foto: Natália Barbosa
Hoje, 24 de março de 2013, será um dos dias mais importantes
da minha breve carreira literária. Explico: vou participar do 33º Salão do
Livro de Paris.
O Salão do Livro é um evento muito importante na cidade
francesa, um dos mais importantes na Europa. Tanto que a embaixada brasileira
na França tem um estande montado, para divulgar a literatura brasileira. Fica
num grande centro de exposições da cidade-luz. Uma porrada de editora
gigantesca. Uma porrada de autores “famosos”. E um número imenso de leitores
nos corredores,
Este ano, 06 autores brasileiros foram escolhidos pela
Embaixada, para participar de atividades: Ronaldo Correia de Brito, Paloma
Vidal, Suzana Montoro, Andrea Del Fuego, Marçal Aquino e Ana Maria Machado. Eu
e Ferréz viemos em parceria com a embaixada, com apoio do edital vencido pela
Editions Anacaona junto a Fundação Biblioteca Nacional.
De todos os autores, apenas eu e Ferréz representamos a
literatura marginal-periférica. De todos os autores, apenas eu nunca fui
publicado por uma grande editora. De todos os autores, apenas os meus livros
não estão no estande.
Mas o tráfico tá rolando solto nos corredores, isso eu posso
garantir – rs.
Pra mim, é um momento único, totalmente marcante, afinal,
quantos autores brasileiros, com pouco mais de 06 ANOS de carreira, numa
caminhada totalmente INDEPENDENTE, já tiveram seus textos TRADUZIDOS – e publicados – para o francês, alemão,
italiano e espanhol? Quantos já tiveram, neste tempo de carreira e caminhada, a
possibilidade de VIAJAR e divulgar seu trampo na Alemanha, França, Bélgica,
Itália? Quantos puderam participar de um SALÃO DO LIVRO, com status e
reconhecimento internacional como o de PARIS?
Quem souber, me diz aí. Tô achando quase caso único – rs.
Mas por outro lado, bate uma apreensão. Já consegui voos
altos, coisas loucas demais com meus textos, minha caminhada. Mas eu sei que
ela tem uma extensão, e eu vejo que to chegando no limite do caminho. Posso
avançar, mas pra isso preciso da estrutura de uma editora comercial, de um
agente literário, coisas que até pouco tempo atrás não visualizava mas, que
agora, entendo melhor. E daí que é foda.
Cadê?
Por isso, o momento único. Oportunidade grande de estar em
exposição do meu trabalho. Quem sabe, alguém está lá, entende tudo isso e, sei
lá, aparece alguma coisa, uma proposta interessante, respeitosa. Digna.
Definitivamente, quero me aprofundar ainda mais no meu trabalho como escritor.
Finalmente, comecei a escrever o meu primeiro romance e, acredito muito que vou
fazer coisas bacanas ainda neste caminho.
Mas não basta estar preparado, tem que ter oportunidade.
Hoje, vou tentar fazer a minha no laço.
O que queria era dividir este importante momento. E pedir
que me desejem: MERDA!
Direto de Paris, 12:00, de 24 de Março de 2013.
Rodrigo Ciríaco
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