoas
cimentar preconceitos.

quero antes
construir pontes

diminuir margens
aproximar sujeitos.

já disse e repito: quero
sublevar os guetos

aproximar as pessoas
destruir preconceitos

não quero saber mais de pontes

que separam as margens
e nos tornam menos sujeitos.

MIRÓ, MER`MÃO: TU É FODA!

.
"Apesar dos Efeitos Colaterais
O Amor ainda é o melhor Remédio."

Miró da Muribeca

quarta-feira, janeiro 27, 2010

REFLEXÕES NO (DES)JEJUM

"Eu sou feito do resto de estrelas
daquelas primeiras depois da explosão.
Sou semente nascendo das cinzas,
sou o corvo, o carvalho e o carvão." (Lenine)

Só se pode conhecer bem o significado de uma pessoa na dor e no desespero. Porque o amor, felicidade, amizade e alegria são frutas doces que descem pro estômago sem roçar a garganta. Sem nos questionar: de que adianta tudo isso?

Hoje sei. Já me defrontei com o melhor e o pior de mim. E de poucos que esperava muito, nada tive. Já de tantos outros, que nem conhecia, mundos recebi. De uma maneira tão descompromissada, tão aberta e clara que não há gratidão que pague. Que responda.

Muitas vezes me pergunto o que fiz para ser tamanho filho-da-puta para aqueles que gostava. Amava e queria. Sabendo que a resposta está na observação e reflexão de minha própria vida. Minhas escolhas e partidas. Na formação do que sou.

Não arrependo-me do que fiz. Sou apenas a soma daquilo que vivi. E não haveria outra forma de chegar até aqui. Haveria?

A vida é foda. Mas a vida também é bela. Estou cansado de me foder na vida. Já disse: está na hora de foder com ela.

E se for pra ser assim, que seja gostoso. Algumas vezes arriscando. Nem que tenha que morrer um pouco por isso. Não tem problema. O respirar de cada dia não são breves suspiros. Cada hora que se passa, traz: um pouco de suicídio.

Ainda bem. Deixe a imortalidade, a perfeição para os Deuses. Tenho certeza que eles invejam os poucos momentos em que sou feliz.

terça-feira, janeiro 26, 2010

A SEMANA MAIS DIFÍCIL DE MINHA VIDA

50 horas sem banho. 40 horas sem dormir. 16 horas na estrada. 12 horas sem comer nada. 04 horas no aeroporto, esperando o atraso. 02 horas de avião, viajando sem prazo. 2.400 quilômetros rodados. Muito dinheiro já não tido, gasto.

E isso não é estória. Não é conto. E isso foi só o começo.

Rasgado. Em frangalhos. Mas ainda estou inteiro.

R.C.

sexta-feira, janeiro 22, 2010

DESABAFO: VIOLENTO? ou NÃO ME PEÇA PRA MEDIR AS PALAVRAS

Violento? Não sou violento. Talvez um pouco vingativo. Rancoroso. Nunca matei ninguém. Se for pra bater, esfolar, socar, me chamem; que eu vou pegar o papel. Dedo no teclado, caneta e dicionário. Minha bala será a fala. Oralizada. Escrita. E não vou medir gatilho. Disparo. À queima-roupa, se for necessário. Resposta sincera do que recebo de ordenado. Diário. Da vida. Violento. Nada. Talvez nas palavras. Mas palavra dizem, hoje, não vale. Nada. Ninguém assunta o que se ouvê. Nada. Não se cumpre o que se escreve. Nada. Pra mim, tudo bem. Nem não sou profeta. Só quero matar a raiva. O ódio, a bílis, a inveja. Que suma a desigualdade e injustiça macabra. E todos os responsáveis por ela. Palavra. Minha palavra. Ela não é violenta. É violentada. Vezes fica quieta. Vezes escancara. Pra não ficar um silêncio de pé. Por isso cuspo, espirro. Palavra. Palavra que não disfarça. Palavra que não se esconde. Palavra que revela. Violento? Talvez. Nem por isso não me calo. A lona do barraco não desarmo. E grito. Palavra que atinge, mas não mata. Palavra que morde, mas não envenena. A palavra me liberta. Por isso atiro: na cabeça. Palavra. Tá com medo por que veio? Não se esconda por inteiro. Atrás do muro, em cima do armário. Não precisa tomar cuidado. Palavra quando atinge não derruba de pronto o mutilado. Espera o cabra botá a cabeça no travesseiro, dormir e voltá acordado. Não se preocupe. Minha palavra é rubra mas não espirra; sangue. Espirra?

