domingo, março 30, 2008

O ÓBVIO DO ÓBVIO

Minha Escola (Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita)
Antes da Reforma - ANO PASSADO:


MEIO-MILHÃO DE REAIS DEPOIS

Escola Estadual Jornalista Francisco Mesquita - Parque Cisper - Zona Leste

Parece que, de repente, o governo descobriu o "ovo de colombo". O óbvio do óbvio. Que, além dos problemas administrativos, pedagógicos, financeiros, as escolas tem problemas estruturais. Físicos. E necessitam de reforma.
Ora, só na minha escola, este problema já acontece, há pelo menos, uns 05 anos(!). Inúmeros ofícios foram enviados para os ditos órgãos (ir)responsáveis. Como a comunidade não se mobilizou, não fez um movimento de luta maior, nada foi feito.
Ou corrigindo, foi. No ano passado foi liberado uma verba de R$ 537.000,00 (Quinhentos e trinta e sete mil reais). Meio-milhão. O resultado? Dá pra conferir nas duas fotos acima.
Sabe qual foi o problema? É que existe uma máfia que ronda as escolas públicas. A máfia das editoras, que faturam milhões com as publicações de livros-didáticos. A máfia dos professores, que encobre os maus profissionais que cagam na Educação. E a máfia das empreiteras. Que faturam milhões, prestando um serviço porco e mal feito.
No ano passado, antes do início das obras, foi constituída uma comissão para acompanhar o trabalho da reforma. A idéia era dar sugestões, dizer o que precisava melhorar, ser reformado, construído. Afinal, nada melhor do que nós, que passamos boa parte do tempo toda semana ali para saber e conhecer o que precisava ser reformado. Sabe o que aconteceu? Vieram com o projeto pronto - ISTO SEM OBSERVAR, ANTES, DETALHADAMENTE, OS PROBLEMAS DA ESCOLA -, não aceitaram as nossas sugestões, e fizeram um serviçozinho qualquer. Com um materialzinho, de qualidade qualquer. Mas aprovado pela FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação. Resultado: uma tinta lá que eles usavam, diziam ser "ultra boa, tinta lavável". Quando fui pendurar um quadro na parede, da sala de aula, o quadro ficou dois dias. Caiu depois com um pedaço da tinta e da parede.
Eta padrão de qualidade bom.
Argh. Essas coisas me revoltam. E eu já falei demais. E quem tem que me ouvir tá dormindo essar horas. Ou sempre. Sempre dormindo no ponto.
Vâmo que vâmo.
Só a união faz a luta. Só na luta tu conquistas.

Rodrigo



MATÉRIA RETIRADA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO, 29 DE MARÇO


60% das escolas do Estado precisam de reforma, diz governo


Levantamento da gestão Serra indica que os principais problemas estão nas redes elétrica e hidráulica e nos telhados


Valor estimado para as obras é de R$ 4,5 bilhões; governo diz ter R$ 1,7 bilhão e pediu que o MEC faça uma complementação


FÁBIO TAKAHASHIDA REPORTAGEM LOCAL


Um levantamento realizado pelo próprio governo estadual de São Paulo, apresentado ontem, mostrou que cerca de 60% das escolas que integram a rede precisam de reforma -principalmente nas partes elétrica, hidráulica e de telhado.A divulgação dos dados foi feita durante a cerimônia que marcou a adesão do Estado ao Plano de Desenvolvimento da Educação, do governo federal (leia texto nesta pág.).O estudo mostra ser necessário investir R$ 4,5 bilhões nas obras, valor equivalente aos orçamentos da USP, Unesp e Unicamp deste ano.O governo José Serra (PSDB) diz que dispõe de apenas R$ 1,7 bilhão, a ser aplicado até 2010, e solicitou que o MEC faça uma complementação.Segundo a secretária estadual da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, o levantamento apontou ser necessária "uma completa mudança na rede hidráulica, elétrica e dos telhados" em cerca de 60% das 5.537 unidades em todo o Estado (ou seja, aproximadamente 3.300 colégios).Ela afirmou também que, em alguns casos, são necessárias obras mais estruturais, que exigirão a transferência dos alunos para outro prédio.Em uma terceira frente, diz, há a necessidade de construção de escolas para aliviar a superlotação das classes (que atinge 3,6% dos alunos da rede).A reportagem solicitou à secretaria a lista das unidades que precisam de reforma, mas a pasta disse que a informação ainda não está disponível."A infra-estrutura das escolas, de fato, está péssima. Principalmente na periferia, onde os pais dão graças a Deus só por ter escola. O governo aproveita essa falta de pressão", disse o presidente da Udemo (entidade que reúne os diretores de escolas estaduais), Luiz Gonzaga de Oliveira Pinto. "Não há um sistema de manutenção.""As escolas estão precárias. Em alguns casos, há até riscos para alunos e professores", disse o presidente da Apeoesp (sindicato dos professores), Carlos Ramiro de Castro.Em entrevista à Folha em fevereiro, a secretária disse que os recursos do Estado eram insuficientes, apesar de terem aumentado na gestão Serra. Disse ainda: "Houve falhas de manutenção nas escolas. Esse foi o legado que recebemos".A reportagem procurou ontem Gabriel Chalita, que foi secretário de Educação na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), para comentar as declarações e os novos dados, mas sua assessoria informou que ele estava em palestra e não podia atender ao pedido de entrevista.Durante a cerimônia, tanto Serra quanto Maria Helena pediram ao ministro da Educação, Fernando Haddad, que a União complemente os recursos destinados para a reforma das escolas paulistas.Em resposta, Haddad propôs que Serra convença o PSDB no Congresso a acabar com projeto de 1994 que permite transferir para outras áreas parte das verbas vinculadas à educação.O projeto, criado na gestão de Fernando Henrique Cardoso, "já tirou quase R$ 100 bilhões do orçamento do ministério", afirma Haddad. Serra disse que, apesar de a questão "ser mais federal", aceitaria o pedido.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2903200822.htm

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