Recebi por escrito, carta de um aluno. Cito só um trecho:
"Feliz aniversário, que Deus te ilumine cada vez mais pra você mostrar que a literatura é possível. E que esses vinte e sete anos não sejam 27 anos e sim 27 conquistas."
De: B. V. R. - 7ª B
Para: Rodrigo Ciríaco
Além da carta, recebi hoje na escola uma demonstração de carinho dos alunos que nunca havia recebido antes. Fiquei muito emocionado. Não chorei porque, não sei porque, está cada vez mais difícil chorar. Um ato tão simples. E difícil. O choro agora é silencioso. Por dentro. Mesmo quando é de felicidade.
Algumas pessoas me perguntam, algumas vezes, se vale a pena o que eu faço, já que além das aulas, fico mais ou menos umas cinco horas a mais na escola, por semana, desenvolvendo atividades com o jornal, grêmio e projeto de literatura. Faz parte da minha militância política-pedagógica.
Agora, se vale a pena? Preciso dizer?
Um comentário:
Eu sei porque você não chorou. O seu papel ali é o de não chorar. Isso existe. Eu acho mesmo que o único jeito que vale chorar escondido, é chorar escondido de criança. Não que não se possa chorar na frente de criança, mas se esconder de adulto pra chorar é uma defesa, ou uma covardia, mesmo. Se esconder de criança é uma generosidade. E depois de um tempo, essa generosidade se incorpora, o papel adere à gente, né... Aí, não dá vontade de chorar. Na hora. Aposto que você ainda vai chorar algumas vezes na vida se lembrando de coisas assim.
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