quinta-feira, junho 28, 2007

poema concreto

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Projeto Literatura (é) Possível + Oficina com Sacolinha

algumas fotos da Oficina do Sacolinha, com alunos do Ensino Fundamental - Ciclo II, 5ªs à 8ªs séries, na minha Escola - dia 14 de junho de 2007

onde está o Sacola?


leitura de conto

conversa

público presente

sala apertada. enfim, desorganização da escola

"declamando" um poema

sacola e os alunos.
vagabundo. fez história e deixou saudades - além de livros, revistas, contos em sulfite. a molecada está emprestando o seu livro na biblioteca. e está lendo. valeu.

estamos vencendo (?).

ontem foi um dia atípico. enfim, ainda bem.
apesar dos inúmeros problemas na escola, em sala de aula - que não vou enumerar aqui, guardo-os para mim, num pote fedendo junto com as minhas amarguras e desilusões - uma cena mágica se desenhou dentro de uma sala na minha escola, mais especificamente na 6ª série B.
estava realiazando um SARAU, como faço uma vez por mês com os meus alunos. ontem estava diferente, clima de férias, muita descontração. antes, na hora do intervalo, bolo e refrigerante. fora aniversário de uma professora.
o sarau então começou nesse clima. tudo muito bem. mas algumas coisas bonitas aconteceram. afora a leitura de contos, poemas dos alunos - eu ainda não sei se tem alguma coisa mais bonita do que uma criança, um adolescente entretido com um livro na mão - teve alguns lances:
- professor, não vai ter oficina agora em julho?
- não Jennifer, só em agosto.
- mas as aulas não vão até o dia 06?
- sim, vão.
- então, devia ter uma no dia 02 ou 03.
a oficina em questão é do projeto Literatura (é) Possível. e é bacana ver que eles estão curtindo. mais, está fazendo efeito. alguns alunos mudaram a postura, a atitude em sala. o respeito e o interesse pelo conhecimento estão prevalecendo.
do outro lado vi ainda uma outra menina com um livro nas mãos. perguntou quem era a escritora. disse orgulhoso:
- é uma amiga.
e aquela menina estava ali, super interessada no livro. se descobrindo nos negros versos de Akins e Elizandra. "- Me empresta professor?" Não pude. iria usar em outro sarau. mas combinei. deixarei um exemplar na Biblioteca, e ofereci: se quiser comprar. ela quer.
um outro aluno então, não parava de dichavar "O rastilho da pólvora". é a terceira vez que faço sarau nesta sala e o Daniel sempre pega o rastilho. já tá querendo pegar no gatilho. "-Tem esse livro na biblioteca professor?" ainda não. mas vou ver se consigo um exemplar também.
e ainda o Elioenay pega um livro do Almério Barbosa e diz: "-Esse livro é do professor. É a cara dele." o título? Justiça para a Periferia. Fiquei feliz.
então, é sobre tudo isso que eu vou falar um pouco na flap. entre outras coisas.
e pra quem não entendeu o título, é pelo seguinte: antes, a biblioteca ficava fechada com cadeados. falar em literatura em sala de aula era como falar em abobrinha, jiló: todos torciam o nariz. agora estou sendo cobrado pelos livros. empréstimos.
estamos vencendo? talvez. é possível.

em tempo: ontem a cooperifa foi mágica. lançamento do livro DONDE MIRAS, de Binho e Serginho Poeta; mais aniversário e homenagem do poeta Vaz. o menino ejaculava pelos olhos. foi bonito. Parabéns Cooperifa.
Lá é a minha escola.

domingo, junho 24, 2007

efeito colateral - ano xxvi / nº vi

tá aí a cara do meu novo zine: Efeito Colateral nº vi
demorou um pouco para sair esta nova "edição" por que as idéias não estavam fluindo, não estava achando textos, poemas bacanas para elaborar mas, saiu. não tenho nenhum compromisso com o tempo de publicação do zine também, é algo doloroso que eu faço com prazer.
e, quem quiser pegar um zine, é só me pedir quando a gente se trombar por aí. e se quiser receber em casa, é só deixar o endereço no meu email que eu envio via correio. pra quem já passou o endereço, é só aguardar para receber então.
e por enquanto é isso.
abraço,

r.c.

Salve Maurício!