quinta-feira, janeiro 21, 2010

SÃO PAULO + CHUVA = CAOS!

osso. foi osso.

ontem eu e o fanti saímos da Cooperifa lá pela uma da manhã. direção: ipiranga. já pra entrar na caranga, pegamos chuva. chuva braba, que começava. e foi assim. do extremo sul, até o ipiranga, uma pancada que não parava mais. a água batendo forte no pára-brisa. o vidro embaçando. ainda bem que não tinha tomado nada de álcool, pensei junto com o fanti. e dá-lhe chuva. e dá-lhe trânsito na Bandeirantes. em plena madrugada de chuva, duas pistas fechadas. motivo: recapeamento do asfalto(?!)

deixei o fanti na goma dele, cheguei finalmente ao meu apê. a pancada caindo. vistoriei a casa. fui dormir.

lá pelas cinco, o douglas, porteiro do prédio me interfona. tenho que tirar o carro do subsolo. motivo: o mesmo estava enchendo. foi quando abri a janela e vi: parada sinistra.

já teve outros alagamentos por estas bandas. mas, igual a esta, foi a primeira. abaixo algumas fotos. basta clicar nelas para aumentar o tamanho e ver melhor o que estou falando.


destruição

não deveria ser um "espelho d'água"

a natureza irada: maremoto

trabalhadores, na madruga, impedidos de chegar ao trabalho

ruas alagadas, carros deixados pra trás

sim, isso e(ra) uma rua

Av. do Estado. (Re)Conhece?

Avenida e Rio Tamanduateí formando uma correnteza só

Água batendo na mureta de ponte sobre
Av. do Estado e parte do problema: lixo

O caos visto por cima. Foto tirada as oito da manhã.
A água ainda não havia baixado.

fora o transtorno de trânsito, caos, lama, sujeira, muitas pessoas perderam tudo o que tinham. a Avenida Teresa Cristina, que corta a Avenida do Estado, subiu mais de um metro. as ruas próximas alagaram. mais uma vez. e, mais uma vez, essa região que tem várias casas populares, cortiços, sofre com esse problema.

entendo que os problemas da natureza atingem a todos. independente de cor, religião, classe social. mas de uma coisa tenho certeza. os pobres sempre se fodem mais que todo mundo.

osso, osso...

(fotos: rodrigo ciríaco - autorizada a
reprodução, desde que a fonte seja citada)

quarta-feira, janeiro 20, 2010

VELHOS PENSAMENTOS DESCONEXOS

estes dias a raiva anda sendo deglutida como fel. amargando o céu da boca. coçando a língua. ferindo com faca cega velhas feridas. estes dias tem sido difíceis. nada de depressão. apenas constatações. e vontade de sacudir o chão. virar o mundo de cabeça pra baixo. gritar alto, ainda que seja no teclado. estes dias estou (re)criando um novo bicho. um novo amigo. um novo hábito: querer mudar a vida. e não deixar que ela me mude. ao menos nas coisas boas. nas ruins, estamos sempre empatados. se bem que a vida anda judiando. eu sei. não é apenas de mim.

hoje tem cooperifa. que bom. a raiva, a amargura e o ódio vão apanhar feio.

viva a poesia.

