sábado, fevereiro 20, 2010

O DIABO NA RUA, NO MEIO DO REDEMUNHO

Bruna Lombardi, na pele de Diadorim - adaptação Livro/DVD

acabei. mais uma vez. a obra literária mais bonita que já se fez. ao menos para mim. penso. acho que se Deus fosse invejar o homem de alguma coisa, seria deste livro: Grande Sertão: Veredas. João Guimarães Rosa. que obra é essa, em verso, conto e prosa, que eu tanto invejo. quando penso em alguma referência, me vem logo esse livro na cabeça. quando penso, como quem que eu gostaria de escrever, vem logo esse cabra na cabeça. quando penso, que livro levaria para uma ilha deserta, você sabe no que já eu penso.

vão dizer que eu desmaluquei. não entendo nada. mas não ligo. não deixo de dizer por isso. mas João, pra mim, já fazia literatura periférica. da melhor qualidade. quer lugar mais esquecido que o Sertão? quer um ser mais marginal que um jagunço, um cangaceiro? não tinha. quer uma história mais bem contada do que aquela oralizada na boca de um ex-jagunço, que viveu a tino e conta tudo com muito fino? palavras reinventadas? não há. pois digo. Grande Sertão é marginal. e periférico. e três-tráz-dito. ao menos para mim. e eu não ei de me discordar. nunquinha.

quem não conhece, há de conhecer João, e o seu (De)Sertão. quem conhece, há de se conhecer outras vezes. e eu, mais uma vez chorei por Riobaldo. e seu amor impossível com Diadorim. e chorei com a tristeza e desespero de um Fafafa, na fazendo dos Tucanos, ao ver os cavalos a relinchar e gemer e a chorar. e eu também odiei o Hermógenes, o Cão. e ri com Zé-Bebelo. e admirei Medeiro Vaz. e tirei meu chapéu para Joca Ramiro.

"... o diabo na rua, no meio do redemunho."

hoje sei o que significa. Viver é muito perigoso. e o mundo. o mundo é um só isso: Sertão. E Travessia!

2 comentários:

Jéssica Balbino disse...

que bonito !

Mei Hua disse...

Caro Rodrigo: concordo em gênero, número e grau.

Forte abraço.

Mei.