Queria dar um Salve para o Mano Maurício, do Complexo DCI - Araraquara, interior de São Paulo.
Quinta feira tive uma grata surpresa ao chegar em casa e trombar com um sedex deste mano, contendo uma carta, alguns informativos e um cd, "Só os pobres vão pra guerra". Para um cara que adora enviar e receber cartas, "a moda antiga", como eu, não dá pra dizer a felicidade que fiquei ao ver aquilo.
O resultado foi a motivação para escrever o meu novo zine, que eu não conseguia já fazia alguns meses.
Salve Maurício, valeu mesmo. Curti muito o CD, estou ouvindo até agora. Firmeza e força na luta. Logo mais eu respondo a carta.
Abraço

sexta-feira, junho 22, 2007

convites imperdíveis

livro: Donde Miras, de Serginho Poeta & Binho

livro: Colecionador de Pedras, Sérgio Vaz
peça: Diário Dum Carroceiro, de Sebastião Nicomedes

quarta-feira, junho 20, 2007

aos desavisados: inspirado na "POÉTICA", de Manuel Bandeira

POLÍTICA
Estou farto da política comedida
Da política bem comportada
Da política partidária institucional com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço à v. excelência
Estou farto da política que pára e vai resolver problemas privados
esquecendo-se do Público

Abaixo os individualistas

Todas as intervenções sobretudo as poéticas-terroristas
Todas as manifestações sobretudo as sinceras do coração
Todos os protestos sobretudo sobre o impossível

Estou farto da política de gabinetes
Paralítica
Raquítica
Pseudo democrática
De toda política que capitula ao que quer que seja para proveito
de si mesmo

De resto não é política
Será corrupção tabela de mensaleiros secretária amante
do tesoureiro exemplar morto para não falar demais
obras superfaturadas e desvio de verba, etc.

Quero antes a política dos loucos
A política dos revolucionários
A política pungente e difícil dos revolucionários
A política dos poemas de Bertolt Brecht

- Não quero mais saber da política que não é libertação

Convite Oficial

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terça-feira, junho 19, 2007

convite - quinta feira - 10hs

Pessoal, estarei presente nesta Audiência Pública, falando sobre o Capítulo "Crianças e Adolescentes em Situação de Rua." Compareçam.


Fórum Centro Vivo lança livro sobre Direitos Humanos e cobra autoridades

(18/06/2007) O Fórum Centro Vivo lança livro com denúncias de violações de direitos humanos no centro de São Paulo e propostas de políticas públicas em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo na próxima quinta-feira, dia 21 de junho, às 10 horas.

Na audiência pública, estarão presentes representantes dos movimentos e entidades que foram vítimas dessas violações. Além dos casos relatados no livro, serão apresentadas novas denúncias registradas em 2007. A audiência pretende cobrar resposta por parte da Justiça e autoridades frente as denúncias e os processos abertos por ocasião da entrega do Dossiê.

O Dossiê reúne documentos, fotos e relatos sobre a situação de violação dos direitos humanos de cinco grupos que moram ou dependem do centro de São Paulo para sobreviver: sem-teto, catadores de material reciclável, população de rua, crianças e adolescentes em situação de risco e trabalhadores ambulantes, revelando a segregação social na cidade e as políticas de exclusão no Centro. O Dossiê também aborda a criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e dos defensores dos direitos humanos, além dos retrocressos na democratização do Centro.

Elaborado entre setembro de 2005 e junho de 2006, o Dossiê está disponível em versão completa no internet (http://dossie.centrovivo.org) e em DVD desde junho de 2006. Em várias ocasiões, ele já foi protocolado e entregue às autoridades, inclusive ao presidente da República, no dia 23 de dezembro de 2006.

Sobre o Fórum Centro Vivo

O Fórum Centro Vivo (FCV) é uma articulação coletiva fundada em 10 de dezembro de 2000. A proposta partiu do Seminário “Movimentos Populares e Universidade”, organizado por estudantes da Universidade de São Paulo (USP), pela Central dos Movimentos Populares (CMP) e pela União dos Movimentos de Moradia (UMM), com apoio e participação de diversos professores e professoras daquela universidade. O objetivo do FCV é articular todas as pessoas e organizações que lutam pelo direito de permanecer no centro e transformá-lo em um lugar melhor e mais democrático, contrapondo-se, assim, ao processo de renovação urbana e exclusão que vem ocorrendo em São Paulo.


