sexta-feira, janeiro 12, 2007

LUTO e Tristeza

do sítio da Caros Amigos: http://carosamigos.terra.com.br/

Morre Leo Gilson Ribeiro

Faleceu na tarde do dia 11 de janeiro, aos 77 anos, o jornalista e crítico literário e teatral Leo Gilson Ribeiro, editor da seção Janelas Abertas de Caros Amigos. Tendo sido alto executivo da Olivetti, Leo Gilson, nos anos 1960 optou por ser crítico literário na imprensa, tendo passado pelo Jornal da Tarde, muito influente na época, e pelas revistas Realidade e Veja. Era doutor em literatura pelas universidades de Hamburgo e Heidelberg e amigo pessoal do escritor Guimarães Rosa e da poeta Hilda Hilst; com toda essa bagagem, tornou-se um dos críticos literários mais influentes e mais respeitados do país. Foi premiado com o Jabuti em 1968 e com o Esso (de reportagem) em 1969.

Durante toda a sua vida Leo Gilson foi um batalhador pela cultura das letras no Brasil. Atacava ferinamente as traduções malfeitas, as edições improvisadas – procurava impor o respeito ao leitor. Combateu incansavelmente a incultura nacional, procurando difundir a boa literatura por todos os meios a seu alcance. Profundo conhecedor da literatura universal, não se conformava com o fato de os brasileiros não terem maior consideração pela sua própria leitura; achava, por exemplo, perfeitamente cabível que o poeta Carlos Drummond de Andrade fosse considerado como sendo de estatura mundial e merecedor do Nobel. Além dos muitos ensaios publicados, escreveu livros de crítica literária entre os quais se destacam “Cronistas do Absurdo” (ed. José Álvaro, 1964) e “O Continente Submerso” (Editora Best-Seller,1988). No teatro escreveu a peça “Balada de Manhattan” que recebeu o Prêmio Governador do Estado em 1971 e traduziu textos de Tennessee Williams e Steven Berkoff.

Politicamente, Leo Gilson era acima de tudo um defensor da liberdade, e se opôs, por exemplo, ao regime soviético, por sua censura aos escritores, e, ao regime cubano, além disso, pela homofobia de seus dirigentes principais. Mas também compartilhava dos sofrimentos da grande maioria da população brasileira e mundial, e, levado por sua conversão ao budismo, lutava também incansavelmente pela melhoria das condições de vida dos povos, pela paz e pela solidariedade internacional.

O sepultamento se dará no dia 12, após velório, no Mausoléu dos Jornalistas, no Cemitério São Paulo, em horário ainda a ser estabelecido. As informações sobre os horários, do velório e do sepultamento, serão dadas pelos telefones (11) 3819 0130 (Revista Caros Amigos) e (11) 3032 5986 (Cemitério São Paulo).

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