Parabéns pela cidade limpa
ENTROU EM vigor a todo o vapor na última segunda-feira (2/7) lei do Cidade Limpa na capital de São Paulo (14.223/ 2006), que visa disciplinar o uso de anúncios. Naquela data acabou o período de adaptação, e os infratores passaram a ser multados. E as multas são pesadas. Começam com R$ 10 mil e vão subindo numa progressão geométrica e meteórica para que os cidadãos pensem duas vezes antes de invadir a cidade com anúncios inadequados. Houve tempo para tomar providências. E isso foi muito bom. Sem punições, a maioria dos responsáveis entendeu que deveria respeitar as normas de civilidade, providenciando a retirada de anúncios que tornavam São Paulo uma das cidades mais poluídas do mundo. Aos poucos, os paulistanos foram descobrindo uma cidade esquecida ou que nunca conheceram. Uns ficaram admirados com a arte embutida na arquitetura das construções. Outros se assustaram com as rachaduras nos edifícios, estruturas maltratadas, marquises caem-não-caem, redes elétricas a céu aberto e outros problemas que eram escondidos pelos anúncios. Está aí uma lei de boa qualidade. O povo gostou. No início, os infratores reclamaram, mas acabaram se ajustando. A nova lei surtiu efeito antes mesmo de entrar em pleno vigor. O que está faltando, agora, além da retirada das armações dos anúncios, é uma ação educativa e repressiva aos pichadores e aos moradores de rua que emporcalham as paredes dos prédios e que usam as praças e as ruas da cidade como dormitórios, banheiros e lavanderias. Há anos manifesto o meu inconformismo com a inaceitável sujeirada que tomou conta da cidade. Será preciso fazer uma outra lei para corrigir esse problema? Penso que não. Na lei do Cidade Limpa há dispositivos que se referem ao combate à poluição visual, bem como à degradação ambiental. Quer mais degradação do que o emporcalhamento da Biblioteca Municipal Mário de Andrade? Ou gente que dorme, urina e lava roupa em plena praça Ramos de Azevedo, nas barbas do Carlos Gomes? Se lei existe, o que falta é um programa efetivo por parte da prefeitura para acabar com as pichações indecorosas que ainda banham a bela cidade. Não é possível continuar com esses maus exemplos. O turista que vem a São Paulo fica com a impressão de ter chegado a um planeta diferente, onde nada se entende do que é escrito nas paredes e tudo se faz nas ruas e nas praças. A cidade merece um tratamento condigno em vista do que já fez e continua fazendo para o progresso econômico e social de São Paulo e do Brasil.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos domingos nesta coluna
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0807200706.htm
E você, o que acha disso?
Um comentário:
ah, eu acho que esse antônio ermírio não tem nada pra dizer e fica procurando pêlo em casca de ovo, chifre na cabeça de cavalo.
uma hora ele encontra.
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