Depois dizem que não há poesia no rap:
"O que é, o que é, clara e salgada
Cabe em um olho e pesa uma tonelada
Tem sabor de mar, pode ser discreta
Inquilina da dor, morada predileta
Na calada ela vem, refém da vingança
Irmã do desespero, rival da esperança
Pode ser causada por
Vermes e mundanas
E o espinho da flor cruel que você ama
Amante do drama, vem pra minha cama por querer
Sem me perguntar, me fez sofrer
E eu que me julguei forte, eu que me senti
Serei um fraco quando outras delas vir
Se o barato é lôco e o processo é lento
No momento, deixa eu caminhar contra o vento
De que adianta eu ser durão se o coração é vulnerável
O vento não, ele é suave
Mas é frio e implacável.
É quente, borrou a letra triste do poeta
Só... correu no rosto pardo do profeta
Verme sai da reta, a lágrima de um homem vai cair
Este é seu B.O. pra eternidade
Dizem que homem não chora? Tá bom, falou
Não vai pra grupo irmão, aí:
Jesus chorou (...)"
Racionais
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