Então...
Algumas palavras se fazem necessárias por este momento e pelo ano que se passou.
Não sou muito chegado ao Natal. Sempre fico meio deprimido, cabisbaixo nesta época. Não sei o porquê. Talvez por ouvir muitas histórias de minha família, mais especificamente da minha mãe. O seu sofrimento nesta época, as dificuldades que enfrentou quando ainda era pequena, no interior de SP, a separação de meus avós, as privações entre outras coisas são justos motivos para não gostar do Natal. Talvez por ser algo mais família, mais pessoal, e eu não conseguir desconectar das pessoas que não tem mais a sua família- por opção ou não. Mas o principal é o fato do Natal ter se transformado na data mais Capitalista do Ano, essa coisa falsa, hipócrita e que aqui, somente nesta época, devemos perdoar e olhar com mais humanidade o próximo, o nosso "irmão".
Sinceramente, este discursinho é o pior do Natal.
Não podemos fazer da ação de solidariedade (definida por Che como "correr os mesmos riscos") como um discurso de Natal, mas uma prática e exercício cotidiano. Sempre. Hasta la vitória!
Mas eu quero dar neste momento um forte abraço a algumas pessoas especiais que compõem a minha vida, e agradecer por todos os anos e, especialmente, este 2006.
Se no começo do ano de 2006, alguém chegasse para mim e falasse: "olha, você este ano vai se aproximar da Cooperifa. A Dinha vai te levar por lá. Você vai conhecer o Jairo e o Kennya, do Periafricania, o Helber Ladislau, Seu Lourival, Binho, Dinho Love, Sales, Márcio Baptista, Elizandra, Tadeu, Dugueto, Silvio Diogo, Allan da Rosa e vários outros. Vai se tornar amigo do Robson e Neide Canto, Sérgio Vaz, Sacolinha, Alessandro Buzo. Vai ser premiado com o 2º Prêmio Cooperifa" Cê acha que eu acreditaria?
E se dissesse ainda: "este será o seu primeiro ano como professor efetivo da rede pública estadual. Sua missão será trabalhar com alunos de 11 aos 54 anos. Será preciso cuidado, atenção, paciência e responsabilidade. Você vai tremer na base algumas vezes mas, no final dará conta do recado. E o mais importante: conhecerá seres humanos fantásticos." Você acha que eu acreditaria?
E se dissesse ainda que a Fernanda iria casar? Que a Tânia iria para Santos mas, seguraríamos as pontas. Que meu avô iria falecer, a melhor coisa a ser feita seria mesmo deixar a Fundação Empresa-Projeto Travessia e que eu finalmente teria coragem de produzir e divulgar alguns zines e meus poemas, você acreditaria? Nem eu...
Também não acreditaria que um "partidão" botaria a república de joelhos, todos amendrotados. E como resposta, vários suspeitos - não interessa apurar culpas - seriam executados. Também não acreditaria na barbaridade do Líbano e - ainda - do Iraque.
Sem contar a nacionalização do gás - Viva Evo Morales! - na Bolívia e a morte do Pinochet. Melhor ainda do Coronel Ubiratan. Já foram tarde...
Bem, isto foi um pouco do meu ano. Quem quiser saber um pouco mais, veja no histórico do meu curto blog. Um ótimo ano, principalmente na questão profissional. Sem grandes retornos financeiros mas, de grande crescimento humano. Triste pelo projeto Contornos (com o Ed, Cadu, Vivi, Paulo, Iarlei, Rera e eu) ter acabado mas, extremamente feliz por saber que suas sementes frutificaram, espalhadas por aí. Triste por achar medíocre as coisas que escrevo - já não bastava ser um ator, dançarino, pintor e músico frustrado - mas feliz por ter conhecido o Marcelino Freire e outros escritores (acima ou não mencionados) e ter uma única certeza: escrever vale a pena.
"Não há salvação fora da literatura."
Acreditar nisso é o que me garante mais vida.
Quero mandar - e vou dar hoje a noite - um forte Abraço em meu Pai e minha Mãe, sempre ao meu lado, me ajudando, me incentivando, concordando ou não comigo. Aos meus irmãos e suas esposas, que deram duas grandes riquezas para mim: Mariana e Willinha.
Aos meus tios e primas.
Um forte Abraço a amigos que, próximos, estão longe: Hugo, Fernando, Emanuele.
E Tânia. Hoje estaremos juntos... Tudo em família.
Bem, independente de você celebrar estes dias ou não, desejo Saúde, Amor e muita, muita Luta para que dias melhores deixem de ser sonhos e se tornem realidade. Posso ser medíocre, mas é pelo sono dos justos que eu luto, e vou dar as mãos a quem quiser somar neste sonho comigo.
E agora, acho que só em 2007 por aqui.
Para não se sentir abandonado, não deixe de visitar e ler alguns sítios abaixo. Vale ler coisa antiga, são blogs, sítios muito bons.
Aquele abraço,
Rodrigo Ciríaco
poetas e escritores:
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2 comentários:
POodes cre, acontece muito disso mesmo... por isso nao te desejo um bom natal, pois ja passou(rsrs). Mais continue a todo vapor nesse teu blog,no novo ano q vem.
PAZ
Rodrigo, amigão. Parabéns por tudo. Tudo e mais um pouco que você sabe. Sabe a importância da luta.
Além do que. Seu blog está muito muito bom!
Beijos e Feliz 2007!!!
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