domingo, maio 25, 2008

AS HORAS

feriado? pra quem? quem disse que feriado serve pra descansar? você? vovô? cê viajô, jão?

eu tô cheio de trabalho. muito. desde não sei quando que eu não descanso. porque o barato não para. nem nos finais de semana, nem nada. mas, não tô reclamando. de maneira alguma. estou apenas compartilhando como está o processo final de produção do meu livro.

tá dando trabalho a criança. correria, encontros, discussões, reuniões. e alegrias. porque eu tô começando a rir da dor. tô começando a ler meus contos, aqueles que eu fiz com um puta dum sofrimento, uma puta duma angústia e, estou começando a rir deles. não de todos. nem das personagens, da situação que é trágica. mas é aquilo: a linha que separa a tragédia da comédia é tênue. mas, não é sobre essa teoria que eu quero prosar aqui.

só pra constar: quarta-feira foi leitura do livro. a nonagésima quinta. buscando o melhor lugar para os pontos, para as vírgulas; tentando decifrar a melhor palavra, a melhor frase. cortando os excessos ("menos é mais"), pensando na disposição das fotos, nos encontros. pensando sobre o que eu quis dizer com esse livro. todas estas paradas. quinta-feira, altos papos com o allan. o da rosa. acertando detalhes, organizando a reunião. sexta foi suave. é, sexta foi tranquilo.

ontem o bang foi lôco.

sentei com os caras da toró - silvio e allan - as onze da matina em frente ao micro. só levantamos, literalmente, as sete da noite. oito horas diretas na frente do computador. revisando página por página, vírgula por vírgula - as vírgulas principalmente, pois usamos uma fonte diferente e, no caso das vírgulas, todas tiveram que ser trocadas -, aspas, traços, textos, agradecimentos. ahhhh! depois, as fotos. aí foi pau - rsrs. três caras, com três opiniões diferentes. o silvio tava pensando numa parada. o allan em outra. eu, concordando e discordando com ambos, em alguns pontos, e pensando em outra. tensão. pensar, pensar. até descobrir a melhor forma. o processo criativo é chapado.

aliás, esses dois irmãozão são chapados. o livro tá ficando lindo. de verdade. acho que é coisa de "pai" da cria mesmo, sabe? mas, tá ficando lindo. falei pra eles: "é o livro mais lindo da toró". "falô - rsrsrs". eles deram risada. mas, é verdade. pra mim é. porque eu não estou vendo apenas a beleza estética, poética do livro, mas estou vivenciado a beleza produtiva, acompanhando, sugerindo, cedendo cada detalhe, cada traço. e é muito bom.

não sei se vou ter a oportunidade de lançar outro livro. não sei se vou escrevê-lo. querer eu quero mas, escrever por escrever também não é minha praia. enfim. mas, se fosse produzir outro, gostaria que fosse algo parecido com o que estou vivenciando com os parceiros da toró. acho que são poucos escritores que tem esse privilégio.

bom, se tudo der certo, amanhã eu já mando os convites. ajuda a divulgar?

cê vai estar presente? ó, vai ser lindo.

r.c.

p.s.: ah, ainda não acabou. daqui a pouco eu vou sentar de novo com os caras. o livro ainda não tá pronto. talvez, mais umas doze horas de trampo direto sobre ele resolva isso.

6 comentários:

Anônimo disse...

Pode crê, Rodrigo!

Me identifiquei com seu texto , a gente ta num trámpo mil grau por aqui também , terminamos ontem , agora só falta os ultimos detalhes e esperar a parteira, nesse caso vamos até a casa dela (a grafica . rsrs).

Um abraço
Axé nas correra !!

Michel

Zek disse...

Literatura marginal é o que há desde que me descobri adolescente, viciado em leitura e li " Capão pecado" percebi que é minha praia... agora ja tenho mais um blog para visitar.

[tabita] disse...

quando eu crescer, quero ser que nem vc: um escritor.

r.c. disse...

salve, michel.
A caminhada é dura. Mas, cê tá ligado, vale a pena, né não?
Grande abraço,

r.c. disse...

salve, zek. valeu. volte sempre, mano.

r.c. disse...

denise,
pior de tudo que eu nem cresci
nem me considero escritor - rs.
mas, valeu.