terça-feira, janeiro 19, 2010

NEM TODO SHOW PEDE BIS - CONTO

Se eu quisé fumá eu fumo, se eu quisé bebe eu bebo, se eu quisé cherá eu chêro. Assim. O nariz é meu, eu enfio onde quisé. Você devia fazê o mesmo, Zé. Povinho. É. Cuidá da sua vida. Vidinha. Mal-pago, mal-comido, mal-casado, mal-amado, mal-querido. Ô, do Mal: qué mêmo falá comigo? Qué me dá exemplo de quê? Fuleragem. Tudo aqui é muito démodé. Passagem. Eu quero mais é mi fudê.

De mim, não agrado. Não ajudo ninguém. Dinheiro eu dou pras putas. Pra todos os outros, empresto. Tá certo. Nem pra minha mãe, acho, eu mais presto. Filho-da-puta. Sim, minha mãe é uma filha-da-puta. Meu pai um canceroso do caralho e meu irmão, meu irmão eu vô matá. Se bobeá, eu trombá, mato. Rasgo o bucho, cuspo na cara, deixo sangrando o bicho no escuro e parto. A cara em dois. Pra ninguém mais eu deixo barato. Cê acha, veio perguntá se eu preciso de ajuda? Quem não precisa de ajuda? Eu falei: -“Qué me ajudá, me arruma dez, vinte, cinqüenta. cem conto por dia, por semana.” Até por mês, eu aceitava. Me dá dinheiro. Qué me ajudá, me dá dinheiro. Mas não, falaram em porra de psicólogo, internação, até em igreja, pastor e pá. Desintoxicação. Vão pra puta-que-pariu. Não tô lôco, num sô nóia. Reabilitação. Se vié com essas idéia de novo, quebro todos eles. Todos eles.

Agora deixa eu dá uma aliviada na pressão que só de pensá nessas parada eu já fico nervoso, Jão. Tendeu? Já te dou um toque pra você também, qué trocá uma idéia nem me venha com esse nhem-nhem-nhem, dá licença. Dá licenç`aqui, vô pegá outro pino. Otro do branco, otro do franco, ouro fino. É. Faz cabana, faz cabana: vô dá só mais um tiro.

Aaaahhhh...

De novo! De novo? Iiiihhh... agora até você vem me enchê o saco também, com essa parade de “dinovo, dinovo”. Vô te dizê. Cuida da sua vida, oquêi? Cuida da sua vida, cuida da sua vida! Te pidi dinheiro? Te pidi ajuda? Pidi pra você sentá do meu lado, aqui, nessa sarjeta imunda? Não! Então fica na sua. Quê essa é a minha. Quero, posso e vô: chupá até o osso. A vida não é minha? Posso? Sugá dessa vida besta toda a minha ira? Rá!

Te conto. Cê ainda é moleque-novo, num deve sabê: essa vida não presta. Só tem gente fudida nesse mundo. É tudo uma merda. Esse ainda é meu conforto. Quanto mais a lama atola até o meu pescoço eu descubro: não tô sozinho. É... E nem tô te metendo o lôco. Vivê é foda, bicho. Morrê é fácil. Mas eu prefiro assim, aos poucos. Não, não trago nenhuma mensagem, comigo. Nenhuma filosofia. Tô desabando assim a falá contigo só porque cê me desatô a ouvi. Sentô sua bunda gorda com uns papo não sei de quê e não qué mais sai. Firmeza, eu também preciso me abri. Vezemquando a gente precisa. Mas óh, se tu não gostá do meu versá, pode se levantá e fica de saída. Já disse, não ligo. Pra mim, o que importa agora é só a estilingada do hino. Piiiiiiiiiiiim. Estralando nas idéias. Fazendo eu esquecê de mim, e de toda essa platéia. Bando de transeunte que fingê o meu não-existi. “Aí, o que é de vocês também tá guardado.” E não é palpite. Não adianta querê fica só na Geral esperando eu caí. Eu vou. Mas vô de zóio grande, vendo alguns ir junto comigo.

