cortaram. cortaram
meus sonhos em pedaços.
e de tão picados que ficaram
resolveram fazer um ensopado.
pegaram água suja, pedra e sal
misturaram, ferveram e deram pra eu comer/beber
eu engoli tudo.
água suja e sal expeli pela urina
a pedra
ficou entalada na garganta.
homens vieram na claridade cegante da luz
e arrancaram rosas e girassóis do meu jardim.
eu chorei. das mãos que tentei salvar flores
ficou apenas sangue e lágrimas. das rosas, apenas espinhos
chorei. maldizi o mundo, fiquei de luto
por levarem assim - tão fácil - minha esperança
mas ela é criança, boba. não cresce e não se cansa
e toda manhã enquanto me puxa do sofá, geme e dança ela diz:
se levaram tuas flores, planta agora moinhos de vento.
anda, planta. planta agora moinhos de vento, menino!
3 comentários:
Eu queria ter um pé de moínhos de furacões
Rodrigo, você não me conhece. Eu só te conheço por aqui, mas gosto muito das coisas que você escreve. E acompanho seu blog quase como uma novela... ha,ha,ha
Há braços! Bianca
Tu é tão bonito!
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