hum, tá difícil até de falar. de contar. pura emoção, explosão pelos poros. feliz até a ponta da unha. como posso dizer. que a parada começou a um bom tempo. na minha escola. tava triste, zoada. muita, muita coisa errada. e lá, eu remando contra a maré. tentando não morrer afogado. tentando arrastar alguns outros. mas havia troncos, trouxas, e outros cabeça-de-bagre pelo caminho. problemas. um deles, na direção da escola. simplesmente não havia. ou melhor, havia. no papel. no livro-ponto. quase não comparecia. e não representava: os professores, os alunos. a escola. eu tentei. ser diplomático durante um tempo. dialogar, conversar. sem resultado. fui pro embate.
fiz um documento oficial, pedi para os professores assinar, protocolei com a diretora. não resolveu. fiz um outro documento, denúncia, detalhando tudo o que estava acontecendo, pedi assinatura de outros colegas, protocolei na diretoria de ensino. "não adianta", ela me disse. "isso não vai dar em nada". e durante dois meses achei que não daria. mesmo. será que a luta não vale a pena? me perguntava. mas aí, a diretora foi afastada. saiu da minha escola. e um novo diretor veio para o lugar. e eu comecei a pensar: bom, talvez dê. talvez sim, talvez não. não sei.
e ainda não sei. mas hoje eu tive um dia de vitória. parcial, mas vitória. merece ser celebrada. hoje estive depondo na PROCURADORIA GERAL DO ESTADO. sim, eu fui intimado para depor. o motivo: o processo administrativo contra a minha ex-diretora. uma juíza estava lá para me ouvir. FINALMENTE alguém ligado ao Estado, alguém que pode fazer alguma coisa, estava lá para me ouvir. foi muito sofrido pra chegar até aqui. "só eu sei, as esquinas que passeeieeeeeei. só eu sei. só eu sei..." e eu fui lá. depor. não esperava, mas a minha ex-diretora estava lá. só dei boa tarde, pra ser educado. mais nada. outras pessoas foram depor também. não sei se como "acusação", se como "defesa". eu fui como Justiça. falei o que era, falei o que acontecia: as ausências da escola, a assinatura no livro-ponto como se nada acontecesse. os perrengues que passamos com falta de material, falta de apoio, falta de vergonha, falta de tudo. e a ex-diretora lá, ouvindo tudo. balançando a cabeça, resmungando. mas diante da juíza, não podia dizer nada. não podia questionar nada. era o meu momento da verdade. de defender a minha visão, de defender a educação. de dizer tudo aquilo que estava atravessado na garganta e eu quis dizer há muito tempo. todos os pingos nos is. eu falei. durante mais de 01 hora e meia. foi o tempo do meu depoimento. e não ficou nada sem dizer. não tremi na base, não fraquejei. nada. disse tudo.
ou melhor: só faltou dizer que hoje foi vitória. e fiquei feliz com tudo isso.
2 comentários:
Tem uma parte do livro que fala disso, né? Estilo dessa diretora, talvez seja ela, quem sabe.
Fico Feliz por ti, meu caríssimo.
Caríssimo não, pq senão o popular não usa, não é teu caso.
Seu livro tá rondando por aí.
Beijo
Sim, sim. É ela sim.
Bom saber que o livro-pássaro tá rondando por altas bandas.
beijo
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