Sexta-feira escrevi em meu blog um texto chamado "MENTE EM EBULIÇÃO". Um relato/desabafo sobre como eu vejo a situação na minha escola. Tal texto gerou uma movimentação dentro da escola, caracterizada, principalmente, pelo descontentamento de alguns professores, pais de alunos que, induzida pela atitude, na minha opinião, maldosa de ALGUNS professores, DISSERAM COISAS QUE EU NÃO DISSE, FALARAM COISAS QUE EU NÃO FALEI. Pois bem, vamos esclarecer:
1) NUNCA, JAMAIS, EM HIPÓTESE NENHUMA, chamei os alunos da escola de "nóias, drogados, vagabundos" e outros adjetivos pejorativos. O que escrevi no texto acima referido que está no blog, pode ser conferido, e aqui eu reproduzo foi: "Eu, que completo na escola cinco anos de trabalho, estou cansado: desta imagem de pior escola, da imagem de alunos "nóias, vagabundos, drogados; putas, galinhas, sem-futuro, sem-esperança, sem-nada"." Pra quem não entendeu, dizer que está cansado da "IMAGEM" de pior escola NÃO é o mesmo que dizer cansado da pior escola. Cansado da "IMAGEM" de alunos nóias, vagabundos, drogados é diferente de dizer "cansado de alunos nóias vagabundos, drogados...", coisas que EU NUNCA DISSE. O que estava me referindo no texto é a IMAGEM que INFELIZMENTE a nossa escola tem na comunidade, já há algum tempo.
2) Alguns colegas ficaram ofendidos com as colocações, achando que eu me coloco em um pedestal, que eu sou perfeito. Longe disso. E desculpem caros colegas, o que escrevi não foi sobre todos. Por favor, cada um vista a sua carapuça e fica tudo certo. Agora existe uma questão importante sobre o que escrevi sobre nós, professores, que tem a ver com a seguinte frase: "para coisas ruins acontecerem, basta os bons nada fazerem!" Acho que tem muita gente boa, competente na minha escola. De verdade. Mas estas pessoas estão demais passivas, caladas, na minha opinião. E coisas erradas estão acontecendo. Quero dizer, apesar de muitos serem competentes, fazerem coisas boas, se não se colocam, posicionam frente a algumas situações, existe um problema também. A omissão, muitas vezes, é tão criminosa quanto uma ação negativa. Principalmente se há condições reais para, ao invés de assistirmos apenas, intervirmos sobre uma realidade.
NOVAMENTE: em nenhum momento disse que todos são incompetentes, que eu sou melhor que todos. Disse sim, que há muita gente boa e competente na escola, mas precisam se posicionar mais.
3) O meu erro ao falar no texto foi não esclarecer uma coisa: NÃO EXISTE APENAS UMA ESCOLA JORNALISTA, MAS TRÊS. UMA DE MANHÃ, UMA DE TARDE E UMA DE NOITE. Não trabalho a noite, conheço pouco dos meus colegas e de como está a gestão do noturno, mas do pouco que posso ver e dizer, aparenta que está indo bem, que está tudo ok. Então, para esclarecer, quando eu fiz o relato, estava falando sobre a escola, período manhã. Então, sobre este ponto item 3 especificamente, peço desculpas por não deixar claro que período eu me referia.
E por fim, quero dizer novamente que EU GOSTO MUITO DO QUE FAÇO. GOSTO MUITO DA ESCOLA EM QUE TRABALHO, GOSTO MUITO DE ENSINAR PARA OS ALUNOS QUE EU LECIONO, GOSTO MUITO DA COMUNIDADE EM QUE ESTOU. Tanto é verdade que, além do meu trabalho na escola, ainda desenvolvo outras atividades complementares paralelas, como SARAU, OFICINA DE TEATRO.. E por gostar é que quero mudar. Nossa imagem, nosso ensino, quiça colaborar, nem que seja só um pouquinho, com a mudança de nosso futuro. Eu sou um EDUCADOR. Não dono da verdade, nem senhor sabe tudo, apenas um educador. Mas como educador cabe a mim ter um PENSAMENTO e uma POSIÇÃO CRÍTICA frente ao mundo que vivemos. E crítica significa OBSERVAR, SE POSICIONAR, analisando sim sempre os prós e os contras, os positivos e negativos de algo. E querer fazer diferente.
