rodrigo ciríaco
Tá lá o corpo:
deitado,
infecto,
calado.
Um súbito chacoalhar de braços
denúncia:
O CORPO
JAZ
MAS TEM VIDA!
Tem vida jogada na faixa,
começa na rua e termina
na calçada.
Tá ali
deitado,
ralado,
sobre a pública faixa.
Seus seios
foram tocados.
O corpo como porco
Tá ali
deitado,
ralado,
sobre a pública faixa.
Seus seios
foram tocados.
O corpo como porco
transportado
da Avenida para
as luzes da calçada.
Incólume, intacto.
Tá lá, o corpo ficou:
sentado,
atônito,
parado.
Indiferentes,
Tá lá, o corpo ficou:
sentado,
atônito,
parado.
Indiferentes,
Os carros seguiram...
Um comentário:
Que poema bonito, Rodrigo... Aliás, seu blog tá ótimo!
Beijos!
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