Já foi, já queimei. Tudo. Conta, casa, televisão, roupa, tennis zerado. Carro, poupança e salário. Foi tudo indo. Mas te digo: não sô viciado. Não sô viciado, não. Quando quisé eu paro. Paro. Não acredita? Minha família também não, mas eu digo: quando quisé eu paro com a fita. Hoje em dia só faço por opção. Pra deixá uma pá de gente com culpa, remorso no coração. É. Cansei dessa merda, tendeu? Pagá de gatão. Eu não tô mais nem aí. Se caí, do chão eu não passo. Aliás, já to aqui. Então, vâmo pro arregaço. A vida é isso, mano. Cada dia, um novo engano. Eu vô continuar mentindo pra mim, pra quê? Trabalhá, suá, ralá, se matá, pagá, e pá, pra quê? Diz: o que é que esse mundo tem pra oferecê? Hum?

Tô sabendo. Nada. E qualqué muito ainda é pouco. Qualqué muito, é só isso. Nada. Prefiro a minha parada, então: a cabeça pra baixo, a fungada tinindo. A poeira baixando, o pó subindo e pum. Eu de novo na minha viagem. Na vaibe, só curtindo. O vento na cara, as estrelas no céu. Meu corpo vibrando, o sangue pulsando, a mente agindo. Me sinto o próprio Super-Homem, Jão. Poderoso. Nunca do cavalo caindo. E tudo fica até mais bacana, mais bonito. A única coisa que é foda é que é caminho de via única. Não tem mão-de-volta. Nem devolução de passagem. Mas fica limpo eu não fico. Nunca mais. Fica limpo é duro, sofrimento à toa. Bobagem. E do lado de cá, te aviso. Cuidado. Nem tudo são rosas. É. Elas sempre vem acompanhada dos espinhos. Te digo: o barato é lôco, o processo é lento e o advogado tá preso. Ele. Eu ainda não. Essa é minha vantagem. Mas como eu tava dizendo: se acha que não tá preparado pra viagem, aviso: é melhó ficá esperto onde vai enfiá o seu nariz. Nem todo show pede bis. Alguns deveria ter um ato único. E ficar tudo azul, nem branco, nem escuro. E ficar tudo assim: tudo certo.

QUANDO QUERO, FICA TUDO BEM...


desenho toda a calçada
acaba o giz, tem tijolo de construção

eu rabisco o sol
que a chuva apagou...

(giz - legião urbana)

GRANDE SERTÃO: VEREDAS

"Senti pena daqueles pobres, cansados, azombados, quase todos sujos de sangues secos - se via que não tinham esperança nenhuma decente. Iam de leva para a cadeia de Extrema, e de lá para outras cadeias, de certo, até para a da Capital. Zé Bebelo, olhando, me olhou, notou moleza. - "Tem dó não. São os danados de façanhosos..." Ah, era. Disso eu sabia. Mas como ia não ter pena? o que demasia na gente é a força feia do sofrimento, própria, não é a qualidade do sofrente."

sábado, janeiro 16, 2010

O MEU CACHORRO É FODA!

o meu cachorro não me pergunta
onde eu estava, por que eu não liguei
quem era aquela moça, onde foi
que eu errei

o meu cachorro não questiona
se o meu cabelo está cumprido
se o meu tennis tá furado
se a minha conta anda tão cheia
quanto um saco vazio

o meu cachorro não me dá dura
se eu não tomei partido
se eu não tomei remédio
se eu não tomei um engov
antes de ter bebido

o meu cachorro
não faz porra nenhuma
não pergunta nada
não questiona coisa alguma

