"Não dá mais pra segurar... Explode coração." Novembro foi assim, altas emoções. A Semana de Arte Moderna da Periferia foi linda: artes plásticas, dança, literatura, teatro, música, cinema. Muita gente envolvida, suando, batalhando, trabalhando, curtindo; muita alegria, muito axé. Sem palavras, só quem estava lá pôde sentir.
Ainda tivemos a segunda edição da Balada Literária, organizada pelo Marcelino. Tive a felicidade de, na Balada, fazer a publicação de mais dois textos (contos). Um na antologia "MOSCAS", organizada pelo Marcelino e pelas Edições Dulcinéia Catadora, e o outro, o jornal "Menos Escritores", da Oficina também do Marcelino. No primeiro participei com o conto IDÉIA FIXA e, no segundo, com o conto MARIA.
MARIA
Eu não me importo de ter sido acusada de colocar cocaína na mamadeira com leite quente e farinha e não poder falar pra me defender quando o apresentador da TV me chama de animal monstro assassina buscando o melhor ângulo sobre o meu rosto quando o delegado me algema e me puxa pelos cabelos pra mostrar a minha cara chorosa e me chamar de fingida. Eu não me importo por ter sido trancada pela revolta das mães presas e por isso ter sido agredida justiçada surrada a cara marcada e ter uma caneta enfiada dentro da minha vagina. Revolta de mãe eu entendo. Eu não me importo com o laudo me inocentando depois de trinta e sete dias e o mesmo apresentador da TV se calando ignorando não pedindo desculpas fingindo desconhecer a notícia e a minha soltura na sexta-feira santa pra finalmente ver a pequena cova cheia em contraste com a minha alma vazia. Eu não me importo. Nada mais me importa. Nada.
Eu não me importo de ter sido acusada de colocar cocaína na mamadeira com leite quente e farinha e não poder falar pra me defender quando o apresentador da TV me chama de animal monstro assassina buscando o melhor ângulo sobre o meu rosto quando o delegado me algema e me puxa pelos cabelos pra mostrar a minha cara chorosa e me chamar de fingida. Eu não me importo por ter sido trancada pela revolta das mães presas e por isso ter sido agredida justiçada surrada a cara marcada e ter uma caneta enfiada dentro da minha vagina. Revolta de mãe eu entendo. Eu não me importo com o laudo me inocentando depois de trinta e sete dias e o mesmo apresentador da TV se calando ignorando não pedindo desculpas fingindo desconhecer a notícia e a minha soltura na sexta-feira santa pra finalmente ver a pequena cova cheia em contraste com a minha alma vazia. Eu não me importo. Nada mais me importa. Nada.
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