CONTATO COM IMPRENSA

Assessoria: Júlia Tavares (Instituto Pólis) – (11) 2174-6822 e (11) 9957-1123 e Tarcísio Geraldo Faria – Mtb. 14.798 – (11) 6852-2287


Entrevistas com:
Anderson Lopes – coordenador do Movimento Nacional de Luta e Defesa dos Direitos da População de Rua: (11) 9747-1553

Francisco Comaru – professor da Universidade Federal do ABC e pesquisador do Lab-HAB/USP: (11) 8136-5270

Luciana Bedeschi – Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos: (11) 3326-2643

Luiz Gonzaga da Silva (Gegê) – Central de Movimentos Populares- CMP: (11) 8419-3302

Patrícia Cardoso – Instituto Pólis: (11) 9786-3397

O milagre da vida

Bebê anencéfala completa 7 meses na quarta-feira
Seg, 18 Jun, 09h14

Quando a agricultora Cacilda Galante, 36 anos, descobriu, no quarto mês de gravidez, que carregava no ventre um feto sem cérebro (anencefalia), os médicos disseram a ela que, se o bebê nascesse com vida, resistiria apenas por algumas horas. Com muita sorte, viveria poucos dias. Contrariando os prognósticos, Marcela vai completar 7 meses na quarta-feira. Para a mãe, um milagre. Para os médicos, um mistério.
Depois de passarem cinco meses no hospital, ela e a mãe vivem sozinhas numa casa de dois cômodos, com poucos móveis, no centrinho de Patrocínio Paulista, a 420 km de São Paulo. Antes da terceira gravidez, a vida de Cacilda era cultivar café, frutas e fazer queijos no sítio da família. Agora, é cuidar da filha, a quem chama de 'meu anjinho'. A dedicação da mãe está expressa abaixo dos cotovelos: ela ganhou dois calos de tanto ficar apoiada no berço, adorando a menina. "Agradeço a Deus cada minuto de vida da Marcela. E coloco tudo nas mãos dele."
A menina nasceu com 2,5 kg e 47 cm na Santa Casa de Patrocínio Paulista. Marcela não tem a chamada calota craniana, nem o córtex cerebral. Acima da testa, há uma deformação - líquido envolto por uma pele rosada. O tronco encefálico, na altura do pescoço, mantém a respiração e os batimentos cardíacos. Os olhos claros de Marcela não enxergam. Ela também não escuta. Com esse quadro, segundo a pediatra Márcia Barcellos, que acompanha o caso, Marcela deveria estar em estado vegetativo, sem reflexos. Mas quem a conhece vê o contrário.
Ela sente fome e chora quando a comida não chega na hora certa. Faz reina quando está com cólica, e se mexe irritadamente quando não está numa posição que lhe agrade. Prefere os dias frios aos de muito calor porque transpira e fica inquieta. Marcela se alimenta com a ajuda de uma sonda, que vai até seu estômago. Ela não precisa de aparelhos para respirar, mas usa uma espécie de capacete, que concentra o oxigênio, para evitar que fique cansada. As informações são do Jornal da Tarde.

http://br.noticias.yahoo.com/s/18062007/25/manchetes-bebe-anencefala-completa-7-meses-na-quarta-feira.html

segunda-feira, junho 18, 2007

segura, segura, segura !!!


foto tirada de dentro do bonde da cooperifa
viagem a dois córregos - interior/sp

segura que eu quero ver!
e o bonde da cooperifa chegou ontem de dois córregos. a viagem foi muito, muito boa. não só pela apresentação, mas pelo fato de aproximar mais as pessoas, podermos sentar, conversar, trocar uma boa idéia.
e o barato foi lôco. muito lôco.
já passei algumas fotos minhas e da tânia para o Vaz. confira lá no blog dele. depois eu coloco mais algumas outras aqui.
agora não dá que estou correndo para a escola.
falando em escola, muita coisa boa aconteceu esta semana por lá. depois eu conto. prometo.
segura que eu quero ver.
abraço...

sexta-feira, junho 15, 2007

Quem é que tem hemorróida?

Tô quebrado. Nossa, que semana corrida. Mas, valeu a pena.

Ontem aconteceu na minha escola a segunda oficina do projeto "Literatura (é) Possível". E a bola da vez foi o Sacolinha. Como sempre que acontece algo - ou se marca - para minha escola, dá um pepino, ontem foi greve dos metroviários. Viram o caos? Então, eu no meio desse "redemunho", marquei no metrô com um Sacolinha podre, gripado até a última gota, mas valente que honrou e manteve o compromisso. Valeu mesmo Sacola. O que você e o Marcelino - até agora - fizeram é impagável. Mesmo.