só sabe abanar a merda do rabo
até quase perder o rebolado
quando me vê

e é por isso que eu gosto tanto dele

NÁDEGAS A DECLARAR

tudo o que eu queria era um buraco onde eu pudesse me colocar e dormir. ali ficar. voltar? talvez. quem sabe? quando essa dor passar. esse sentimento de eu contra o mundo. o que fazer? se tudo está uma bosta, se todos os sonhos não estão mais sobre a mesa posta, o que fazer? chorar, já cansei. rezar, também. lutar. pra quê? quantos venceram? quantos, nesse caminho, já se fuderam? valerá a pena? pena Pessoa, minha alma é pequena. demais. tanto que já se encheu de tantos ais. de tantas explicações, finais. de tudo isso. o que eu queria mesmo era um sorriso. no rosto de minha mãe, de volta o brilho. a fortaleza de meu pai. o sossego de um irmão. a cura do outro. a minha redenção. que ninguém precisasse enfiar o nariz onde é chamado para resolver qualquer questão. que não fossemos tão egoístas, que pudéssemos nos dar as mãos. mas meu irmão, não. está longe. fisicamente, a milhares de quilômetros daqui. intimamente, a anos luz. querendo se afundar. se chafundar na lama. na coca, na brahma. sem saber que o buraco não tem fundo. o buraco é profundo. tão intenso quanto os meus pesadelos. o marco zero que trago no peito. de há tempos não marcar um único gol. estou com saudades de gritar. de berrar, de gemer. não o gemido do gozo, mas o da dor e do prazer. e não sei mais o que fazer. o mundo parece tão besta. as cores tão desbotadas. as pessoas tão desinteressantes. e o amor? são fotos guardadas em arquivos do meu computador. mas como dói.

quarta-feira, janeiro 13, 2010

SOLIDARIEDADE AO HAITI


talvez palavras não sejam suficientes para descrever o sofrimento de um povo, que se já não padecesse pela miséria de séculos de exploração, colonização e opressão, sofre ainda com a miséria e desastres naturais. por isso, tantas, fotos, imagens. e uma pergunta: qual o motivo do Haiti ser tão ferrado? ser tão abandonado? basta olhar para a cara de suas crianças, seu jovens, velhos; seu povo. na minha opinião, o racismo segue forte no (velho-novo) mundo.

palavras não são suficientes. aqui, não significam nada, quando falta a moradia, a água, alimentação; respeito, família. de qualquer forma, sinto-me na obrigação de dizer: na dor, vocês não estão sozinhos.

daqui, diante de todo o meu sentimento de impotência,

r.c.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

COOPERIFA NO SESC POMPÉIA - 10.01

Sérgio Vaz

Dona Edith

Valmir Vieira

Brau Mendonça

Casulo

FINO

Rose Dorea

Cláudio Laureart

Wesley Nóog

Dill

Seu Jorge Esteves

Camila

Rodrigo Ciríaco (eu mesmo - rs)

Preto Will e Cocão (Versão Popular)

o Respeitável Público

Augusto

Seu Lourival

As crianças curtindo o Sarau

Elizandra Mjiba

Fanti Manumilde

Encerramento com Festa

a Molecada invadindo o palco

É tudo Nosso!

sexta-feira, janeiro 08, 2010

SERÁ QUE VAI?

Jéééésus Cristim. Se isso são férias, o que é trabalhar? Imagine: desde quarta-feira estou há mais de vinte horas quase, em frente ao computador. Manhã, tarde, noite ou madruga, não importa, na hora que dá a gente volta. Ao trabalho. Elaborar esse projeto pro VAI. Será que VAI? Não sei. Tem que ir. Até porque está ficando bom. Bacana. Já pensou: trabalhar e ser remunerado? Olha que avanço. Melhor ainda. Já pensou, escolher quatro alunos para trabalhar contigo e remuerá-los, também. Seria bom demais. Não ficar pedindo esmola, empréstimo. Usar o dinheiro, público, de uma maneira boa, correta, eficiente. O que cabe a nóis, nesse imenso latifúndio. E mão na massa. A parte do orçamento que, acho eu, a mais difícil - muitos detalhes, pesquisa, levantamento do que será usado, planejamento - ficou pronta. Agora vem a parte, digamos, teórica. Justificativa do projeto, objetivos. Bom, isso eu já sei. Já fiz antes. Não escrever, a parte mais difícil, a prática. Escrever é fácil. Basta colocar no papel, o que aconteceu, o que fizemos, onde chegamos; onde erramos. Sem mentiras, sem masturbação. Apenas o que é. E já está bom demais. Se não aprovarem, a gente continua do mesmo jeito. Pois é assim que é. Né não?

