quarta-feira, janeiro 30, 2008

BRASIL: GUERRA CIVIL


Brasil teve meio milhão de homicídios numa década - REUTERS

Ter, 29 Jan, 06h28
Por Raymond Colitt

BRASÍLIA (Reuters) - Quase meio milhão de brasileiros foram assassinados nos últimos dez anos, mas a taxa de homicídios está caindo gradualmente graças aos avanços sociais, à ampliação do policiamento e à redução das armas de fogo, segundo estudo o Mapa da Violência nos Municípios Brasileiros, divulgado na terça-feira.
Entre 1996 e 2006, cerca de 465 mil pessoas foram assassinadas no país, a maioria a tiros, de acordo com o levantamento realizado por duas ONGs e pelo governo federal.
Especialistas dizem que a polícia, corrupta e sem os recursos necessários, não tem como combater os crimes, e que a grande desigualdade social alimenta a violência.
Em 2006 e 2007, vários casos chocantes trouxeram a questão da segurança pública de volta à lista de grandes preocupações da opinião pública.
Segundo o relatório, muitas das 12 cidades mais violentas ficam na Amazônia, onde disputas por terras e outros recursos naturais são frequentemente resolvidas com a contratação de pistoleiros.
A cidade de Foz do Iguaçu, na fronteira com a Argentina e o Paraguai, é a quinta cidade mais violenta do Brasil, com 99 homicídios para cada 100 mil habitantes, mais que o triplo das taxas registradas em cidades norte-americanas fortemente afetadas pela criminalidade.
Mas o número de assassinatos em 2006 caiu pelo terceiro ano consecutivo. Do pico de 50.980 em 2003 foi para 46.660, de acordo com o estudo.
As campanhas de desarmamento promovidas pelo governo, a ampliação dos programas sociais e o melhor policiamento ajudaram a reduzir os homicídios, segundo o relatório. Mas milhões de jovens sem perspectiva sócio-econômicas continuam servindo de mão-de-obra para o crime.
"A queda da taxa de homicídios é uma boa notícia, mas não comemoremos demais", disse Jorge Werthein, co-autor do relatório e diretor-executivo da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla).
"(A taxa atual) ainda é totalmente inaceitável por qualquer padrão internacional", acrescentou.


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