Junho foi correria total. Prévia do que ainda estava por vir neste ano. Devido ao projeto de Literatura, fui convidado a participar da FLAP (indicado pela Dinha), na mesa A TURMA DO FUNDÃO: Literatura na Sala de aula, numa mesa de debate coordenada pelo tatu-bola Ivan Antunes.
Ainda em junho, peguei um bonde junto com a Cooperifa e participamos da Festa de Poesia de Dois Córregos, à convite de Frederico Barbosa. Lôco, muito lôco. Principalmente as brejas, a viagem no buzão. Ótimo pra todo mundo trocar uma idéia, se conhecer melhor.
E ainda teve a participação do Sacola na minha escola, o segundo escritor convidado. Pra variar, também deu zica, devido a desorganização da escola e, uma coisa muito, muito feia aconteceu. Virou conto. Leia abaixo e entenda:
SOCÁ PRA DENTRO
- Eu estava na escola, com um escritor convidado, quarenta alunos ao meu lado, e nenhuma sala. A sala reservada na semana anterior, que inclusive tinham limpado, lavado... Passaram pra outro.
- Desorganização total?
- Pois é. Aí me botaram na antiga sala da direção. Imagina, da direção! Uma salinha pequena, apertada. Eu, o escritor e mais quarenta alunos ali, espremidos. Eu lá consegui enxergar que tinha um interfone lá dentro, ligado diretamente na secretaria da escola e que os meninos tavam lá, toda hora apertando, fazendo barulho?
- E aí?
- Não, você não vai acreditar. Bateram na porta né? Toc, toc. Pois não? Professor, com que turma o senhor está? Ah, estou com várias. Da quinta à oitava série. São os alunos do projeto de Literatura. Posso dar um recadinho? Era a secretária da escola, toda educada. Mas é claro. Ela entrou, fechou a porta e perguntou, em alto e bom som:
- Pessoal, quem aqui tem hemorróida?
- O quê?
- Quem é que tem hemorróida?
- Não, cê tá brincando?
- Não, não tô. Na hora eu estranhei, até fiquei pensando: nossa, será que ela vai fazer divulgação igual aqueles cara que vem na escola, vender curso pra computação, vender passeio? Mas divulgação para hemorróida? Pomada?
- E aí?
- Aí que um aluno teve uma idéia genial né? Tia, o que é hemorróida? Rapaz, essa mulher começou a gritar: - Hemorróida é a porra dum caralho dum negócio que dá no meio do olho do cu, que dá uma coceirinha no dedo que faz vocês ficarem apertando essa merda de interfone. Dá pra parar ou eu vou ter que socá pra dentro? Bateu a porta plam! e saiu.
- Nossa véio, eu não acredito. Que rampeira! E os alunos, o que fizeram.
- Começaram a rir, não entenderam nada. Eu fiquei mudo, perdi a respiração, comecei a suar. Pedi mil desculpas pro escritor, falei que aquilo nunca tinha acontecido, e não tinha mesmo, pra ele entender.
- Nossa, que louco. Não dá pra acreditar. Já pensou se fosse um dirigente de ensino que tivesse ali dentro e ela fizesse isso? Ia dali pra roça, sem assunto. Ia rodar bonito.
- Mas foi justamente por isso. Ela sabia que era eu que estava lá, junto com um escritor. Que perigo que a gente representa? Em quem que a gente impõe respeito?
- Que barato sem noção...
- Não, e o pior foi a gozação, a molecada na escola depois. Qualquer coisinha, qualquer mancada que um aluno dava, alguém gritava: - Aí, vou socá pra dentro hein.
- Eu estava na escola, com um escritor convidado, quarenta alunos ao meu lado, e nenhuma sala. A sala reservada na semana anterior, que inclusive tinham limpado, lavado... Passaram pra outro.
- Desorganização total?
- Pois é. Aí me botaram na antiga sala da direção. Imagina, da direção! Uma salinha pequena, apertada. Eu, o escritor e mais quarenta alunos ali, espremidos. Eu lá consegui enxergar que tinha um interfone lá dentro, ligado diretamente na secretaria da escola e que os meninos tavam lá, toda hora apertando, fazendo barulho?
- E aí?
- Não, você não vai acreditar. Bateram na porta né? Toc, toc. Pois não? Professor, com que turma o senhor está? Ah, estou com várias. Da quinta à oitava série. São os alunos do projeto de Literatura. Posso dar um recadinho? Era a secretária da escola, toda educada. Mas é claro. Ela entrou, fechou a porta e perguntou, em alto e bom som:
- Pessoal, quem aqui tem hemorróida?
- O quê?
- Quem é que tem hemorróida?
- Não, cê tá brincando?
- Não, não tô. Na hora eu estranhei, até fiquei pensando: nossa, será que ela vai fazer divulgação igual aqueles cara que vem na escola, vender curso pra computação, vender passeio? Mas divulgação para hemorróida? Pomada?
- E aí?
- Aí que um aluno teve uma idéia genial né? Tia, o que é hemorróida? Rapaz, essa mulher começou a gritar: - Hemorróida é a porra dum caralho dum negócio que dá no meio do olho do cu, que dá uma coceirinha no dedo que faz vocês ficarem apertando essa merda de interfone. Dá pra parar ou eu vou ter que socá pra dentro? Bateu a porta plam! e saiu.
- Nossa véio, eu não acredito. Que rampeira! E os alunos, o que fizeram.
- Começaram a rir, não entenderam nada. Eu fiquei mudo, perdi a respiração, comecei a suar. Pedi mil desculpas pro escritor, falei que aquilo nunca tinha acontecido, e não tinha mesmo, pra ele entender.
- Nossa, que louco. Não dá pra acreditar. Já pensou se fosse um dirigente de ensino que tivesse ali dentro e ela fizesse isso? Ia dali pra roça, sem assunto. Ia rodar bonito.
- Mas foi justamente por isso. Ela sabia que era eu que estava lá, junto com um escritor. Que perigo que a gente representa? Em quem que a gente impõe respeito?
- Que barato sem noção...
- Não, e o pior foi a gozação, a molecada na escola depois. Qualquer coisinha, qualquer mancada que um aluno dava, alguém gritava: - Aí, vou socá pra dentro hein.
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