hoje aconteceu mais um, dos dez encontros literários "oficiais" do projeto Literatura (é) Possível. o escritor convidado desta quinta-feira a tarde foi o Alessandro Buzo.
é meio tosco dizer que é indescritível o que aconteceu nesta tarde mas, é a verdade. a única palavra que consigo encontrar para dizer o que aconteceu foi indescritível. ou sublime. aliás, se o projeto não fosse Literatura (é) Possível, acho que hoje eu o chamaria de Literatura é Sublime.
agora, para não pararmos no indescritível, vou tentar dizer algumas coisas.
estas tardes de quinta-feira são os melhores momentos da minha vida. profissionalmente falando. amo ser professor. sou apaixonado por esta profissão. apesar das angústias, apesar do sofrimento. tudo isso faz parte, principalmente quando fazemos algo com entrega, com Amor. recomendo a todas as pessoas de bom caráter que conheço: se forme. estude. vá ser professor de uma escola pública. muitos torcem o nariz. outros dizem que vão pensar. e por trás me chamam de maluco.
mas, disse isso porque, apesar de curtir muito dar aulas, o projeto de literatura é a cereja do bolo, entende? a última garfada daquele prato suculento, na qual deixamos a melhor parte para o final. este projeto literário é o último pedaço da torta de limão do meu Bebê. e eu o devoro com gosto. aliás, estava pensando, não sei a eficácia do projeto para o incentivo à leitura e a produção escrita - que é a justificativa pedagógica para eu poder realizá-lo na escola. mas, só o fato de poder compartilhar momentos de alegria, liberdade, amizade, sorrisos e literatura com uma molecada que, se não estivesse ali, estaria limpando casa, cuidando de primo, jogando um game ou pensando alguma maldade na cabeça, já é da hora. muito bom.
agora, saindo de Marte, voltando pra Terra. Buzo: valeu. foi chapado o encontro. você soube conduzir bem o papo com a molecada, prendeu a atenção deles, falou de temas pertinentes a nossa realidade. tudo previsível, afinal, você é um suburbano convicto. e com você eles se identificam. os textos lidos foram bem escolhidos e, da hora o sarau improvisado. aos poucos, eles vão começando a se soltar. agora vem o desafio maior: fazê-los escrever.
mas, como deu pra perceber, quando eu saio destes encontros de quinta-feira a tarde, eu fico viajandão. flutuando. e é muito bom. porque vivemos uma situação de violência velada muito escancarada dentro da escola. na qual a nossa humanidade é tolida, dissecada diariamente. diariamente somos colocados em situações nas quais deixamos um pouco de ser humano. e nesses momentos nós recuperamos um pouco. da nossa humanidade perdida. a nossa e a de todos. se é que me entende.
direto do céu,
r.c.
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