terça-feira, novembro 28, 2006

O corpo

O Corpo
rodrigo ciríaco

Tá lá o corpo:
deitado,
infecto,
calado.
Um súbito chacoalhar de braços
denúncia:

O CORPO
JAZ
MAS TEM VIDA!

Tem vida jogada na faixa,
começa na rua e termina
na calçada.

Tá ali
deitado,
ralado,
sobre a pública faixa.
Seus seios
foram tocados.

O corpo como porco
transportado
da Avenida para
as luzes da calçada.
Incólume, intacto.

Tá lá, o corpo ficou:
sentado,
atônito,
parado.

Indiferentes,
Os carros seguiram...

Um comentário:

Anônimo disse...

Que poema bonito, Rodrigo... Aliás, seu blog tá ótimo!
Beijos!