A oficina aconteceu numa sala minúscula, antiga sala da direção, por que a escola está em reforma e ninguém arrumou uma sala melhor pra gente. Mas, tudo bem. Os 34 alunos(as) se comportaram muito bem durante a fala do sacola, que declamou poemas, interpretou, leu contos e distribuiu revistas pra todos.

O único momento chato foi quando uma secretária da escola pediu licença pra dar um "recadinho". Perguntou pra sala: -"Pessoal, quem é que tem hemorróida." A sala, eu, o Sacola e 34 alunos, dos 11 aos 15 anos. Um aluno lançou: -"O que é hemorróida tia?" E ela: - "É uma por... dum negócio que dá no meio do olho do c´.... que dá uma coceirinha no dedo que fica...." E por aí foi. Baixaria pura, na frente dos alunos e do meu convidado. Tudo por que tinha um interfone, na antiga sala da direção, que os alunos estava apertando algumas vezes. Mas, tudo bem. Providencias serão tomadas. E eu já me vinguei. Escrevi um conto - rs.

Vou ver se consigo postar algumas fotos ainda hoje. Se não, só segunda. Amanhã tenho atividade das 08hs as 12hs na escola e na sequência, direto pra Dois Córregos, com o bonde da Cooperifa. E é isso. E valeu novamente Sacola. A molecada curtiu muito.

E ainda tem a Dinha, o Buzo, o Allan e o Vaz. Injeção literária nessa molecada.
Só alegria.

quinta-feira, junho 14, 2007

Agenda

Vixi, tô ficando igual ao Buzo e o Sacola. Agenda pessoal - rs. Mas é que tá dificil, tanta coisa junta, tudo ao mesmo tempo, sem deixar de lado as minhas 27hs/aula na escola, mas uma 12hs que trabalho em casa, preparando aula, corrigindo provas, trabalhos, etc., e ver família, amigos... Bem, quem quiser me trombar por aí, segue alguns eventos que valem a pena por si só, não por mim.

14 de junho - 13hs
Projeto Literatura (é) Possível. Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita, Vila Cisper. O escritor convidado desta vez é o Sacolinha. Apenas para estudantes da Escola

16 e 17 de junho
1º Encontro Internacional de Poesia - Dois Córregos, interior de São Paulo. O bonde da Cooperifa sairá no sábado, as 14hs. Vamos causar!

21 de junho
Lançamento do livro VIOLAÇÕES DOS DIREITOS HUMANOS NO CENTRO DE SÃO PAULO, organizado por várias organizações e movimentos sociais que integram a luta no centro (moradia, população de rua, ambulantes, etc). Câmara Municipal de São Paulo. Integrarei a mesa e discutirei sobre o capítulo "A situação dos direitos humanos de crianças e adolescentes em situação de rua no Centro de São Paulo."

23 de junho - 20hs
Pavio da Cultura, com a participação especial do Bonde da Cooperifa. Mais informações no blog do Sacola.

29, 30 de junho e 1 de julho
FLAP 2007: CONTAMINAÇÕES
Programação completa e outras informações você confere no Blogue: http://flap2007.zip.net/. Sábado, 30 de junho, integrarei a mesa 02: 13h às 14:30h
Turma do Fundão: A Literatura na Sala de Aula
Mediação: Ivan Antunes, poeta
- Maria Elisa Cevasco, Profa. Dr. Depto. Letras Modernas, FFLCH-USP
- Rodrigo Ciríaco, escritor e educador
- Eduardo Araújo Teixeira, professor da rede pública (a confirmar)
- Adilson Miguel, editor de literatura juvenil
- Eduardo Lacerda, editor de O Casulo - Jornal de Poesia Contemporânea

logo mais eu passo outras informações,
abraço

domingo, junho 10, 2007

"... o Diabo na rua, no meio do redemunho"

