sexta-feira, março 06, 2009

COISAS IMPORTANTES - 2ª EDIÇÃO DO MEU LIVRO E REVISTA ÉPOCA

Este sábado será um dia especial para mim. Receberei na minha casa a 2ª edição do meu livro, "Te Pego Lá Fora". Uma conquista. Pela maneira como ele foi criado, pelas alegrias - e tristezas - que ele me proporcionou. Por menos de nove meses depois (o livro foi lançado em junho do ano passado), quase 600 exemplares terem ido embora. Isso num trabalho de vendas de mano a mano, sem grandes propagandas, livrarias e outros estabelecimentos fixos para a venda. Conheci, ainda que de passagem, quase todas as pessoas que adquiriram o livro, diria que 70%, conversei com algumas delas, antes e depois e, para um autor, isso não tem preço.

O livro está igual: mesmo conteúdo, apresentação do Sérgio Vaz, etc, com uma única diferença: a capa. Não, não mudei a foto da capa - em que aparece uma sala de aula alagada depois de uma reforma de meio milhão de reais -, mudei o papel da capa, mais duro, mais firme. Mais especial, principalmente para mim.

Outra coisa importante é a matéria da Revista Época. Ainda não li a matéria, não sei o que irá sair, exatamente, mas estou botando fé e confiança na jornalista Ana Aranha. Menos por ser da revista Época (da editora Globo), mais, muito mais por ser amiga da jornalista Eliane Brum e por tê-la conhecido na Cooperifa. Boto fé por tudo isso. Talvez eu me engane, talvez não.

A matéria surgiu por conta do filme francês "Entre os Muros da Escola", indicado ao oscar de melhor filme estrangeiro neste ano - não levou a estatueta - e que estará nos cinemas aí, a partir da semana que vem, dia 13 de março. O filme fala sobre o cotidiano de uma escola pública na periferia de Paris, os conflitos entre alunos, professores, professores e alunos, entre outros, e foi baseado num livro, do mesmo professor que atua no filme - a ser lançado no Brasil pela editora Martins Fontes. Neste livro, o professor relata experiências de seu trabalho na escola.

Devido as semelhanças - o meu primeiro livro, de contos, aborda o cotidiano da escola pública na periferia de São Paulo -, o fato de sermos professores, a Ana convidou-me, eu e alguns alunos e uma outra professora, a participar de uma sessão fechada do filme para, depois, discutir sobre o mesmo e sobre a situação de nossa escola.

Eu não ia perder essa oportunidade por nada neste mundo. A minha briga sempre foi essa: mais espaço para a educação, mais espaço para a discussão, mais espaço para ações efetivas. E ponto. Quero melhorar a minha escola, quero melhorar o ensino público e gratuito, quero mudar a minha escola e não mudar da minha escola. Então, como disse, não ia perder esta oportunidade. Apesar da desconfiança em dar uma matéria para a Época - não confio muito na mídia gorda -, apesar da proibição da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, em não autorizar eu e os alunos a falar. Mas, tudo bem, eles podem me proibir de falar enquanto professor e em nome da escola, mas a Constituição Brasileira é soberana a qualquer Estatuto de funcionário e, enquanto cidadão, eu tenho direito de expressar a minha opinião, com responsabilidade, é claro. E o Estado não pode impedir que estudantes falem se os pais destes autorizam, como foi o caso.

Pois bem, assistimos o filme, conversamos sobre o mesmo, sobre a escola, as dificuldades, problemas, lutas e vitórias e, acho, a matéria ficará bacana. O processo, apesar de cansativo - principalmente as horas de entrevistas - foi muito bom, a Ana demonstrou ser uma jornalista competente, respeitosa e, mais importante para mim, os alunos ficaram bem satisfeitos.

Agora, é aguardar até amanhã para a chegada da 2ª edição do meu livro e a matéria da Época, abrir um guaraná e comemorar. Ainda que seja por um dia, afinal, ainda estamos no front.

Como diria o poeta Sérgio Vaz: "tamo junto, mas só com quem tá misturado!"

Aquele abraço,

R.C.

Um comentário:

Tania Aires disse...

Parabéns! A escola pública brasileira carece de pessoas como vc que acredita e faz! Sucesso!