sábado, janeiro 16, 2010

NÁDEGAS A DECLARAR

tudo o que eu queria era um buraco onde eu pudesse me colocar e dormir. ali ficar. voltar? talvez. quem sabe? quando essa dor passar. esse sentimento de eu contra o mundo. o que fazer? se tudo está uma bosta, se todos os sonhos não estão mais sobre a mesa posta, o que fazer? chorar, já cansei. rezar, também. lutar. pra quê? quantos venceram? quantos, nesse caminho, já se fuderam? valerá a pena? pena Pessoa, minha alma é pequena. demais. tanto que já se encheu de tantos ais. de tantas explicações, finais. de tudo isso. o que eu queria mesmo era um sorriso. no rosto de minha mãe, de volta o brilho. a fortaleza de meu pai. o sossego de um irmão. a cura do outro. a minha redenção. que ninguém precisasse enfiar o nariz onde é chamado para resolver qualquer questão. que não fossemos tão egoístas, que pudéssemos nos dar as mãos. mas meu irmão, não. está longe. fisicamente, a milhares de quilômetros daqui. intimamente, a anos luz. querendo se afundar. se chafundar na lama. na coca, na brahma. sem saber que o buraco não tem fundo. o buraco é profundo. tão intenso quanto os meus pesadelos. o marco zero que trago no peito. de há tempos não marcar um único gol. estou com saudades de gritar. de berrar, de gemer. não o gemido do gozo, mas o da dor e do prazer. e não sei mais o que fazer. o mundo parece tão besta. as cores tão desbotadas. as pessoas tão desinteressantes. e o amor? são fotos guardadas em arquivos do meu computador. mas como dói.

2 comentários:

danilo disse...

ta foda memo.. a buscar de resposta pá uma pá de fitas... nem sei ser qro ouvir explicação tb,, ñ mudaram a situação.. só sei de uma fita.. que o coração aqui tá cada vez mas sendo corrompido pelo ódio... vc num tá só nesses sentimentos de impotência...

De Lourdes disse...

Nossa Rodrigo, esse texto mexeu comigo, vez recordar o meu pai que se foi a três anos, a fortaleza dele pra mim era um alimento, hoje abracei tanto minha mãe, fiz alguns agrados, como a vida é cruel e difícil de entender, pessoas te tratam como um nada, outras te idolatram, o mundo cruel, fora o veneno a escorrer pelas más línguas, mas cabeça erguida e ser digna de ser o que sou.
Abraços amigo.
Ah!Ia me esquecendo, obrigada pelo informação, já peguei o endereço.
Não pense que não leio o seu blog, viu!