Amanhã, vou votar assim:
Presidente - 13 Lula
Governador - 13 Mercadante
Senador - 131 Suplicy
Deputado Federal - 1308 Soninha
Deputado Estadual - 50789 Gianazzi
Vou votar - penso que como a maioria das pessoas - contrariado. Acho que, com exceção do Suplicy (principalmente) e do Mercadante, teria motivos para não votar nos candidatos indicados.
Sobre Lula: penso que poderia ter feito mais, ter sido um pouco mais agressivo, mais ousado. O momento histórico de seus dois primeiros anos de mandato permitiriam isto. Fora a "bola fora" de dar continuidade ao jogo de corrupção e desvio de dinheiro público. Ver os R$$$$ milhões que são desviados para os bolsos de alguns "bacanas sacanas", sabendo que um de meus alunos trabalha de segunda a sábado, das 08 às 18hs, para ganhar R$ 100,00/mês é mais do que revoltante. Enfim...
Mas, se a Anarquia é uma Utopia, se é possível usar o jogo democrático para transformar (o que eu não acredito, mas faço o jogo) se for pra sentar na mesa para negociar, se for para escolher adversários para fazer oposição, criticar, prefiro estes em que vou votar aí. Engolir Alckmin, José Serra, Afif e deputados do PSDB/PFL/PP é muito para a cabeça.
E pra fechar: vou deixar meu nariz de palhaço em casa! Depois de saber de uma distribuição de "kits" de votação (nariz de palhaço) na Faria Lima(!), em frente ao Shopping Iguatemi(!!) eu pensei: não quero fazer coro com essas pessoas, provavelmente classe mérdias e/ou alta, indignados com a corrupção, como se a sua moral e ética (?) tivessem sido violentadas, sabendo da violência cotidiana que é alimentada por estas mesmas pessoas, que dão as costas para o lócus público, fechando-se em seus espaços privados e comprados. Quem está botando o nariz de palhaço são consumidores, não cidadãos. Estou indignado com o momento político do país, mas não vou compactuar nem fazer coro a eles ou a isso.
Mesmo porque a minha rebeldia é viva, explosiva a cada dia.
E já escrevi demais.
E se você tiver juízo não vai dar a mínima para o que eu digo.
Pense por si.
Abraço.
sábado, setembro 30, 2006
sexta-feira, setembro 29, 2006
Indústria da Miséria faz Miséria!
Ninguém é Inocente
rodrigo ciríaco
Ontem na rua
Vi Edílson puxando
Uma carroça.
O corpo
Franzino
Suava
Para dar conta
Do excessivo peso
Que sustentava.
Acompanhava a irmã
Que também puxava
Uma carroça
Sofrida
Pesada.
Edílson,
A carroça,
A rua,
Sua irmã.
Lembrei-me de quando
Conheci Edílson
Tempos atrás.
Centro de São Paulo
Vale do Anhangabaú.
Eu, tinha “status”
Educador Social.
Ele, menino de rua
Referência marginal.
Garoto bom de bola
A primeira vez
Que conversamos
Cheirava cola.
Normal...
A cola
Na rua
É o que dá liga,
Segura um pouco
A situação,
O duro chão amanhecido,
A vida sofrida.
Edílson,
A rua,
A cola,
Sua irmã.
Edílson não tinha pai
Talvez padrasto
Antes da rua
Morava com a mãe
E as irmãs
Num pequeno barraco.
Garoto,
Sempre demonstrou
Ser muito gente boa.
Chegava,
Trocava uma idéia,
Brincava e
Algumas vezes
Desenhava.
Mas o seu negócio
Era a bola
Tinha técnica,
Tinha fome,
Tinha raça.
Edílson,
Com a redonda,
Era pura graça,
Sorriso garantido
Estampado Na cara.
Edílson,
A rua,
A bola,
Sua irmã.
Poucas vezes a
Sociedade
Edílson Enxergava
E Quando o via,
se entristecia,
xingava,
ou só comentava:
“coitado
lá vai mais um
menor abandonado.”
Nadando contra a maré
Pra não virar estatística,
Edílson não era coitado
Muito menos resultado
Do abandono da família.
Seus problemas eram
Outros
Talvez
A mãe doente
O emprego que falta
A comida que é pouca
O barraco apertado
O remédio desfalcado
A desaparecida oportunidade
O nunca Respeito
Edílson
A rua,
A miséria,
Suas irmãs.
Alguns pensavam
Que Edílson na rua
Era fuga
Eu via neste adolescente
E em muitos outros meninos
Tão diferentes
De situações
Tão semelhantes
Verdadeiros guerreiros
Chutavam o pau do barraco
Furavam o cerco
E de um sofrido apartheid
da periferia ao centro da cidade
Vinham expor a crua realidade
da miséria triste de nossas tristes verdades.
Edílson,
Os meninos,
Nas ruas,
Us guerreiros.
Rever Edílson
A carroça,
A rua,
Me fez pensar.
Eu, agora professor
Antes Educador social,
Na rua
Ou de carro
Sempre teria
“status”.
Edílson, sempre Garoto,
Agora de carroça
Ou antes
na rua
Sempre seria
Marginal.
Que porra Edílson
Cadê aquela chance
Que é só tua?
Redonda como a bola
Brilhante como a lua?
Foi gingada, suada, driblada, perdida?
Foi roubada?
Cadê? Cadê Edílson?
Rever Edílson
sua carroça,
a rua,
Me fez pensar:
O que fizemos por ti Edílson?
Foi tão pouco.
O que você fez por nós?
Foi muito.
