no momento, deixa eu caminhar contra o vento."
bom, vamos numa retrospectiva dia a dia - até porque é bom para eu pensar sobre o que tô fazendo da minha vida.
08/10 - quarta: o dia bonito, ou melhor, ou noite linda. foi o lançamento do livro "um segredo no céu da boca - pra nossa mulecada", mais um filho que chega das edições toró e esse, como diz o subtítulo, total responsa, pra nossa mulecada. o livro ficou lindo, jóia rara mesmo, de verdade e, apesar de meu texto ficar diminuído no meio de tanta gente boa que participa, eu tenho orgulho de fazer parte dele. valeu silvio, valeu da rosa, os verdadeiros engenheiros gráficos e poéticos da periferia.
09/10 - quinta: teve literatura (é) possível, com a mulecada da minha escola. encontro caseiro, nóis por nóis mesmo, mas foi muito bacana. estava sentindo falta de tocar nos textos da molecada e, quando eles escreveram, a navalha cortou fundo no estômago. dolorido. de chorar mas também de rir. eita mulecada criativa. para o final do ano estou bolando uma publicaçãozinha com eles, coisa simples, uma revista. aguardem mais informações.
na quinta mesmo, depois do encontro de literatura, eu tomei um rodo. sim, um rodo bonito! meu diretor me comunicou que ele leu o livro, viu as fotos, gostou e tal mas, teve que comunicar à minha dirigente de ensino. o motivo: o uso não autorizado das fotos da escola - sabe, a foto da capa, que mostra uma escola alagada depois de uma reforma de meio milhão de reais? esta mesma.
apesar de não citar o nome da escola no livro, nenhuma informação que leve a mesma, disse que pode dar problema. eu assumi a responsa, disse que sabia da lei - estatuto do funcionalismo público - retrógrada, de 1968, época em que a PM invadia as escolas para retirar professor da sala de aula por falar mal da ditadura militar mas... voltando. disse que sabia da lei mas decidi usar as fotos por: a) opção estética; b) opção política. um por não concordar com o estatuto, como já disse e dois: acho que MAIS GRAVE do que publicar fotos sobre uma escola alagada, com paredes esburacadas, risco de curto-circuito, falta de segurança, higiene e etc é PERMITIR QUE UMA SITUAÇÃO COMO ESTAS OCORRA, ou não? mas, dentro da loucura cotidiana que vivemos, há uma inversão (i)lógica das coisas: crime é denunciar, não quem comete o crime. é, vai saber, talvez eu esteja errado e eles certos e, tudo bem.
só uma coisa: SENTIREI ORGULHO EM SOFRER UMA PUNIÇÃO, PROCESSO ADMINISTRATIVO PELO ESTADO SE O MOTIVO FOR O LIVRO. NÃO TENHO DO QUE ME ENVERGONHAR, NÃO TENHO DO QUE ME ESCONDER E NÃO ME ARREPENDO DE NADA DO QUE FIZ. FARIA TUDO DE NOVO, PROCURANDO SER MAIS LITERÁRIO E MAIS PROFUNDO NA CRÍTICA.
e na sexta-feira eu desci para a baixada santista, pois
11/12 - sábado: foi dia de Chá na Concha, evento artístico-cultural-antimanicomial que acontece já há dois anos quase em santos, na Concha acústica, um espaço maravilhoso localizado na orla da praia, abandonado há muito tempo pela Prefeitura municipal de lá e que a turma do De Lírios, da qual a Tânia participa, está recuperando. o Chá na Concha foi lindo, muita gente, muita criança brincando, pintando, ouvindo um som, declamando poesia, curtindo a brisa do mar. aviso: quem não foi ou não conhece o chá na concha, não sabe o que está perdendo. e desculpinha de que fica em Santos, não cola. se quiser ir no próximo, é só dar um toque que hospedagem a gente garante, certo?
12/12 - domingo: dia das crianças, amanheceu chovendo na praia, ainda assim eu e tânia e sua mãe fomos para o Guarujá encontrar nossos sobrinhos, cunhados, cachorro, gato, periquito e outras personas bem gratas por lá. apesar do tempo fechado, deu pra curtir uma areia lá na praia do tombo, bater uma bolinha, pegar umas onda e até uma corzinha. eita final de semana bom, desligado de tudo, desligado da vida, da tecnologia, da poluição, da pressão de ser paulista e só curtindo o mar, areia, praia, junto com parte da família. nem queria vir embora mas, fazer o que, a gente precisa encarar a realidade e segunda é dia de trampo, não tem jeito.
no mais, é isso aí. sábado estarei na ação educativa num evento organizado pelo IPJ. falarei sobre o Literatura (é) Possível, a partir das 13hs. quem quiser, é só colar pra gente se ver, conversar, se abraçar, tomar um suco e trocar umas idéias.
ou então a gente vai conversando neste monólogo tecladístico por aqui memo.
abraço,
r.c.
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