Nosso singelo palco de transformações
crianças brincando no pula-pula
bexigas,
bexigas
Guerreiros e Guerreiras
Abre alas...
Sarau
Julinha, na mesa de pintura
Debora Garcia
recitando,
leituras
e o público vibra!
Jade
Minha filhota mais linda do Universo
Julia ganhou livros, e não foi só ela:
Algodão doce e poesia: quer combinação melhor?
Família.
Há 07 anos atrás, quando comecei a fazer saraus dentro da sala de aula na escola, eu tinha um sonho: compartilhar a minha paixão pela literatura com os jovens, crianças, adolescentes. Simples assim. Apenas isso.
Gostaria que eles tivessem o mesmo gosto que tenho pela leitura. O mesmo prazer, vivenciar as mesmas sensações, de alegria e tristeza, de dor, frio, angústia ou quentura; de arrepio ou medo que eu tenho, até hoje, quando leio um bom livro.
O trabalho não foi nada fácil, passamos por duros e maus bocados. Só pra lembrar: no primeiro sarau das crianças, com a escola aberta, tinha aproximadamente 15 pessoas, fora os Mesquiteiros. Quinze pessoas?
Você conhece a frustração de organizar um evento, dispor de seu tempo, suas faculdades mentais, energia, dinheiro e ver tudo aquilo não dar certo. E ainda assim, continuar insistindo? Pois bem, eu sei. E o melhor: pude viver tudo isso ser superado. E pude ver o meu sonho, de 07 anos atrás, de olhos bem abertos.
Definitivamente, ao menos para mim, o sarau de sábado, 26 de outubro, exatos 07 anos e 05 meses de trabalho na escola, foi o mais bonito. Foi o mais singelo, o mais singular de ter vivido.
Não pelos números: mais de 250 pessoas que passaram pela escola, mais de 350 livros distribuídos, outros 500 algodões doces entregues de graça, e mais pipoca, refrigerante, lanches, pula-pula-inflável, piscina de bolinhas. As mais de 20 crianças que recitaram. Tudo isso já bastaria para dizer que foi um evento maravilhoso. E foi.
Para mim teve um sabor bem peculiar. Pois, como diria o Pequeno Príncipe, “o essencial é invisível aos olhos”. Mas eu vi: o brilho dos olhares, a saliva pelo algodão, os abraços e apertos de mão de gratidão, a energia que transbordava os poros. Eu vi, eu senti, eu quase chorei. Pois não estava dormindo. Estava sonhando, de olhos bem abertos.
E como é gostoso dar livros de graça para quem fica quase três horas sentados, aguardando pra receber. Não é doação, é redenção.
A todos, todos os que estiveram presentes: obrigado, obrigado e obrigado.
Aos Mesquiteiros e Mesquiteiras, que compartilham deste duro trabalho de serem produtores culturais dentro de uma escola públia na quebrada. Obrigado, obrigado e obrigado e: parabéns, parabéns. Vocês são guerreiros e guerreiras.
A quem acredita e torce não por nós, mas pela arte, educação e cultura, eu posso dizer: sábado, nós vencemos.
Que venham outras batalhas. Estamos cada vez mais preparados para a guerra.
Saboreando ainda os louros da vitória.
Rodrigo Ciríaco
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