A coisa tá feia no Centro de São Paulo
Em 19 de Agosto de 2004, tivemos o início de uma série de ataques que culminou com o assassinato de 15 pessoas em situação de rua (número oficial). Outras feridas. No decorrer dos meses e anos seguintes, vários moradores de rua morreram ou foram atacados, em circunstâncias estranhas. E a cidade do "Grande Irmão", vigiada a todo momento por câmeras em cada esquina, passa desapercebida, distante, com os seus olhos sobre estas mortes.
As câmeras servem para proteger a propriedade, não vidas. Principalmente se estas não tiverem um alto preço, estiverem em atacado nas ruas.
E estão. Em atacado. Sendo atacadas. O responsável? São vários.
GCM (Guarda Civil Metropolitana), PM (Polícia Militar), LIMPURB (Limpeza Urbana) são apenas fantoches. Joguetes cumprindo ordens. Os verdadeiros responsáveis estão nos seus "acépticos" escritórios de vidros das Associações de Viva o Centro. Estão por trás de mesas de mogno nos suspensos gabinetes políticos. Observando o Centro, ocupado pelo povo. Pela "sujeira". Pela doença. E estão aguardando a limpeza. E estão promovendo a limpeza. A plena luz do dia.
Para onde vai a população pobre, trabalhadora do Centro? Para onde vão as pessoas em situação de rua, os ambulantes, os catadores? Para onde vai a pivetada-cheira-cola?
Pra puta-que-pariu. Pra qualquer lugar. Pro inferno. Pra eles não importa. O que importa é que não vão ficar no Centro.
É, os poderosos são demais.
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