"Mesmo que eu tenha que cruzar terras e mares
Eu vou pra Palmares, Eu vou pra Palmares
Mesmo que no caminho me sangrem os calcanhares
Eu vou pra Palmares, Eu vou pra Palmares
Mesmo que os inimigos contra nós sejam milhares
Eu vou pra Palmares, Eu vou pra Palmares
Enfrento os Borba Gato e os Raposo Tavares
Eu vou pra Palmares, Eu vou pra Palmares..."
E foi assim, eu falando sobre as Bandeiras paulistas, o mito bandeirantes: heroísmo, coragem, a interiozação do Brasil, a descoberta das minas e tudo mais. E contando um pouco do outro lado da história: da escravização dos índios, da destruição dos quilombos. Lá vão os alunos, conversando, nem parecem me dar muita atenção. As vezes eu tenho certeza que sou um péssimo professor. Vou me esforçando. Um dia eu chego lá.
Aí eu tive a feliz idéia de pedir para Ricarda me passar o poema do Dugueto Shabazz, "Vamos pra Palmares", por que tem uma visão de um quilombola, falando sobre os Bandeirantes Militares. A visão da favela, consciente, que precisa ser ouvida, discutida, principalmente na escolas periféricas, quilombos que ainda precisam despertar.
E fiz a leitura do poema.
Ao meu jeito, é claro, pois a ginga, a malemolência; toda malandragem e poesia para recitar este poema de convocação para a guerra contra a mediocridade, só o Shabazz tem. Fiz a leitura, do meu jeito. Mas os meninos gostaram. E as meninas. Não de mim lendo, mas do poemas. Muito bom no final me pedindo para ver, perguntando coisas a respeito, querendo uma cópia do poema.
Melhor ainda é vê-los repetindo o refrão: "Eu vou pra Palmares, Eu vou pra Palmares." Tudo isso sem eu pedir que fizessem.
Digo pra vocês e repito: foi bonito.
Em dias de chuva, esse foi o meu pôr do sol no verão.
2 comentários:
sempre adorei sua poesia hj sinto saudades das nossas aulas de quarta e sexta
ass: Rian M. Faundes
adoro suas poesias contos e historias
como a da coxinha!
saudades das aulas de quarta e sexta!
ass: Rian M. Fagundes
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