Enfim, desta história toda, o que mais me IRRITOU E TAMBÉM DEIXA CHATEADO, é a maneira como algumas pessoas estão tentando atingir a minha INTEGRIDADE MORAL, com relação, principalmente sobre o que eu “supostamente” disse sobre os alunos e alunas da escola. Só esclareço o seguinte: se não saiu da minha boca, eu não disse: disseram. Se não está meu nome e assinatura eu não escrevi: escreveram. E antes de julgar o que eu SUPOSTAMENTE disse, peço apenas um pouco de tolerância e paciência e, por favor, venha falar comigo então. Esclareça. E outra coisa. OBSERVE AS MINHAS AÇÕES. O QUE FAÇO PELA ESCOLA E A MANEIRA COMO TRATO OS MEUS ALUNOS E ALUNAS. Se isso for feito, eu fico tranqüilo. Minhas ações falam e valem mais do que as minhas palavras.
E no final das contas, é isso o que vale, não é mesmo? Aquilo que você faz? Afinal, dizer, falar... O papel aceita tudo. Da garganta qualquer coisa sai. Agora, as ações não. As ações falam por si.
Rodrigo Ciríaco
4 comentários:
Complicado em companheiro, mas pode ter certeza que você não está sozinho nesta não. Onde for possível somar as nossas forças estaremos ai pra somar e fortificar nossas ações. Infelizmente alguns entendem de outras formas e maneiras, e isso é complicadíssimo, mas é a vida, turbulenta e cheio de desafios.
Tamo junto cara, pode pá que é nóiz.
Abracios, fui.
Coletivo Tenda Literária.
Vander Clementino Guedes.
Cara, acabei de descobrir que você tem um blog, e li o "esclarecimento" que você deu, em relação a postagem e seu desabafo em relação a imagem da escola que você trabalha, e entendi o recado que você mandou no ultimo Sarau!
Te compreendo e assino embaixo e sei que aqueles que nada fazem, pecam por não fazer, e dobrado por criticar aqueles que fazem, sei bem qual é o ambiente chamado "sala dos professores", ja fui eventual em uma escola em guarulhos e por acharem que uma graduação os coloca em grau superior ao alunos, esquecem que ali eles são graduados por cursarem uma faculdade de quatro anos, os alunos são graduados ali e lá fora por uma vida inteira em estado de marginalidade, e o que me preocupou no seu esclarecimento é o fato de você escrever que ficou irritado e chateado com a postura de outros professores e isso não pode acontecer mano, é exatamente o que eles querem "tio", então mano, não se chateie e não se irrite. Não de pérolas aos porcos irmão, joga lavagem, eles preferem assim, nóis tem que usar de pioiagem!
Rodrigo, esse retrato vivo da sua escola é simples e infelizmente o retrato da escla no Brasil. Cara o que você fala vale do sul ao Norte, do Leste ao Oste. To longe, mas tô moralmente contigo.
Nelson Maca - da Bahia Preta
Rodrigo,
Tive conhecimento de seu trabalho através de meu tio que é um dos professores da escola onde vc dá aula. Sou psicóloga e acredito que a educação deste País precisa de mais professores como você que não se conformam com o formato quadrado e enlatado de ensinar. Precisamos sim de professores com coragem para falar o que pensam e principalmente que consigam levar os alunos a refletir sobre sua realidade.
Vou indicar o seu blog a um professor meu da faculdade que é muito envolvido com a área Educacional.
Rose Santos
http://rhinclusaosemlimites.blogspot.com/
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