segunda-feira, fevereiro 04, 2013

VOLTA AS AULAS E FRIO NA BARRIGA

Desde sexta-feira, dia 01, que retomei minhas atividades educativas.

Estou trabalhando em duas escolas: uma estadual e outra municipal. Uma em Ermelino Matarazzo e outra em São Miguel Paulista.

Este ano, tem algumas novidades: depois de 06 anos, volto a dar aulas para o Ensino Médio. Duas turmas do 1o ano, e um 3o ano. E não para por aí: na prefeitura, estou assumindo o Laboratório de Informática Educativa, ou seja: vou ser o professor da Sala de Informática, dando aulas para alunos de 06 a 15 anos.

E daí que vem uma coisa bem curiosa: depois de 12 anos, desde a primeira vez que entrei numa sala de aula, estou sentindo um frio na barriga. Isso mesmo: um frio na barriga, um gelado. E dos grandes.

Pra mim, dois são os motivos que envolvem isso: o primeiro, é que vou trabalhar diretamente com uma molecada que trabalhei muito pouco antes. A criançada do Ciclo I, dos 06 aos 10 anos. Não que eu não saiba o que vá fazer, não que eu não acredite - de verdade - que vá fazer um bom trabalho com essa molecada. Não tenho medo, tenho confiança de que vou estudar e buscar o melhor. Mas é que é uma baita responsa: educar essa criançada a flor da idade.

E o outro motivo é que, depois que virei pai, a responsa parece que aumentou. Eu sempre pensei que eu dava aula para eles como se fosse dando aula para meu filho, minha filha. Dando o meu melhor, me preparando adequadamente. E depois que eu fui pai, eu descobri que não tinha nada a ver o que eu pensava. E tinha tudo a ver, ao mesmo tempo.

Nada a ver pois o sentimento de ser pai, o sentimento de se ver nos olhos, no rosto de uma criança que tem uma ligação umbilical com você é quase indescritível. É uma relação de amor sem tamanho e, como minha mãe vive dizendo, e só agora dei razão, é algo que "só quando você vive é que você entende". E por mais que eu fosse totalmente atencioso, tivesse um carinho todo especial com essas crianças, a questão ser pai e, ser professor são bem distintas. E ainda bem.

E ao mesmo tempo, continua igual pois, o que eu desejo para a minha filha, em relação a futuro, professores, estudo, educação é o mesmo que desejo para essa molecada. Nem mais, nem menos. E, para mim, isso é muito bonito.

Com todos os trabalhos que faço, em que me enfio, a educação ainda é, para mim, o grande desafio. E por mais que eu me dedique a ser escritor, ativista cultural, correria na quebrada, o que quero apenas é ser um bom educador. Cada vez melhor. E desempenhar com dignidade e exemplo esta profissão.

Parece pouco. Mas, não é. Por isso, que ainda sinto frios. Continua sendo difícil se jogar neste espaço educativo. Cercado de imensa certezas. Para alguns. Para mim, dúvidas. E disposição para muito aprender.

Um comentário:

Fabi disse...

Que bacana, Rodrigo! Seja bem vindo ao mundo dos POIE's POSL's... rsrsrs Fui designada para a Sala de Leitura ano passado, e deu um baita medo de pegar a molecadinha do Fund. I!!! AMEI trabalhar com eles !! Aprendi MUITO com as professoras do Fund I tbm !! QUe sorte que tem os seus alunos de ter um professor comprometido, pois tenho visto, que é isso que faz a diferença!! Um grande abç - Fabiana (mãe da Sophia !)