Edilson não sabia
Mas a condição de sua vida
No sistema capitalista
Virara mercadoria
Ele, valia mais que eu:
Dava emprego
Dava salário
Plano de saúde,
Casa e para alguns
Até carro
Tudo o que ninguém
Lhe deu
Rei,
sustentava
Empresas rainhas
Bispados de ong´s
Torres de diretores
Alguns cavalos
E peões educadores.
Edílson era plebeu.
Rei,
carregaria carroças,
Estigmas
E uma frutífera
E lucrativa indústria
da miséria,
na cola
Ou Nas costas
Não importa.
Edílson rei,
Sem nunca ter sido coroado,
Sem lotes,
Sem propriedades,
Apenas um objeto
exposto
A ser explorado.
Edílson,
Garoto de rua
Ou de ouro?
Vale milhões para as ongs,
Milhares para seus diretores,
Reais para os educadores
Sem receber nenhum centavo.
E olha que distribuir a renda
É o que se precisa.
Edílson,
Patrocinador oficial
Da indústria da miséria,
Do meu conforto,
De parte do meu carro,
Da minha cerveja,
Deste poema,
E do muito pouco
Que tem recebido:
A família,
A miséria,
A bola,
A cola,
A carroça,
Suas irmãs.
rodrigo ciríaco
Ontem na rua
Vi Edílson puxando
Uma carroça.
O corpo
Franzino
Suava
Para dar conta
Do excessivo peso
Que sustentava.
Acompanhava a irmã
Que também puxava
Uma carroça
Sofrida
Pesada.
Edílson,
A carroça,
A rua,
Sua irmã.
Lembrei-me de quando
Conheci Edílson
Tempos atrás.
Centro de São Paulo
Vale do Anhangabaú.
Eu, tinha “status”
Educador Social.
Ele, menino de rua
Referência marginal.
Garoto bom de bola
A primeira vez
Que conversamos
Cheirava cola.
Normal...
A cola
Na rua
É o que dá liga,
Segura um pouco
A situação,
O duro chão amanhecido,
A vida sofrida.
Edílson,
A rua,
A cola,
Sua irmã.
Edílson não tinha pai
Talvez padrasto
Antes da rua
Morava com a mãe
E as irmãs
Num pequeno barraco.
Garoto,
Sempre demonstrou
Ser muito gente boa.
Chegava,
Trocava uma idéia,
Brincava e
Algumas vezes
Desenhava.
Mas o seu negócio
Era a bola
Tinha técnica,
Tinha fome,
Tinha raça.
Edílson,
Com a redonda,
Era pura graça,
Sorriso garantido
Estampado Na cara.
Edílson,
A rua,
A bola,
Sua irmã.
Poucas vezes a
Sociedade
Edílson Enxergava
E Quando o via,
se entristecia,
xingava,
ou só comentava:
“coitado
lá vai mais um
menor abandonado.”
Nadando contra a maré
Pra não virar estatística,
Edílson não era coitado
Muito menos resultado
Do abandono da família.
Seus problemas eram
Outros
Talvez
A mãe doente
O emprego que falta
A comida que é pouca
O barraco apertado
O remédio desfalcado
A desaparecida oportunidade
O nunca Respeito
Edílson
A rua,
A miséria,
Suas irmãs.
Alguns pensavam
Que Edílson na rua
Era fuga
Eu via neste adolescente
E em muitos outros meninos
Tão diferentes
De situações
Tão semelhantes
Verdadeiros guerreiros
Chutavam o pau do barraco
Furavam o cerco
E de um sofrido apartheid
da periferia ao centro da cidade
Vinham expor a crua realidade
da miséria triste de nossas tristes verdades.
Edílson,
Os meninos,
Nas ruas,
Us guerreiros.
Rever Edílson
A carroça,
A rua,
Me fez pensar.
Eu, agora professor
Antes Educador social,
Na rua
Ou de carro
Sempre teria
“status”.
Edílson, sempre Garoto,
Agora de carroça
Ou antes
na rua
Sempre seria
Marginal.
Que porra Edílson
Cadê aquela chance
Que é só tua?
Redonda como a bola
Brilhante como a lua?
Foi gingada, suada, driblada, perdida?
Foi roubada?
Cadê? Cadê Edílson?
Rever Edílson
sua carroça,
a rua,
Me fez pensar:
O que fizemos por ti Edílson?
Foi tão pouco.
O que você fez por nós?
Foi muito.
Edilson não sabia
Mas a condição de sua vida
No sistema capitalista
Virara mercadoria
Ele, valia mais que eu:
Dava emprego
Dava salário
Plano de saúde,
Casa e para alguns
Até carro
Tudo o que ninguém
Lhe deu
Rei,
sustentava
Empresas rainhas
Bispados de ong´s
Torres de diretores
Alguns cavalos
E peões educadores.
Edílson era plebeu.
Rei,
carregaria carroças,
Estigmas
E uma frutífera
E lucrativa indústria
da miséria,
na cola
Ou Nas costas
Não importa.
Edílson rei,
Sem nunca ter sido coroado,
Sem lotes,
Sem propriedades,
Apenas um objeto
exposto
A ser explorado.
Edílson,
Garoto de rua
Ou de ouro?
Vale milhões para as ongs,
Milhares para seus diretores,
Reais para os educadores
Sem receber nenhum centavo.
E olha que distribuir a renda
É o que se precisa.
Edílson,
Patrocinador oficial
Da indústria da miséria,
Do meu conforto,
De parte do meu carro,
Da minha cerveja,
Deste poema,
E do muito pouco
Que tem recebido:
A família,
A miséria,
A bola,
A cola,
A carroça,
Suas irmãs.
que ninguem se engane
Para a vida que me violenta
Um pouco, a cada dia,
Não me enfraqueço e devolvo
Tiros...
de POESIA
__À
Um pouco, a cada dia,
Não me enfraqueço e devolvo
Tiros...
de POESIA
__À
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