sexta-feira, novembro 21, 2008

SOBRE A MOSTRA - EVENTOS

ontem, dia da consciência negra, rolou no CEU Campo Limpo a exibição da sessão de cinema da Cooperifa, com a Mostra Africala, curtas-metragens produzidos em vários países africanos: Moçambique, Quênia, Ruanda, África do Sul. destaque para o curta animado É aí onde nasce a poeira, que fala sobre o estupro - história real - de uma menina, um bebê de nove meses, no ano de 2001. só que o filme fala sobre um assunto tão forte, tão pesado, de uma maneira tão poética, tão lírica, tão delicada que só as pedras não se emocionam porque não tem olhos para chorar. com toda a certeza, um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos, quiçá na vida.

se puderem assistir na Cinemateca - pois primeiro veio pra nóis, depois vai pros boy (rs) -, não percam.

e eu já sabia, mas ontem, ao olhar os filmes, o povo africano com suas ruas, suas casas, o seu jeito de ser retratado na tela, eu tive a certeza: periferia são eles lá, e África somos nós aqui, também.

rolou também a exibição de vários curtas de produção nacional, mais especificamente do pessoal da quebrada, como o Imagens de uma vida Simples, do Daniel do NCA, que fala sobre a vida do poeta Solano Trindade, além de outras cositas mais.

a mesa de debate: Rogério Pixote (Cine Becos), Daniel Fagundes (NCA) e Jeferson De, com mediação do Sérgio Gagliarde foi muito boa, para mim a melhor até aqui da nossa Mostra. vários assuntos muito pertinentes - e espinhosos - foram postos a mesa. não vou entrar em detalhes porque acho que quem tinha interesse tem que estar lá e segundo, estou com uma baita dor de cabeça - e não é ressaca, pois ontem não bebi. talvez seja crise de abstinência - rs.

para quem não visitou a Mostra Cultural da Cooperifa, três avisos:

1) pode vir que nóis recebe vocês, seja lá quem for, muito bem;
2) é tudo na faixa, de "grátis" e
3) hoje (sexta-feira) eu estarei numa mesa

as 17hs, junto com o Márcio Batista (poeta, autor do Meninos do Brasil), Michel da Silva (poeta, escritor, do Elo da Corrente) e mediação do Eleilson, da Ação Educativa. o tema da mesa é Realidade e Ficção no Cotidiano da Periferia, e você não pode perder.

principalmente porque depois, a partir das 20hs, tem espetáculo e apresentações de dança com os grupos Espírito de Zumbi e Instituto Umoja.

ah!, e amanhã tem FEIRA DE LIVROS INDEPENDENTES. e depois debate. e depois SARAU.

e domingo tem show. vários grupos, várias bandas.

e você tá perdendo tudo isso? eu não acredito!

mano, chega aí, mina, chega aí!


*** OBSERVAÇÃO: fotos, outras informações, acesse:
www.colecionadordepedras.blogspot.com - Blog do Sérgio Vaz

Um comentário:

igualdade disse...

Uma historia no mesquita.
No começo eu não pensei em como seria recebido.
No começo eu não pensei em como minha vida ia mudar. E mudar em muito.
Eu comecei com insegurança.
A inocência de uma criança.
Eu nem pensava em ter tantos amigos.
Mas graças a Deus eu tive poucos inimigos.
Eu não queria ser diferente.
Mas uma pessoa me mostrou que sou mais do gente.
Eu conheci grandes poetas e escritores.
Já li romances e humores.
Tento mostrar o melhor de mim.
Mas me deu pouco e ganhei muito.
Já vi muita gente chora e muita gente sorrir.
Já vi gente chegar ao alto e muita gente cair.
Quantas vezes me apaixonei.
Quantas vezes eu já não quis ir já não quis aceitar.
Eu vou contando minha historia.
Recontando a minha gloria.
Eu sou apenas uma criança.
Mas tenho fé e esperança.
Eu não penso em desistir.
O que penso é em conseguir.
Já fiz poemas de igualdade.
Outros desigualdade.
Não tenho muitos sonhos realizados.
Tao pouco realizamentos sonhados.
Eu pensava em ser alguem.
Mas hoje não quero ser ninguém.
Eu já percebi que não conseguirei ser tudo.
Mas percebi que muito menos serei o nada.
Nunca me apeguei tanto.
Nunca sorri tanto.
Nunca desisti.
Embora quase me fizessem fazer isso.
Me tao forte.
Mas também me senti fraco precisando de ajuda .
Muita gente me acolheu.
Mas também muita gente precisou da minha acolhida.
Eu sofri.
Me dei muito.
Chorei bastante.
Senti falta.
Abracei menos.
Me mostrei muito.
Me fortaleci pouco.
Me ajudei menos ainda.
Não tive coragem de me enfrentar.
Tive medo de mim.
Sofri calado.
Morri desalmado
precisei de um abraço.
Mas recusei o que eu recebi.
Me senti solitário.
Me senti muito acompanhado.
Apenas pelo destino.
Me julguei muito.
E muito julguei.
Me faltou palavras.
Me faltou pontapés.
Não tive respeito.
Não mereci respeito.
Me perguntei porque?.
Mesmo sabendo que nem pra isso eu tinha resposta.
Não percebi o que eu estava causando.
Mas sofri muito com o que me causaram.
As vezes pensei que não valeu a pena.
Mas outras eu percebi faz parte da minha vida.
Não posso ficar só.
Com tanta companhia.
Preciso de alguem.
Pra me falar.
Pra me mostrar.
Pra me realizar.
Preciso de você.
E só uma coisa eu digo.
Você é eterno.
Eu faço parte de você.
Do mesmo jeito que você faz parte de mim.

Obrigado RODRIGO CIRIACO
mau eterno amigo.
Meu parceiro pra sempre.
Espero que na minha vida apareçam muitos:
MESQUITAS!!!!!!!!!!!