“Não dá conta, não começa.” Assim disse o meu professor, Julio Groppa Aquino. E outras pessoas já me falavam coisas semelhantes sobre o livro. Grande Sertão: Veredas. Coisa profunda, verdadeira. Sagrada. Mas não desse Sagrado em que se deve obediência, em que não se pode contestar, ou mesmo olhar nos olhos. Um sagrado assim, profano.
E nas bandas do final de abril, eu me propus a arriscar a leitura. Pegava algumas horas livres, que eram poucas. Refiz a minha iniciação em João Guimarães Rosa. Reli alguns contos de Primeiras Estórias. Reli alguma coisa de Sagarana: A hora e vez de Augusto Matraga. Bobagem. “Toleima”. Não há nada que te prepare para Grande Sertão. Nada.
Sabe por quê?
“Viver é muito perigoso.” Um suicídio? Não, perigo mesmo. E mistério. E que mistério é esse que faz um homem produzir um livro como Grande Sertão: Veredas. Pois conto. Estava numa angústia de não aguentar mais o livro. Não por ser ruim, - longe disso - mas por eu querer ver logo o desfecho da estória. A rixa final entre os cangaceiros, os jagunços; Riobaldo, Diadorim, João Goanhá, Marcelino Pampa, Fafafa contra os H(h)ermógenes, os judas. Arre! Página 350, ontem, não mais me aguentava. E fui. Das 13 as 19 horas, lendo o livro. Só parando pra respirar. E beber água. E as veredas, cortando as veias do sertão da gente. E mistério. Porque esse livro minha gente significa genialidade e mistério.
E mais não tenho dito.
Não há o que se dizer. Só que Grande Sertão me mudou. Alguma coisa lá dentro, no fundo não bateu. Estou oco. Oco, como nunca estive. E os gritos ressoam. Por que o que dá pra sentir no final desse livro é isso. Tristeza profunda, solidão. Nada medonho. Sinais de vida. Ainda vida.
E João não escreve. João pinta com as palavras. Escreva isto. E confira você mesmo, se for capaz. Por que encarar o Grande Sertão não é para qualquer um. Sertão é universo.
Quem quer olhar pra dentro de si?

sexta-feira, junho 08, 2007

RESISTE
Muin Bsaisso*

Sacudiram um papel e uma sentença
diante do meu nariz
me jogaram a chave da minha casa
o papel que me condenava
dizia: resiste!
A sentença que me oprimia
dizia: resiste!
A chave da minha casa
dizia: por cada pedra
de tua pequena casa, resiste!
Uma batida na parede
e a mensagem que chegava através dela
de uma mão mutilada, dizia: resiste!
As gotas de chuva
sobre o teto da sala de tortura
gritavam: resiste!


*"Poeta palestino, nasceu em Gaza em 1930. Formado em literatura árabe e britânica na Universidade do Cairo, lecionou durate algum tempo na Palestina Ocupada. Após várias passagens pela prisão, por motivos políticos, acabou por exilar-se em Beirute, de onde editou a maior parte da sua obra literária.
Morreu em 1984, no seu exílio do Cairo."

Poema e texto retirado de minha última - e valiosa - aquisição: Poetas Palestinos da Resistência, publicado pela OLP - Brasil, em 1986.
Aliás, sugestão para quem gosta de comprar livros - raros ou não - e baratos. Consulte a Estante Virtual, a maior rede de sebos cadastrados do Brasil! (acho). Foi lá que eu comprei este e pretendo adquirir outros livros. Segue o endereço:
http://www.estantevirtual.com.br/

domingo, junho 03, 2007

o pulso ainda pulsa

Meninas palestinas choram enquanto observam suas casas serem demolidas pelas máquinas do exército israelense em uma localizada próxima a Hebron.

Um estudante segura um poster mostrando o governador do Estado de São Paulo segurando um rifle durante uma manifestação contra decretos universitários a nova política universitária do governo do Estado.

Mulher protesta contra a reunião do G8 em Rostock, Alemanha. Na máscara com o símbolo do código de barras está escrito, em alemão: 'quanto custa o mundo?'. Dezenas de milhares de manifestantes marcharam para esta cidade do norte da Alemanha para mostrar sua oposição à cúpula das maiores economias do mundo, realizada na cidade.
(Fonte: AFP.com)

pra todo mundo

encontros de interrogação
quarta 6 a sábado 9 jun 2007

O Itaú Cultural reúne prosadores, poetas, críticos literários, pesquisadores e leitores para a segunda edição do Encontros de Interrogação.

Com o intuito de encontrar respostas - ou provocar mais dúvidas - sobre os sentidos e os valores da literatura na produção contemporânea brasileira, o evento promove debates, apresentação de pesquisas sobre a produção literária brasileira contemporânea e leituras de textos poéticos e em prosa.

O encontro marca também o lançamento da Enciclopédia Itaú Cultural de Literatura Brasileira, obra de referência virtual, que passa a ser disponibilizada no site Itaú Cultural a partir de 6 de junho e apresenta dados e textos reflexivos que revelam ao leitor a complexidade da literatura brasileira.

programação completa no sítio do Itaú Cultural: http://www.itaucultural.org.br/