Moradores de rua entraram em conflito com agentes; eles foram encaminhados a albergues
Marcelo Valletta
Na quarta-feira e ontem, 200 moradores de rua foram retirados da Praça da Sé pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) e encaminhados a albergues da Prefeitura. Houve confronto na manhã de ontem - quando sem-teto atiraram pedras nos GCMs -, mas ninguém foi preso.De acordo com o secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro Alves, a ação configura crime, abuso de poder e constrangimento ilegal. 'Mostra que a Prefeitura assume que está fazendo limpeza social. O Condepe vai pedir explicações ao prefeito. Queremos saber quais programas sociais estão sendo colocados à disposição da população de rua. Ninguém pode ter cerceado seu direito de ir, de vir e de ficar', afirmou. A reportagem não conseguiu falar com representantes da Prefeitura e da GCM.'Feia' foi a palavra usada, sem pestanejar, pelo jornaleiro Paulo Claudino, de 60 anos, para descrever a situação da Sé, onde trabalha há 13 anos, de frente para a Catedral e para o Metrô. 'Hoje está limpinha, porque passaram aí levando o pessoal, mas depois volta a mesma coisa de sempre. Deveriam continuar essa limpeza todos os dias - e não apenas com a varrição. Porque eles chegam aí e vão ficando', afirma.O metalúrgico aposentado José de Paula Ferreira, de 81 anos, lamenta não poder mais andar pela praça com sua máquina fotográfica, com a qual alimenta seu hobby de registrar a arquitetura da capital. 'Deveria ser uma bela praça para se passear, mas hoje as pessoas têm medo. O centro da cidade deveria ser um marco. Acho que há tentativas de melhorar, de tirar os mendigos e os marginais, mas parece que sempre há um obstáculo. Cabe à Prefeitura deixar tudo aprazível e atrair turistas', cobra
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