quarta-feira, janeiro 06, 2010

COMUNIDADE NO ORKUT

salve, rápa.

criei no Orkut uma comunidade para o grupo litero-teatral da minha escola, @s Mesquiteir@s.

quem quiser participar, clique AQUI!

e aproveitando a deixa, tem também a comunidade do meu livro, o "Te Pego Lá Fora".

quem quiser participar, clica AQUI.

no mais, algumas atualizações de blogs e sítios nas minhas contra-indicações, incluindo o blog dos www.mesquiteiros.blogspot.com - quem quiser acessar, é só chegar.

ah, tem indicações de um sítio, um blog bacana, que envolva literatura, educação, cultura, teatro, política ou mídia alternativa? dá um toque aí. quem sabe não entra aqui.

firmeza?

segunda-feira, janeiro 04, 2010

"SE ALGUÉM PERGUNTAR POR MIM...

, diz que fui por aí, levando um violão por debaixo do braço."

voltei. pra partir. de novo. daqui a pouco. mas por enquanto, notícias por cá. pra não ficar tudo muito parado.

viajei para o interior de sampa. campo. bichos, família, amigos. piscina e descanso. chuva e sol. e foi bom. muito bom. lembrar do que vale a pena. que a vida tem muitas outras coisas além de sampa city. que a vida acontece além da cidade cinza. gosto daqui, mas gosto de sair, vezemquando, daqui também.

ontem eu vi o céu mas estrelado da minha vida. e entendi o que significa a expressão "azul celeste". coisas que não acontecem todos os dias.

ontem, por isso, fiquei feliz.

agora, correndo atrás de cuidados. de mim. dentista, dermatologista. gastro. fora outros exames. nada preocupante. apenas uma checagem geral. coisas que precisava já ter feito há algum tempo mas, por falta de tempo, vamos adiando. vou aproveitar as férias pra isso. cuidar de mim.

no mais, escrevinhando o projeto teatral-literário para o VAI. tem que ser assim, do contrário, não vai. preciso de recursos pra prosseguir na luta. botar dim-dim do bolso não rola mais. não por não querer, simplesmente por não ter. preferia realizar os projetos sem pedir nada pra ninguém: governo, ong, o escambau. mas nao tem jeito. como o dinheiro do VAI é público, e precisa ter uma boa destinação, vâmo cair pra dentro. bora? por que não?

a meta é pé na estrada de novo. daqui duas semanas. e curtir a estrada de novo. novos lugares, novas emoções. estou aceitando convites. principalmente se vierem acompanhado de hospedagem. por que não? tem que ser cara-de-pau as vezes, né não?

no mais, leituras dentro da guerra. finalmente terminando o livro de gandhi. boal já engatilhado na sequência. junto com joão antônio. e meu livro.

meu livro vai sair. quero que saia. preciso primeiro arrumar meu computador, resgatar os escritos, relê-los, reescrevê-los, enviar para quem queira opinar, criticar, cutucar e, botar forma nos meninos. sai este ano. livro novo. espero.

o nome? hum... se eu te contar você não vai acreditar. então, deixa em off. por enquanto.

e se alguém perguntar por mim, diz que eu fui por aí.

salve,

r.c.